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Zubeldía analisa suposta “crise”

Técnico do Racing pegou pesado com todos, inclusive com Camoranesi

No Racing, ninguém ainda engoliu a derrota para o rival de bairro, no clássico de Avellaneda. Após o 2×0 sofrido para o Rojo, foram várias as tentativas de definir os motivos da derrota. Além disso, queixas começaram a aparecer de todos os lados e quase todas elas têm algo em comum: Zubeldia. Então, ele resolveu falar.

Muitos creditavam ao Racing grande favoritismo para a conquista do Torneio Final. Isto porque a equipe terminou o ano sinalizando muitas conquistas. Parecia finalmente encorpada. Ataque, meio-campo e defesa pareciam contar com os melhores nomes possíveis em suas composições. Quanto a Zubeldía, ele demonstrava ser o técnico que a La Académia precisava há muito tempo.

Só que este aparente sonho virou pesadelo desde que a equipe entrou em campo, no início do Torneio Final. Embora tenha vencido o Argentinos Juniors, na segunda rodada, por 2×0, o Racing perdeu na estreia para o Rafaela por 3×0 e no último fim de semana levou 2×0 do rival de bairro. Bastou isto para o clima no clube se mostrar pouco amistoso.

Muitos já falam que Zubeldía perdeu o vestiário da equipe. Alguns jogadores não aceitariam mais as ordens do técnico, pois entendem que ele insiste em erros, que só levariam a equipe a perder conjunto. Camoranesi foi um dos primeiros a publicar sua insatisfação; outros já pensam em fazer a mesma coisa.

Já o treinador acadêmico tenta espantar a suposta crise e responde com firmeza e confiança a uma das principais reclamações: “eu insisto que já tenho uma equipe”, disse o treinador, também sinalizando que os jogadores que reclamariam disso precisam aceitar suas decisões.

Mantendo-se calmo, o técnico falou que “o gol que levamos bem no início do jogo faz pensar que o meu trabalho e minhas escolhas não estão bem, mas penso justamente o contrário: nem chegamos aos 10 pontos que pretendíamos nem fomos vítimas de um desastre. O que temos é de jogar melhor, é certo, assim como também é certo que não jogamos bem no clássico”.

Quanto às críticas da torcida à falta de gana e motivação do elenco, o treinador respondeu: “eu nem perco tempo com esta questão de ter ou não atitude. O que é a atitude? O problema não passou por aí, no clássico. Não aceito esta crítica e defendo o meu elenco até a morte dessas alegações”

Uma das broncas da imprensa argentina com Zubeldía tem a ver com sua recente falta de autocrítica ao responsabilizar os árbitros pelos maus resultados da equipe. Desta vez não foi diferente. O técnico tentou associar a arbitragem de Abal ao resultado do jogo: “os árbitros sempre são determinantes para o resultado; acredito que foi pênalti em Camoranesi”, reclamou, referindo-se à falta de Morel Rodríguez quando o placar marcava 1×0 para o rival.

Quanto à recente polêmica sobre a forma de jogar do time, o técnico contestou: “jogar esperando pelo rival ou aberto e no ataque não veem ao caso; o importante é que sei onde os jogadores podem render o melhor possível, disse Zubeldía, aludindo a Camoranesi, que reclamou de jogar fora de posição. Por fim, o técnico assombrou a todos com o seguinte comentário: “quando eu tiver algo a dizer de meus jogadores, fiquem tranquilos, pois eu direi”, finalizou o treinador acadêmico, deixando claro que o seu comportamento é diferente do de Mauro Camoranesi.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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