Uruguaios calam a vuvuzela
O Mundial para os Bafana Bafana não acabou, seja na teoria ou na prática. Contudo, a noite de hoje em Pretória se tornou a primeira em que as vuvuzelas se calaram, ainda que por alguns momentos. O reformulado esquema tático do Uruguai, arquitetado pelo experiente Oscar Tabarez, sufocou a alegria do toque de bola Bafana Bafana, de maneira que o placar de 3 x 0 também entristeceu a torcida da África do Sul, que vê a primeira eliminação de um país anfitrião na 1ª fase como uma provável realidade.
Tudo por conta de uma simples alteração de jogadores, mas que representou uma elaborada mudança tática. Saiu Ignácio González (Valencia), num 3-4-1-2 de pouca inspiração ofensiva, visto que passou em branco contra a França. Entrou Edinson Cavani (Palermo), recuando para o meio a principal fonte de talento dos uruguaios: Diego Forlán. Diante dos sul-africanos e auxiliado por um bom desempenho de Luis Suarez (Ajax), o atacante do Atlético de Madrid esteve em maior contato com a Jabulani, de modo que os sul-americanos ganharam nova vida no ataque. Fato ilustrado pelo próprio resultado: dois gols da Celeste Olímpica saíram dos pés do novo artilheiro desta Copa.
Quanto ao time comandado por Parreira, não pode responder com firmeza ao domínio de volume de jogo dos uruguaios. Parte dos méritos vai outra vez para o ataque de Forlán, Cavani e Suárez, pois já pressionavam a África do Sul na saída de bola. Além disso, Arévalo e Diego Perez honraram lealmente a expressão “cão de guarda”, anulando Pienaar e Modise, organizadores das envolventes trocas de passe dos Bafana Bafana. A alternativa encontrada, então, foi depender de cruzamentos de Gaxa, jogador de um clube da cidade (Mamelodi Sundowns. O problema é que Lugano (Fenerbahçe) e Godin (Villarreal) afastavam qualquer bola que pudesse insinuar algum perigo na área.
Afortunadamente para os torcedores do país portenho, o Uruguai encontrou o bom futebol no momento certo. Chega para enfrentar o México com tranquilidade de sobra, além de um esquema novo mais eficiente graças ao ídolo maior desta seleção. Já os alegres donos da casa se percebem na obrigação de vingar a Copa de 98, quando a França estava em seus domínios e venceu a África do Sul por 3 x 0. Do contrário, os tocadores das vuvuzelas se restringirão a meros espectadores do Mundial que organizaram.