Todos esperam e anseiam pela chegada da Copa do Mundo. Os argentinos, particularmente, a aguardam com apreensão diante da incerteza que se tornou o desempenho da Albiceleste. Contudo, tal proximidade do Mundial tem o lado ruim de encurtar o tempo de disputa do Clausura 2010. Em pouco mais de três meses passamos do início ao fim deste campeonato que será brindado, pela nona vez seguida, com um campeão diferente: seja Argentinos Juniors ou Estudiantes de La Plata.
Tudo parte do tão citado equilíbrio que existe no futebol do país. Ainda que isto soe como sinal de instabilidade (e é mesmo), o troféu escorregadio a escapar das mãos dos últimos campeões não caem no colo dos novos por acaso ou mesmo sorte. Ambas as equipes candidatas ao título construíram o caminho até aqui inteligentemente, seguindo a risca o velho manual de manter a base dos elencos e sustentando bons técnicos para construír a tal da regularidade, companheira inseparável dos vitoriosos.
Mesmo assim, um toque de heroísmo não é nada mal para ajudar na busca de uma volta olímpica. E disso ninguém sabe melhor do que o Bicho do Bichi Borghi. O clube marcou 11 dos 33 gols nos últimos 15 minutos de jogo (agradeço ao Olé por este estudo). Nove pontos vieram de acreditar até o fim no resultado positivo. E três deles foram conquistados de forma a merecer uma medalha, ainda que percam o campeonato.
La Paternal servia de pano de fundo para o que se encaminhava para uma tragédia aos olhos da torcida local. O Independiente era soberano na partida que ganhava por 3 x 1, enquanto em Quilmes bastava um gol Pincha para destruir o espírito de luta dos jogadores do Argentinos. Mas a bola que entrou na rede, aos 31 do 2°T, veio da cabeça de Pavlovich. E aquele momento fez explodir a raça dos anfitriões. Ao passo que os Rojos recuavam, os Bicho avançavam, pressionando na marcação e nos chutes a gol incessantemente, até que nos últimos cinco minutos, conquistaram a virada histórica que lhes rendeu a liderança.
Contudo, como dito antes, nada disso se conquista a toa. Claudio Borghi responde pela maior parcela de mérito da construção deste sólido time quase campeão. É um teórico 3-4-1-2, mas com Sabia subindo, as vezes, como lateral, e Prosperi recuando quando necessário, para ajudar Caruzzo e Gentiletti. Os protegendo na cabeça-de-área, o convocado Juan Mercier. Ortigoza e Oberman na ligação, e Coria como enganche e peça fundamental da equipe compoem o meio de uma equipe veloz e criativa.
Na frente, Sosa e Pavlovich fazem a torcida nem lembrar que já contaram com Hauche. E claro, a presença do veteraníssimo Calderón os ajudou bastante. Aliás, saiu dos pés dele o gol da vitóriacontra o ex-time que agora é vice-líder, na 7ª rodada. Terão de enfrentar um Huracán que só permitiu uma equipe vencer no Tomás A. Ducó (o Tigre, na 8ª fecha). Contudo, o Globo não tem pouca motivação e força para derrubar o sonho dos visitantes.
Quanto ao Estudiantes de La Plata, se encontrava em estado de graça não faz nem uma semana. Podia conquistar o título antecipado contra o Central, e durante 90 min só precisava de um mísero estufar de redes para tal. Entretanto, não puderam vencer em Quilmes, perderam Verón por expulsão, e ainda se encontram em situação delicada na Libertadores, o que inconscientemente pode influir no equilíbrio mental dos atletas em campo.
Todavia, o título desta prévia não foi concebido apenas em honra ao feito dos Bichos contra os Rojos. Ele pensa também no que será o 5° título Pincha a nível nacional caso derrubem o Colón em Santa Fé, e caso o Argentinos caia no tabu do Parque de Los Patrícios. Um triunfo heróico, mesmo desprovido do maior ídolo, craque e capitão. Além disso, um troféu que aumentará exponencialmente a vontade de vencer o Inter-RS na Libertadores.
Sem contar no prêmio a uma postura corajosa tomada por Alejandro Sabella ao tentar vencer tudo que disputa. Tudo baseado no mesmo esquema vitorioso na América em 2009. Com Desabato, Cellay, Clemente, Ré, e ocasionalmente Angeleri, dispõem da defesa menos vazada (13 gols). Braña costumava protege-la tambem, mas se machucou no tornozelo, deixando a tarefa para Matías Sanchez.
Enzo Pérez, José Sosa e a Brujita Verón são responsáveis pela construção dos ataques eficientes e conscientes da equipe que costuma transformá-los em vantagem no marcador graças a Boselli, artilheiro do Clausura ao lado de Palermo e Ruben Ramirez, com 10 gols. Contudo, além de Verón e Braña, os Pinchas podem não contar com Desabato, Re, Clemente e Gaston Fernandez, em dúvida desde o fim do jogo no Beira-Rio.
Tudo o que podemos esperar seguramente é o nascimento de mais um herói, este especialmente consagrado como o do Bicentenário argentino. O Argentinos afogará as mágoas de 25 anos sem conquistas nacionais, ao passo que o Estudiantes, no jejum bem menor (apenas 4 anos), ainda sonha em dominar tanto o quintal de casa como o continente inteiro.
P.S.: Particularmente, preferiria um jogo extra entre ambos. Mas a dúvida fica com relação ao regulamento. Caso a final precise acontecer, ela deve ser jogada 72 horas após a última rodada. Isso dá no mesmo dia do confronto entre Estudiantes x Inter na Libertadores. Como resolver isso? Não há respostas para isso, e talvez elas nem precisem aparecer…
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