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Um Boca que ninguém imaginou conhecer

No Brasil, quando se fala em Boca Juniors, grande parte dos torcedores treme. A mítica história do clube de Ribera, principalmente na atual década, fala por si próprio. São incansáveis títulos contra os times brasileiros, onde as únicas equipes que pararam o clube nos últimos anos foram o São Paulo, Internacional (na Copa Sul-Americana) e o Fluminense (na Libertadores da América).

E imaginar que depois de tantas glórias e mesmo com jogadores descentes para lutar por títulos, o time está a três pontos da vergonha. Uma simples vitória do Atlético Tucumán, que muitos em nosso país sequer imaginavam que existia, e uma provável queda para o River Plate, coloca a equipe na lanterna do Clausura. Pior ainda. Seria colocado ali pelo arquirrival.

Mesmo tendo um técnico que viveu todos esses anos de glória nos bastidores, Abel Alves – ex-comandante do time B, que curiosamente lidera do torneio de reservas da primeira divisão – o Boca não tem um padrão de jogo, não tem um esquema, e o pior, não tem sequer identidade. Nem mesmo jogadores com Jesús Méndez, um dos destaques do Apertura 2009, Prediger, referencia do Colón no Clausura 2009, não conseguem render com a camisa do Boca.

Para piorar, nem Riquelme, nem Palermo salvam a tradição do clube. O primeiro até se esforça, mas não consegue levar o time nas costas, principalmente após uma séria lesão na planta do pé. Palermo até marca os seus gols. É um dos artilheiros do campeonato, com seis gols, porém isso não é suficiente. Principalmente quando se tem uma linha defensiva que deixa qualquer torcedor com o coração na mão.

Se o semestre passado (ou melhor, o ano passado) era para se esquecer, 2010 é para enterrar a mais de sete palmos. O Boca passa pelo pior momento desde o início da Era Profissional, em 1931. Nunca o time passou por um momento tão ruim, tão infiel a história do clube. Nem o mais pessimista torcedor imaginaria tal momento.

E quem ri com tudo isso é o torcedor do River Plate, que mesmo próximo a zona de rebaixamento, pode aumentar ainda mais a crise Xeneize no próximo domingo, às 15h, em plena Bombonera, principalmente se o time de Abel Alves repetir o desempenho das últimas nove partidas. Um Boca que ninguém imaginaria conhecer!

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

4 thoughts on “Um Boca que ninguém imaginou conhecer

  • Willian Alves de Almeida

    O torcedor do River Plate não tem muitos motivos para rir da autal situação do Boca, Pois terminou o Apertura de 2008 em último, e neste Clausura somente começou a vencer alguns jogos faz três rodadas.

    Mas agora analisando o Boca, tem que reformular toda a estrutura interna (diretoria, comissão técnica, etc.) pois a grande maioria está “enraizada” faz muitos anos, e somente com sangue novo a equipe Xeneize retomará seu rumo de glórias.

  • Marcelo

    O problema vai além disso…a Argentina está quebrada. O país vive um grave crise e não há sinais de recuperação. É triste, mas esperado que chegasse aos grandes clubes de lá.

  • Pra mim o problema ta em Abel Aves, melhor ele voltar pro time B ou talvez pro time H pq de técnico ele não tem porra nenhuma.

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