Desde Buenos Aires – A Argentina assegurou a liderança das Eliminatórias para a Copa de 2014, pelo menos até o final do ano. Com uma importante vitória por 2 a 1 sobre o Chile e atuando em Santiago, a equipe de Sabella agora só entrará em campo novamente pela competição no ano que vem. Atingiu os 20 pontos e é seguida pelo Equador com 17 e Colômbia com 16 unidades, mas com uma partida a menos, na quarta colocação aparece a Venezuela com 12 pontos empatada com Uruguai e Chile, mas leva vantagem no saldo de gols.
A única nota triste se deu antes da bola rolar. No momento em que o hino argentino era executado no Estádio Nacional de Santiago, a torcida chilena não demonstrou respeito e vaiou o símbolo nacional dos vizinhos. De fato já é um jogo que se tornou um clássico muito mais pelas questões políticas do que por aquilo que o Chile pode representar futebolisticamente para os argentinos.
Empenhados em devolver a goleada sofrida em Buenos Aires no primeiro turno, o Chile fez um começo de jogo eletrizante. Sufocou os visitantes em seu próprio campo e chegava principalmente pelo lado direito do ataque com as boas descidas de Islas. Entretanto, e mesmo com toda a pressão, o primeiro lance de perigo foi argentino. Messi foi levando, foi levando, foi levando… e sem que ninguém se animasse a tentar roubar a bola, deu um passe em profundidade para Di María que chutou cruzado, mas para a linha de fundo.
Depois disso foi uma “bliz” vermelha. Por duas vezes no mesmo lance Medel perdeu chances claras de abrir o placar. Na outra vez foi Romero quem salvou uma cabeçada cara a cara. O Chile era claramente superior e já merecia marcar o primeiro, mas como não conseguiu anotar, quem mais entende disso demostrou como se faz. E quem mais poderia ser? Lionel Messi, é claro. Recebeu lançamento dentro da área, dominou e com um drible de futebol de salão, limpou o marcador que passou a mil. Com a tranquilidade que lhe é marcar característica olhou para o gol e escolheu bem o canto, 1 a 0 para Argentina. Foi o trigésimo primeiro gol de Messi em setenta e seis jogos pela Albiceleste.
O duro golpe não veio sozinho. Como em qualquer boa luta de boxe, o cruzado veio acompanhando de um belíssimo gancho. Higuaín recebeu pelo lado direito do ataque, driblou para dentro da área e com a perna esquerda mandou uma bomba no ângulo, indefensável, 2 a 0 e uma ducha de água fria nos chilenos.
O jogo ficou mais equilibrado uma vez que o Chile precisava fazer o resultado e agora saía cada vez mais desesperado ao campo de ataque. Deixava claros na defesa que eram aproveitados às vezes por Messi, outras por Aguero ou Di María. O atacante do Manchester City ainda mandou uma bola na trave já no final do primeiro tempo. Com o apito final, a torcida local conseguiu enxergar méritos na boa atuação de sua seleção nos primeiros quarenta e cinco minutos e aplaudiu os jogadores na saída de campo.
No intervalo de jogo, um momento insólito. Um dos assistentes fazia hoje a sua última partida como árbitro internacional da FIFA. Que melhor oportunidade para tirar uma foto com Messi? Até aí tudo normal. Mas precisava fazer o pedido dentro de campo? O craque, meio sem jeito, porém demonstrando a humildade de sempre, atendeu à solicitação. E ainda marcou para uma outra foto depois, nos vestiários. O que desde o princípio seria o mais adequado.
A etapa complementar em nada se pareceu com o primeiro tempo. Foi um jogo chato, sem emoções. As duas equipes estavam cansadas e o jogo ficou inclinado para a Argentina que tocava melhor a bola e gastava o tempo. O Chile chegava poucas vezes e sempre sem perigo. Gonzalo Higuaín recebeu uma entrada criminosa num carrinho ainda no campo de defesa e precisou ser substituído. Saiu de maca e agora preocupa a todas lá na Espanha.
Sabella provou Barcos que tocou duas vezes na bola. Entrou aos quarenta minutos e logo em sua primeira jogada, driblou dois defensores e chutou prensado para escanteio. Na segunda vez que se apresentou, acompanhou a arrancada de Messi e recebeu um belo passe do capitão, chutou rasteiro cruzado, porém a bola se perdeu pela linha de fundo.
Numa última tentativa, finalmente o Chile conseguiu encontrar o gol perdido durante todo o primeiro tempo. Gutiérrez aproveitou a sobra dentro da área e chutou cruzado. O tiro não saiu com força, mas venenoso o suficiente para que Romero não conseguisse segurá-lo. Era o 2 a 1 já nos acréscimos e ainda faltava pouco mais de um minuto. Foi pressão total. Na verdade mais desespero do que algo organizado e que não resultou nada.
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