Um ano e meio após o Clausura 2009, Vélez segue no topo
Qualquer análise exaltada sobre o futuro corre um grande risco de fracasso caso feita em um prazo de apenas três rodadas. Especialmente quando o campeonato em questão tem um equilíbrio de forças (por baixo) como o da Argentina. Então, o que poderia tornar esta sobre o Vélez Sarsfield mais segura? O simples fato da experiência bem-sucedida. A fórmula que o levou até o topo do Apertura 2010 é a mesma do Clausura 2009, quando conseguiu o título sobre o Tiki-Tiki de Cappa. Curiosamente, uma vez mais é ele quem ocupa o 2° lugar…
Na continuidade do grupo e do técnico Ricardo Gareca está o maior mérito dos Fortineros. Um ano e meio depois daquele jogo histórico contra o Huracán, até parece que assistimos ao mesmo time liderar a tabela novamente. Montoya, Sebá, Cubero, Papa, Zapata, Moralez… Todos eles continuam em Liniers. Desta forma, fica fácil manter a forma paciente e equilibrada de jogar da equipe, com uma defesa consistente e ataque rápido e preciso.
E nem mesmo o assédio dos outros clubes pelos jogadores enfraquece o elenco de maneira preocupante. Rodrigo Lopez se foi? Santiago Silva e El Burrito Martinez o substituem. Nicolas Otamendi, revelação do time em 2009, também saiu? Contrataram Ortiz antes, já prevendo esta situação. Além disso, ainda contam com o reforço extra do bom meia ex-River Augusto Fernandez.
Não é uma fórmula que todos podem seguir, infelizmente, pois nem todos conseguem fechar o ano com superavit como o Vélez (e os 10 milhões do Otamendi ajudarão ainda mais). Contudo, a aqueles que estão se aproximando da organização financeira, está em Liniers o exemplo do sucesso. Algo que o próprio Gareca confirma. “A equipe me dá tranquilidade porque se conhece. Este é um processo que deu certo e já leva muito tempo”.
Claro que para repetir esta cena da foto, com glória maior por ser no ano do centenário, a competição agora está mais dura do que há três semestres. Cappa trocou de clube, e pareceu ter levado a força de buscar mais um caneco com ele para o River Plate. Na época, o Estudiantes estava ocupado com a Libertadores. Agora, tão soberano quanto antes, só tem olhos para o torneio nacional.
E olhando a um futuro imediato, o combalido Boca Juniors pode retomar a “tradição” de vencer nos confrontos diretos. Curiosamente, sempre graças a Martin Palermo. Contra o Fortín, El Titán se tornou o maior artilheiro da história Xeneize. Também diante do time de Liniers marcou seu antológico gol de cabeça do meio da rua, em cima do próprio German Montoya. A lógica não permite acreditar numa nova vitória auriazul, mas quem sabe…
Entretanto, no geral, o Vélez Sarsfield mostra força sólida e regular em meio a imprevisibilidade dos torneios curtos argentinos. Quem será capaz de parar os 100% de Gareca, Enano Moralez, Tanque Silva e companhia?