Vice da Copa, zero jogos pela seleção: o curioso caso de Fabián Cancelarich
Outrora o grande país dos goleiros, a Argentina já se deu ao luxo de subutilizar Amadeo Carrizo, Rogelio Domínguez, Hugo Gatti e Miguel Santoro em Copas; de vencer a de 1986 abdicando de Ubaldo Fillol; e de não jogar nenhum Mundial com Octavio Díaz, Néstor Errea, Edgardo Andrada, Carlos Buttice, Agustín Cejas ou Julio César Falcioni, resumindo-os basicamente a amistosos. Na via oposta, Fabián Oscar Cancelarich não apenas esteve na Copa do Mundo de 1990 como também em diversos outros torneios pela Albiceleste, mas simplesmente não somou uma só partida pela seleção. Seu caso não é exatamente único, mas é o mais extremo de tanta disparidade. Cancela, também curiosamente apelidado de La Teresa, faz 55 hoje anos.
Nascido no interior santafesino em Los Nogales e com uma distante origem croata (a grafia original do sobrenome é Kancelarić) que nada impedia um sorriso aberto dele junto a Goycochea e ao zagueiro Juan Simón ao fim do triunfo sobre os “primos” iugoslavos na Copa de 1990 (é a imagem que abre essa matéria, a mostrar ainda Caniggia cumprimentando um arrasado Robert Prosinečki), o aniversariante precisou contentar-se em suar pela Albiceleste apenas na base. Antes de Cancelarich, vale dizer, já havia ao menos um antecedente de goleiro argentino em Copa do Mundo sem jamais jogar pelo país antes, durante e depois.
Foi o caso de Héctor Zelada, uma das grandes presepadas de Bilardo para a Copa de 1986, especialmente por abrir mão de Fillol (titular nas eliminatórias); a revista El Gráfico precisou inclusive publicar a chamada “quem é Zelada?” em letras garrafais, pois esse prata-da-casa do Rosario Central estava “escondido” desde 1978 no América do México. Essa surpreendente convocação é costumeiramente interpretada como retribuição diplomática à hospedagem proporcionada por esse clube, cujas instalações serviram de base para Maradona e colegas no Mundial. E Cancelarich tampouco foi o último “zerado”: colega dele na Copa de 1990, Ángel Comizzo também nunca disputou uma partida sequer pela seleção, apesar da idolatria construída no River. Maior nome do Newell’s na posição, Norberto Scoponi foi o último; foi à Copa de 1994 e “só”.
Nem mesmo em amistosos não-oficiais da Argentina, contra clubes, seleções regionais ou combinados, algum desses quatro goleiros acima entrou em campo. A diferença é que o ciclo dos demais pouco foi além de um ano, enquanto o de Teresa duraria cinco – a paciência humorada dele, recordista de banco entre os goleiros da seleção, viria a ser reconhecida como a de alguém bom de grupo. História iniciada primeiramente na base do Belgrano da cidade de santefesina de Arequito (não confundir com o mais famoso, de Córdoba, onde ele inclusive jogaria profissionalmente) e prosseguida ainda como juvenil na década áurea do Ferro Carril Oeste. Ainda sem estrear entre os verdolagas adultos, mas com títulos seguidos com eles nos torneios de base, ele foi titular da seleção sub-20 no Sul-Americano de 1985 – um elenco onde somente Sergio Vázquez (também do Ferro) e Néstor Lorenzo (Argentinos Jrs) terminaram futuramente chamados à principal.
A grande geração colombiana que se formava mostrou seu valor, classificando-se junto do Brasil para o quadrangular final; na última partida da fase de grupos, Cancela evitou gols de Romário e pegou até pênalti de Renato Carioca, mas não pôde impedir a virada canarinha protagonizada por Silas, futuro ídolo do San Lorenzo. A queda eliminou precocemente a Albiceleste do páreo por uma vaga no Mundial da categoria. Já Cancelarich, desde 1984 no time adulto do Ferro após integrar o título de 1983 no torneio argentino sub-20, enfim estreou em 26 outubro de 1986: 1-1 contra o Newell’s, pela 16ª rodada do campeonato argentino de 1986-87. No elenco campeão do Nacional 1984, ainda era o terceiro goleiro, na hierarquia com o titular Eduardo Basigalup, presente em todos os minutos, e o suplente imediato José Tursi, normalmente o arqueiro relacionado ao banco em tempos em que nem todos os reservas podiam ficar à disposição – Teresa, apelido que recebera nos juvenis por alguma semelhança física com alguma moça do Ferro, foi relacionado pela primeira vez ao banco já no Metropolitano daquela temporada, realizado no segundo semestre.
Cancelarich seguiria como terceiro goleiro em 1985. Mas, uma vez alçado ao posto em 1986, logo tomou conta para uma sequência impressionante; em nove campeonatos que disputou pelo clube, em somente dois sua média de gols sofridos superou a de um por partida. Naquele campeonato de 1986-87, esteve em campo em todas as 22 partidas seguintes da temporada regular, sofrendo apenas 18 gols. O Ferro foi 6º, a três pontos do pódio, classificando-se à liguilla pre-Libertadores, minitorneio de pós-temporada com os oito times abaixo do campeão e cujo vencedor ficava com a outra vaga em La Copa. Ali, mais quatro jogos e apenas dois gols, mas o Ferro caiu nas semifinais – ainda que oferecendo dura resistência ao Independiente, em duelos encerrados em 0-0 e em derrota de 1-0.
Assim, em agosto de 1987 aquela revelação do gol foi confirmado pelo técnico Carlos Pachamé (assistente de Bilardo na principal, Pacha assumia as equipes de base) para os Pan-Americanos de Indianápolis. O Ferro cedeu ainda José Fantaguzzi, Víctor Marchesini e os dois Acosta (Oscar e Gustavo) e os argentinos ficaram com o bronze. Aquela seleção tinha gente já com experiência na seleção principal, a exemplo do atacante Oscar Dertycia, e moldou outros futuros nomes – casos de Gustavo Dezotti, Néstor Fabbri, ambos também da Copa de 1990, do xerife Blas Giunta e do futuro ministro Carlos Mac Allister. Mas já ali começou a curiosa sina de Cancelarich: o goleiro titular foi Jorge Bartero, do Vélez.
Ainda assim, Cancela foi lembrado pela primeira vez pela seleção principal dali a dois meses, em uma superconvocação de 42 jogadores para uma série de amistosos. Ele era, é verdade, a quarta opção em uma hierarquia que seguia a ordem encabeçada por Pumpido, Islas (os outros goleiros da Copa de 1986) e a revelação Goycochea. Curiosamente, Teresa tampouco foi o único convocado que acabaria por jamais entrar em campo pela seleção; foram os casos de Carlos Mayor, Pablo Erbín, Guillermo Ríos, Darío Siviski, Fernando Kuyunchoglu, Fabio Almirón, Humberto Gutiérrez, Alejandro Russo e Sergio Pérez, ao passo que Fernando Redondo só viria a estrear em 1992.
De perfil discreto, Cancelarich fazia sua parte no Ferro: no torneio de 1987-88, o time despencou para o 14º lugar mais pelo ataque pobre, a somar 27 gols do que pela defesa, que sofreu apenas 35 em 38 rodadas. O Racing, por exemplo, sofreu apenas dois gols a menos e pôde terminar em 3º. No pós-temporada, ainda houve mais dois jogos e um gol sofrido em uma pré-liguilla à própria liguilla pre-Libertadores, envolvendo a metade inferior da tabela entre os não-rebaixados. Em meio a esses contrastes, o bairro de Caballito como um todo festejava o reconhecimento dado até pela UNESCO naquele 1988 ao imenso sucesso poliesportivo do seu clube, ecoando no futebol com os títulos ainda frescos de 1982 e 1984.
Por aquela sua fase individual, o goleiro foi lembrado para as Olimpíadas de Seul, que não impunha mais o amadorismo e ainda não filtrava por idade: a única barreira a jogadores já profissionais era não ter entrado em campo numa Copa do Mundo, nem mesmo nas eliminatórias. Para o azar de Cancelarich, o concorrente Islas, embora presente na delegação campeã da Copa de 1986, cumpria esses critérios também e usufruiu da titularidade absoluta na campanha na Coreia. Na temporada 1988-89, o Ferro foi antepenúltimo (o bom promedio o privou de maior estresse contra o rebaixamento), novamente em conta a ser cobrada do ataque simplório, que em 38 rodadas marcou só 35 vezes.
Cancela, em meio às convocações, pôde estar em 30 jogos e pela primeira vez ficou com saldo negativo, ainda assim com 37 gols sofridos; ao todo, a defesa verdolaga foi vazada 43 vezes, algo notável para a colocação: o vice-campeão Boca, por exemplo, sofreu 38 gols; e na liguilla que se seguiu, foram quatro jogos e quatro gols. Ainda assim, a partir de fevereiro de 1989 o técnico Bilardo optou por incluir mais um goleiro no radar, o veterano Falcioni, credenciado pelas três finais seguidas de Libertadores com o América de Cali. Para a Copa América de 1989, os intocáveis Pumpido e Islas foram acompanhados apenas por Falcioni.
Teresa enfim teve companhia de melhor nível no torneio de 1989-90, ainda que a desfalcasse bastante: só disputou 16 partidas, mas sofreu somente 9 gols. Nas outras 22 partidas, o Ferro levou 11. Os vinte gols sofridos fizeram o 6º colocado ter a melhor defesa do campeonato, sólida especialmente em seu estádio em Caballito: os verdolagas foram os únicos invictos como mandantes naquele campeonato. Façanhas que recolocaram Cancelarich no mapa de última hora; Bilardo inicialmente anunciara Pumpido, Islas, Falcioni e Goycochea como os goleiros pré-convocados para então haver uma sucessão de desdobramentos: primeiramente, Islas pediu para sair, revoltado em ter sido eleito o melhor goleiro da liga espanhola e ainda assim permanecer na reserva para um Pumpido que disputava a segundona de La Liga.
Nos amistosos pré-Copa, Pumpido e Falcioni se alternaram, mas por motivos nunca justificados a Falcioni (ao menos segundo declarações suas à El Gráfico em 2004), Bilardo optou por corta-lo no último momento e chamar Cancelarich de volta. De fato, o Teresa estava na Argentina quando tirou essa sorte, chegando à Itália um dia depois dos demais convocados, que pousaram em Roma vindos de Zurique. Então Pumpido fraturou-se no segundo jogo e Comizzo foi chamado de emergência a seu lugar, em convocação extemporânea que a FIFA só permitiu naquela Copa. Com isso, Goyco assumiu a titularidade e Cancela, que sequer iria à Copa, já subia ao degrau de reserva imediato. Mas a fase esplêndida do novo titular naquele Mundial impediu qualquer chance do verdolaga ir além: no máximo, era o goleiro relacionado ao banco, em tempos onde apenas cinco reservas podiam ser disponibilizados; é por isso que, na foto acima ao fim da decisão, ele está uniformizado enquanto que Comizzo, assim como os suspensos Batista e Caniggia, não.
Na volta da Copa, ele seguiu em boa forma no Ferro: sofrendo 15 gols (incluindo o primeiro de Batistuta pelo Boca, time onde Bati enfim explodiu no futebol) em 18 jogos, foi decisivo para o time dividir o 4º lugar do Apertura 1990. No Clausura 1991, foram rigorosamente 18 gols tomados em 18 jogos por um time que só venceu duas vezes. Bilardo já havia sido substituído por Alfio Basile, que também confiou naquele goleiro seguro, chamado à Copa América de 1991 como opção imediata a Goycochea. Serviu para cumprir um ciclo: ele é o único jogador do Ferro chamado à Copa América, aos Pan-Americanas, às Olimpíadas e também ao Mundial. Só não serviu para ser usado. Ao menos, pôde, enfim, gritar um título – o primeiro da Argentina no torneio em 32 anos, encerrando o maior jejum da Albiceleste na Copa América.
No Apertura 1991, Cancela jogou 18 vezes e levou 15 gols, simplesmente a mesma quantidade do vice-campeão Boca, mas por um Ferro que dividiu o 9º lugar. No Clausura 1992, o time de Caballito dividiu o 10º mesmo, embora seu goleiro só levasse dez gols em 18 jogos. Basile preferiu promover o perdão a Islas, mas levou Cancelarich para a vitoriosa Copa das Confederações de 1992 (reforçando aquele ciclo exclusivo descrito acima). Teresa acertou com o Belgrano para a temporada 1992-93 e justamente no primeiro Apertura sem ele, o Ferro, agora guarnecido pelo jovem Germán Burgos, voltou às cabeças: terminou a um ponto do vice-campeonato, em 4º.
Em seu novo clube, Cancelarich dividiu a 7ª colocação naquele Apertura 1992, recebendo em fevereiro de 1993 suas últimas convocações à seleção – figurando na lista chamada ao amistoso contra o Brasil, festivo aos cem anos da AFA (e que marcou a reestreia de Maradona na seleção após quase três anos e suspensão por cocaína), e para a Copa Artemio Franchi (antigo tira-teima entre o vencedor da Copa América e o da Eurocopa), contra a Dinamarca. Por conta dessas chamadas, Teresa inclusive seguia sendo à altura de 2018 o último jogador de algum time cordobês convocado à seleção, quando então convocou-se Guido Herrera. No Clausura 1993, o Belgrano dividiu o 13ª lugar, embora sua defesa sofresse somente um gol a mais que o 3º colocado, o River. Porém, Norberto Scoponi já vinha fazendo por merecer suas chances simbólicas desde antes de ser finalista da Libertadores de 1992 e enfim começou a tomar a vaga de terceiro goleiro da Argentina, sendo o escolhido a essa vaga para a Copa América de 1993.
No Apertura 1993, só encerrado já em março de 1994, a retaguarda belgranense despencou como a pior do torneio, tirando de vez as chances de seu goleiro em vencer a concorrência com Scoponi por um lugar na Copa dos EUA. Ainda assim, a torcida de La B guarda com carinho a vitória sobre o Newell’s de Scoponi e… Maradona, em um dos poucos jogos de Diego pelos rojinegros. Curiosamente, o destino de Cancelarich no Clausura 1994 foi o próprio Newell’s, atuando em sete jogos em que os rosarinos estiveram desfalcados de Scoponi para a seleção. Ao voltar ao Belgrano para o Apertura, Cancela já foi tapado pelo ascendente César Labarre e só foi usado três vezes no retorno a La B. O currículo engordado na seleção, porém, referendou o Teresa para o Millonarios, que possibilitou a ele enfim estrear na Libertadores para 1995. A equipe de Bogotá foi líder em seu grupo, à frente do vizinho Atlético Nacional. Ironicamente, o time de Medellín terminou eliminando os azuis em um reencontro pelas quartas-de-final.
Para a temporada 1995-96 do futebol argentino, Teresa foi repatriado pelo Huracán. Mas nem no bairro de Parque de los Patricios ele conseguiu mais do que dois jogos oficiais, com Marcos Gutiérrez titularíssimo no Globo; e nem no Talleres da temporada 1996-97, pois Mario Cuenca já emergia como maior nome tallarin na posição, a ponto da passagem de Cancela pelo rival da ex-equipe do Belgrano custar a ser lembrada. O veterano foi então buscar continuidade no Platense. Os marrons viviam seus últimos torneios na elite, rebaixados ao fim da temporada 1998-99. Teresa inicialmente seguiu na primeira divisão, acertando para o segundo semestre de 1999 uma volta ao Ferro Carril Oeste. Mas aquele Apertura foi infeliz; foi o outro campeonato pelos verdolagas onde ele teve saldo negativo de gols, muito mais alto daquele vez: 32 sofridos em 14 jogos e uma única vitória.
As “cerejas” do bolo foram um pênalti convertido pelo Boca por um Palermo que acidentalmente usou os dois pés e, sobretudo, o 6-1 no clássico com o Vélez, sofrendo três gols de Chilavert, talvez a única partida a contar com um hat trick de um goleiro. Sem surpresas, o Ferro também terminaria rebaixado ao fim da temporada 1999-2000, sua última na primeira divisão até hoje. A segundona virou realidade a Cancelarich ainda antes: no início de 2000, deixou o barco (ou vagão) verdolaga para reforçar na Primera B Nacional o terceiro time dos rosarinos, o Central Córdoba. Nos charrúas, tanto brigou pelo acesso à elite (na temporada 2000-01, caindo nas quartas-de-final para o Instituto de Córdoba) como também foi rebaixado à terceirona, já na temporada 2001-02.
Seguiu no bairro rosarino de Tablada por mais duas temporadas, agridoces: na de 2002-03 (vencida pelo Ferro, por sinal), o Central Córdoba foi 3º no primeiro turno, caiu de rendimento no segundo, mas ainda foi capaz de avançar aos mata-matas – sendo então eliminado no penúltimo degrau do acesso, contra o All Boys. Na de 2003-04, foi o inverso; os rubroazuis fizeram um primeiro turno medíocre para engatarem no segundo, onde ficaram a três pontos do líder Sarmiento. A diferença é que tamanha recuperação não bastou daquela vez para garantir o estádio Gabino Sosa como palco de algum mata-mata. Ainda assim, Cancelarich declara-se torcedor charrúa convertido, em retribuição a quem lhe acolheu para encerrar a carreira.
Uma vez aposentado, seguiu no futebol inicialmente como assistente técnico do treinador Gabriel Perrone, ex-colega dos tempos de Ferro; assim trabalhou entre 2009 e 2012 por Emelec, Rangers de Talca e San Martín de San Juan. Desde 2014, é treinador de goleiros do Ferro, retomando uma proximidade com a galera verdolaga, que elegeu-o o maior goleiro do clube em enquete promovida pelo Ferropedia. Concorrência não faltava: baixa desse ano carrasco, Carlos Barisio ainda detém o recorde de minutos seguidos sem tomar gols na liga argentina e curiosamente pôde defender até a dupla River e Boca, mas nunca a seleção também – ao passo que o segundo jogador de Caballito mais vezes usado pela Albiceleste foi Sebastián Gualco, nos anos 40. E quando o Futebol Portenho fez a mesma eleição, em 2014, o preferido foi Antonio Roma. Justamente o homem que fez a Argentina, como dissemos, subutilizar Carrizo, Domínguez, Gatti e Santoro na primeira metade dos anos 60…
https://twitter.com/LaFerropedia/status/1344282096072863747
https://twitter.com/museocc/status/1344284924111679488
https://twitter.com/FerroOficial/status/1332672999292624898
Fabián Cancelarich. De #Ferro. Subcampeón del mundo con #Argentina. ¿Entienden la magnitud que tiene eso? Y lo tenemos en casa. Cualquier arquero quiere entrenarse con él. Respeto. pic.twitter.com/3lzobXQ81A
— Franfa (@_franfa_) April 21, 2019
Pingback: Campeão do mundo, zero jogos pela seleção: 65 anos do curioso Héctor Zelada
Pingback: Miguel Di Lorenzo, o Galíndez... ou o Forrest Gump do futebol argentino
Pingback: Dois argentinos quase defenderam a Croácia. Terra de ancestrais de Maradona!