Zebra enfurecida
Os deuses do futebol seguraram uma enfurecida zebra por seis dias e 15 jogos. Mas, a porteira não aguentou. E justamente contra um time mais badalado do futebol mundial atualmente, a Espanha. Junto à zebra, veio o ferrolho suíço, preciso como os relógios do país. Apesar dos 8 chutes precisos a gol dos espanhóis (fora os 16 que foram para fora) para Suíça bastou que um dos três (junto a cinco que foram para fora) furasse a meta de Cassilas. Hitzfeld bateu Del Bosque, assim como Mourinho bateu Guardiola.
O ferrolho suíço foi preciso, como tem acontecido nos últimos cinco jogos da Seleção em Mundiais. Pode não ter demonstrado um futebol de primeira classe, mas conseguiu segurar tal. E tudo tinha para dar errado para os suíços. Os melhores jogadores do time, como o atacante Frei e o meia Behrami não estiveram em campo, machucados. Para piorar, Senderos deixou o campo lesionado. Tudo, absolutamente tudo, indicava uma vitória espanhola. Mas, não foi assim.
Mas um natural de Cabo Verde, mas suíço de coração há 19 anos, foi o líder primeira da debandada das zebras do Mundial, junto ao técnico alemão Ottmar Hitzfeld. E uma debandada que deixou até mesmo o espanhol Piqué sangrando. Trata-se do meio-campista Gelson Fernandes. Com muita vontade, o jogador marcou o seu primeiro gol com a camisa de sua amada seleção. Uma vitória merecida como aquela da Internazionale de Milão nas semifinais da Champions League, em pleno Camp Nou, sobre o Barcelona.
O futebol nos mostrou mais uma hoje que nem sempre os melhores vencem. Ou que os melhores são aqueles que jogam um futebol bonito. Vence quem sabe controlar o jogo. Vence quem é mais aguerrido e está com gana. E hoje venceu o ferrolho.