Estudiantes

Verón: por amor ao Pincha. E por uma micharia

Verón é o mais novo exemplo de amor a um clube... na Argentina
Verón é o mais novo exemplo de amor a um clube

Mais uma vez um jogador argentino dá demonstrações de amor incondicional a seu clube do coração. Desta vez é Juan Sebastián Verón, que volta ao futebol profissional, aos 38 anos. Seu objetivo é o de oferecer um pouco de sua personalidade a um perdido Estudiantes. E prova de seu amor é que além de cobrar apenas o salário mínimo, estabelecido pela AFA, la Brujita ainda doará esse valor às categorias de base do clube. Em outras palavras, vai jogar de graça.

Já é oficial. Juan Sebastián Verón assinou com o Estudiantes e está de volta aos gramados. O último jogo de la Brujita foi em 24 de junho de 2012, pela última partida do Clausura. Na ocasião, sua equipe empatou em 1×1 com o Unión Santa Fe. De lá para cá, Verón tentava trabalhar em prol de cimentar o imenso buraco institucional que ameaça engolir o tradicional clube da capital bonarense. Além disso, nas horas vagas, atuava com a camisa do Coronel Brandsen, equipe amadora que disputava a liga local e que, até por se reforçar com o seu talento, sagrou-se campeão.

Além de voltar aos gramados, o ídolo pincharrata trabalha para reforçar o elenco, atraindo outros atletas para atuarem a seu lado. O uruguaio Carlos Sánchez foi convencido diretamente por ele para deixar o River e se ligar ao plantel do Pincha.

O contrato de Verón terá validade de um ano e, na prática, será a custo-zero para o conjunto platense. O jogador fez questão de receber apenas o salário mínimo da AFA, 7,9 mil pesos (pouco mais de 3,2 mil reais), além de se comprometer a repassar todo o valor para as categorias de base do clube.

Em sua trajetória como atleta profissional, pelo Estudiantes, Verón ganhou quatro títulos: B Nacional, de 1995 e Apertura de 2006 e 2010. Também foi o principal responsável pela conquista da Copa Libertadores de 2009. Considerando a atual situação financeira do clube e o status do jogador, é possível afirmar que a volta de Verón só foi possível pelo amor incondicional que ele demonstra pelo Pincha, assim como seu pai, Juan Ramón “la Bruja” Verón, demonstrava, décadas atrás.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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