Especiais

Voltas da vida: há 10 anos, o Boca era campeão argentino e o River, o lanterna

Battaglia, com o título, virou o jogador mais campeão no Boca. Em contraste, Leonardo Ponzio, à esquerda na outra imagem, ficava na lanterna com o River dez anos antes de vencer a Libertadores sobre o arquirrival

A conclusão da Libertadores 2018 dispensa apresentações. No twitter, ressaltamos que o River venceu o torneio sete anos após o rebaixamento, mostrando que a história sempre é reescrita, por vezes antes do longo prazo. Outra observação cabível é que a conquista do Millo veio dez anos após a vergonha do Apertura 2008. O time de Núñez, embora vencedor do Clausura anterior, ficou em último, exatamente na primeira campanha a contabilizar pontos para os promedios que o rebaixariam em 2011. E o que poderia ser apenas um título a mais para o Boca teve esse gostinho especial. E outro também, a fazer de um ídolo o jogador mais vezes campeão nos xeneizes.

Não fosse esse fator peculiar entre Boca e River, a nota deveria destacar um time pequeno: o Tigre. A equipe de Victoria havia voltado à elite na temporada anterior, após 40 anos de ausência, com direito a superar nos mata-matas seus dois rivais: o tradicional, o Platense, e o moderno, o Chacarita, rixa esta fomentada exatamente com os contínuos desencontros entre os rubroazuis e o Tense. Por ironia, o Matador tinha consigo dois íconos do super Boca da virada do milênio: o veterano defensor Rodolfo Arruabarrena e o ex-volante Diego Cagna, agora técnico. Ficou a um gol de ser campeão. E isso que derrotou duas vezes o Boca naquele campeonato.

Isso mesmo: embora o Apertura tenha ocorrido em turno único, Boca e Tigre precisaram jogar duas vezes. Isso porque o San Lorenzo derrapou demais. Sem ter ainda grife papal, o Ciclón possuía outro embalo: era o ano do seu centenário e o sonho inicial era de ter uma ainda inédita Libertadores. Daniel Bilos, Diego Placente e sobretudo Andrés D’Alessandro e Gonzalo Bergessio foram os reforços para o primeiro semestre e permitiram o sonho azulgrana: com dois jogadores a menos, perdendo de 2-0 e faltando meia hora para encerrar as oitavas, arrancaram heroicamente o empate em 2-2 contra o River no “silêncio atroz” do Monumental. Mas caíram em seguida para a campeã LDU.

Em seu centenário, o San Lorenzo começou abrindo 8 pontos. Derrapou, mas na reta final fez dois 4-1, no clássico com o Huracán de Javier Pastore (que derrapa na água) e no Independiente com gol de Santiago Solari, hoje técnico do Real Madrid

Um dos jogadores daquele River era o uruguaio Loco Abreu, que anos mais tarde descartou que aquela eliminação teria desencadeado na campanha da lanterna. Abreu destacou que o clube já vinha em combustão interna com um caos econômico, tendo passado cinco meses sem salário (nisso, ele destacou o papel do treinador, que conseguia motiva-los a focar apenas no esportivo: era Diego Simeone), e que a eliminação foi até positiva ao permitir ao Millo centrar seu foco no título do Clausura, pois não teria elenco para lutar em duas frentes – apesar de o plantel possuir também Falcao García, Alexis Sánchez e Ariel Ortega apenas para as posições ofensivas. Foi o único título do clube na elite entre 2004 e 2014. Os quatro anos de jejum entre 2004 e 2008 já eram os maiores do clube desde 1990. E os seis entre 2008 e 2014 só foram inferiores no profissionalismo aos dezoito entre 1957 e 1975.

O alcoolismo de Ortega, porém, o afastou do elenco ainda em meio às comemorações, sendo defenestrado para o Independiente Rivadavia; o plano era alternar partidas pelo time de Mendoza com voos bi-semanais no vizinho Chile para tratar a dependência. O Burrito, além de ainda estar em forma razoável, era como ídolo histórico e carismático um bom para-raios contra pressões desmedidas em gente que ainda não teria o renome atual como Falcao e Alexis, além de Diego Buonanotte, na época visto como a joia mais promissora a ponto de integrar a Argentina dourada nas Olimpíadas chinesas.

Outro a ir aos Jogos foi Juan Román Riquelme, na vaga dos veteranos. Como a competição não faz parte do calendário FIFA, o Apertura começou antes mesmo, no dia 4 de agosto, das Olimpíadas – onde a Argentina estreou no dia 7 e ganhou o ouro no dia 23, em paralelo à 3ª rodada do Apertura. Sem descanso da viagem do outro lado do mundo, Román voltou a defender o Boca já no dia 27. Não pelo Apertura ainda, mas pela Recopa Sul-Americana contra o Arsenal, no que ainda é o último troféu internacional xeneize. A taça foi dedicada na época a Martín Palermo, a sofrer uma séria lesão no joelho exatamente na 3ª rodada quando estava prestes a voltar à seleção após a piada mundial que se tornara pelos três pênaltis perdidos nove anos antes. El Titán teria nova chance em um ano, embora na época chegasse a achar que tudo estava perdido para redimir-se com a Albiceleste.

A grata surpresa foi o Tigre. Jamais campeão argentino, o time virou para 3-2 uma derrota de 2-0 fora de casa para o Rosario Central – Leandro Lázzaro comemora, enquanto o goleador Martín Morel, ao vazar o Banfield, garantiu o clube no triangular

Não que o Boca estivesse sofrendo sem Riquelme. Nas três rodadas travadas em meio às Olimpíadas, ganhou todas: 4-0 no Gimnasia de Jujuy, 4-2 sobre o Newell’s em Rosario e 2-1 no Lanús. Román teve uma folga na rodada posterior à Recopa e nela os auriazuis massacraram por 3-0 o Huracán dentro de Parque de los Patricios. Eterno reserva de Palermo, Lucas Viatri, enfim mais aproveitado, abriu o placar fechado com dois gols de quem era visto como joia da casa, Nicolás Gaitán. Por ironia, foi com Riquelme de volta que a má fase começou. Foram cinco rodadas seguidas sem vencer. Começou com empates ainda não alarmantes, no 1-1 com o Independiente e o 0-0 fora de casa com o Argentinos Jrs. Então veio um 3-2 para o Tigre dentro da Bombonera, um 4-1 para o Godoy Cruz e um 2-1, novamente na Bombonera, para o Estudiantes.

Foi o suficiente para a desunião do grupo se escancarar, em declarações do beque paraguaio Julio César Cáceres contra Riquelme – quem levou a pior foi o goleiro Mauricio Caranta, a deixar o time após os 4-1 em desavença nunca esclarecida com o técnico Carlos Ischia. Na derrota para o Tigre, o adversário chegou a abrir 2-0 com doze minutos de jogo, gols de Carlos Luna e Martín Morel. Embora o Boca chegasse ao empate já aos 28, aos 32 Morel anotou o 3-2 final. Era o seu quinto gol em quatro jogos. O Tigre estreara no torneio batendo fora de casa o San Lorenzo e emendando um 2-1 no Arsenal. Vieram então três rodadas sem vencer (1-1 com o Vélez, derrota de 2-1 em casa para o San Martín de Tucumán e 0-0 com o Racing) até Morel marcar dois no 3-1 sobre o Gimnasia LP. A vitória sobre o Boca, seguida de 1-0 (gol de Morel) sobre o Gimnasia de Jujuy recolocou os rubroazuis na briga.

O San Lorenzo, que começara o campeonato perdendo em casa para o Tigre, desfalcara-se de Placente (vendido ao Bordeaux) e D’Alessandro (ao Internacional). Compensou isso trazendo de volta o ídolo Bernardo Romeo, artilheiro do primeiro título continental do clube, a Copa Mercosul 2001, e importando um tal Santiago Solari do banco da Internazionale. O Ciclón logo se recuperou: 2-1 no Godoy Cruz em Mendoza, 3-0 no Estudiantes, 0-0 com o River em Núñez, 2-1 no Rosario Central, 3-1 fora de casa no Banfield, 3-0 no Colón, 2-0 no Arsenal, 1-0 fora de casa no Vélez (gol de Romeo aos 42 do segundo tempo) e 1-0 no San Martín foi uma sequência que permitiu aos azulgranas abrir oito pontos de vantagem na liderança. Uma distância descomunal para um torneio curto. A série parou na 11ª rodada, em derrota de 2-1 para o Racing em Avellaneda.

Após começar muito bem, o Boca passou cinco jogos sem vencer. Fase ruim encerrada com a vitória sobre o River no Monumental, gol de Viatri. À direita, Riquelme dedica com Dátolo a vitória ao San Lorenzo ao falecido presidente boquense

Só que os concorrentes não fraquejaram. O Tigre, após bater o Gimnasia de Jujuy, até perdeu na visita o Newell’s, mas então aplicou 3-0 no Lanús, com dois de Morel – que em seguida abriu o placar de outro 3-0, em visita ao Huracán, naquela 11ª rodada. O Boca, por sua vez, não tinha jeito melhor para reiniciar uma boa fase do que batendo fora de casa o rival. Na 10ª rodada, o criticado Riquelme endereçou um tiro livre na cabeça de Viatri, emulando a jogada tantas vezes repetida com Palermo. Foi o único gol do jogo. Na 11ª, os xeneizes arrancaram aos 42 do segundo tempo um 2-1 sobre o Rosario Central, gols de Viatri e Gaitán para os comandados de Ischia, antigo auxiliar nos tempos gordos de Carlos Bianchi.

A derrota para o Racing abriu uma sequência desesperadora para o San Lorenzo: o embalado time de Miguel Ángel Russo só venceu um jogo nas cinco rodadas subsequentes. Em casa, só empatou em 1-1 com o Gimnasia LP na 12º enquanto o Tigre ganhou de 1-0 do Independiente aos 46 do segundo tempo, gol de Luna e o Boca repetia o placar na visita ao Banfield, a onze minutos do fim. A 13ª rodada reservou o duelo direto entre Boca e San Lorenzo na Bombonera. Os cuervos não fizeram valer a freguesia favorável: Riquelme, em tiro livre, comemorou ainda aos 7 minutos o único gol do duelo. Com emoção: foi a primeira partida após o falecimento de Pedro Pompilio, o presidente que conseguira trazê-lo de volta do Villarreal. Román comemorou o gol levantando o uniforme para exibir camisa com os dizeres “obrigado por tudo, Pedro”.

O Boca só perderia uma partida até a rodada final. Riquelme voltou a calar críticos já na rodada seguinte, marcando no minuto final o único gol do jogo em Sarandí contra o Arsenal. Veio então uma derrota em casa inesperada para o Vélez (3-2), mas Viatri e o flop Luciano Figueroa anotaram o 2-1 em Tucumán sobre o San Martín; Riquelme fez os dois no 2-1 sobre o Racing; apareceu um 0-0 em La Plata contra o Gimnasia; e por fim Lucho Figueroa fez dois e Riquelme, outro, para abrir 3-0 sobre o Colón antes da meia hora de jogo, ainda que os visitantes descontasse perigosamente: ficou no 3-2 pela 19ª rodada. Não foi o bastante ainda para soltar o grito de campeão.

Chávez faz o 3-1 no San Lorenzo pelo triangular no último lance. O que era detalhe virou providencial: mesmo perdendo para o Tigre, o Boca tinha melhor saldo e foi campeão

Após a emocionante vitória sobre o Independiente nos acréscimos, o Tigre cambaleou. Perdeu de 2-0 para o Argentinos Jrs e deixou escapar aos 47 do segundo tempo uma vitória de virada por 2-1 construída em Santa Fe sobre o Colón: Esteban Fuertes abriu o placar aos 9, Arruabarrena empatou aos 31 e o goleador Morel virara já aos 28 do segundo tempo, mas Rubén Ramírez igualou nos acréscimos. Morel então marcou os dois gols do jogo contra o Godoy Cruz, mas o time perdeu de 3-1 para o Estudiantes em seguida. Só que os pupilos de Diego Cagna embalaram nas três rodadas finais: primeiro, o 3-1 de virada sobre o River, dois de Carlos Luna, que repetiu a dose na vitória mais emocionante – em casa, o Rosario Central abriu 2-0 com onze minutos. Aos 41, Luna somou seu segundo gol e empatou e Leandro Lázzaro decretou a virada para 3-2 faltando dez minutos para acabar no Arroyito.

E o San Lorenzo? Após a derrota para o Boca, os cuervos até ganharam do Gimnasia de Jujuy, mas deixaram um 3-1 em Rosario sobre o Newell’s escapar nos onze minutos finais. Em seguida, perderam em casa por 3-1 para o Lanús, que corria por fora (terminaria a dois pontos dos líderes; Diego Lagos, José Sand e Eduardo Salvio anotaram para o momentâneo sonho grená, com Bergessio descontando). A sequência parecia seguir no clássico com o Huracán: Pablo Goltz abriu o placar já com dez minutos em Parque de los Patricios. Dos céus, veio a ajuda pré-papal: fortes chuvas fizeram a arbitragem suspender a partida seis minutos depois. Iniciado em 29 de novembro, o clássico foi retomado em 2 de dezembro. O 1-0 huracanense permaneceu no intervalo, mas no segundo tempo o Ciclón foi à forra: Aureliano Torres, Cristian Chávez e duas vezes Andrés Silvera foram os nomes da virada para 4-1.

Mostrando que não estava morto, o San Lorenzo repetiu o placar na rodada seguinte, mesmo em duelo de gigantes. No primeiro tempo, gols de Pablo Barrientos, Solari e Gastón Aguirre faziam o Independiente jazer por 3-0. Barrientos anotou o 4-0 descontado inutilmente depois. Por fim, na rodada final Bergessio tranquilizou já com sete minutos de visita ao Argentinos Jrs. Enquanto o Boca tomava o susto do Colón, o Tigre também vencia – para variar, graças a Morel, autor do único gol contra o Banfield. Mesmo vencendo a seis minutos do fim, o Lanús ficou por fora: precisava que o trio Boca, Tigre e San Lorenzo no máximo empatasse, mas os três ganharam e dividiram a liderança com 39 pontos. Riquelme voava: 18 daqueles pontos se deveram a gols e/ou assistências do meia.

A desinibida festa dos comandados de Carlos Ischia (o careca de camisa branca)

E o River? O time outrora campeão sob Simeone simplesmente não vencia após começar o torneio arrancando o 1-1 na visita ao Colón e ganhando por 2-0 do Rosario Central. Simeone pediu o boné após a 13ª rodada, em que o Millo sofrera para o Lanús a sexta derrota em onze jogos – os outros foram todos empatados. Houve quem se queimasse definitivamente, como o zagueiro Eduardo Tuzzio ou o jovem atacante Gustavo Bou. Houve quem se reconstruísse fora dali, feito Abreu (ainda no meio do torneio), Falcao ou Alexis. Do elenco campeão da Libertadores 2018, apenas Leonardo Ponzio pertencia ao lanterna do Apertura de dez anos antes. Mesmo ele saiu na época, para o Real Zaragoza. Regressado em 2012, relembrou no ano seguinte à revista El Gráfico que “essas últimas rodadas me lesionei e as vivi de longe: tinha que ganhar um jogo e nada mais para sair dessa situação, mas não se pôde e tudo foi se arrastando”.

Néstor Gorosito foi o substituto de Simeone e o time até demonstrou reação: após terminar o primeiro tempo perdendo no Monumental de 3-0 para o Huracán (dois gols de um tal Hernán Barcos), o Millo buscou o empate no segundo tempo e em seguida voltou a vencer, na visita ao Independiente – que, enquanto ainda construía o Estádio Libertadores da América, mandou a partida no campo vizinho do Racing. Mas o time então perdeu as três partidas seguintes, duas delas de virada, e na última rodada sofreu o empate do Estudiantes. Terminou o Apertura com só duas vitórias, mas incrivelmente um triunfo a mais, como lembrara Ponzio, o teria tirado daquela situação. Foram 14 pontos contra 15 do Rosario Central, cujos promedios o rebaixariam antes, em 2010. Para o River, aquela campanha foi a que mais pesou para a queda consumada apenas em 2011, a levar em consideração as temporadas 2008-09, 2009-10 e 2010-11. Um triunfo a mais não só evitaria a lanterna como evitaria, adiante, a própria necessidade de enfrentar a trágica repescagem contra o Belgrano.

A parte de cima da tabela forçou pela segunda e última vez na história do campeonato argentino, e a primeira em trinta anos, a necessidade de um triangular-extra para definir o campeão. 72 horas depois da rodada final, San Lorenzo e Tigre se enfrentaram no estádio neutro do Vélez e o Ciclón voltou a vislumbrar festejos para seu centenário, ganhando por 2-1 – Barrientos e Bergessio abriram 2-0 com vinte minutos e no fim Leandro Lázzaro descontou. Seria fatal. Assim como a derrota em seguida para o Boca, outros três dias depois, no campo do Racing. Viatri abriu o marcador e Solari empatou. Palacio recolocou os xeneizes à frente e eles pareciam tranquilos no último minuto de acréscimo.

Foi quando Jesús Dátolo rumou pela esquerda e buscou a cabeça de Viatri. Marcado, ele direcionou a bola para Cristian Chávez (xará do jogador adversário), que dominou, passou um oponente e soltou a canhota no ângulo de Agustín Orión. Aquele gol parecia uma cereja do bolo, mas teria peso muito maior adiante e o técnico Ischia já vislumbrava isso, comemorando-o efusivamente. Outras 72 horas depois veio o jogo entre Boca e Tigre, com o campo do Racing sendo novamente o cenário. Em jogo sofrido, Lázzaro testou e abriu o placar aos rubroazuis aos 22 minutos do segundo tempo diante de um Boca amarelado da cabeça aos pés até no uniforme. Aos 44, Palacio foi expulso. Mas o Tigre não conseguiu um segundo gol e pelo melhor saldo a taça foi de que quem, sem sorrisos na cor do uniforme, não se inibiu em comemorar. Era um título ganho em contornos inéditos, vendo o rival na outra ponta e a 25 pontos de distância, duas facetas jamais vistas. A taça também fez o querido Sebastián Battaglia tornar-se o atleta com mais troféus no clube, igualando-se na época a Guillermo Barros Schelotto (já na MLS), a quem superaria com o título de 2011. Foi naturalmente o personagem das capas de 24 de dezembro de 2008.

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

3 thoughts on “Voltas da vida: há 10 anos, o Boca era campeão argentino e o River, o lanterna

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

cinco × cinco =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.