Quando o duelo entre San Lorenzo e Cruzeiro começou em Belo Horizonte, já era madrugada no Vaticano. Certamente isso não impediu o Papa Francisco de acompanhar a partida deste quarta-feira. Basta verificar os milagres do goleiro Torrico com as luvas que ele mesmo abençou, os gols desperdiçados com direito a duas bolas na trave num mesmo lance e um gol importantíssimo de Piatti na classificação do San Lorenzo no Mineirão. O 1×1 foi o suficiente para colocar o time do Papa nas semifinais da Libertadores.
Enquanto muito de seus cardeais dormiam em sono profundo, Sua Santidade Francisco sofria em seus aposentos no Vaticano. Ali, certamente ele vibrava. Deixava escapulir alguns palavrões, mas logo pedia perdão. Em alguns momentos, a interseção era com tanto fervor que nem mesmo o mais religioso goleiro poderia evitar as orações de um Papa. Retrato disso foi o primeiro gol do San Lorenzo na partida, quando Villalba fez boa jogada pela direita e cruzou. Matos dominou e rolou para Piatti mandar um torpedo no ângulo. Um grito que ecoou no Vaticano, certamente. E que calou o Mineirão.
Apesar de toda oração de Francisco, quem dominava a partida era o Cruzeiro. Principalmente com a desvantagem no marcador. Pressão que insistia, no primeiro tempo, em tentativas infelizes de cavar um pênalti e em poucas finalizações. Para piorar, o Cruzeiro perdeu Samudio para dar lugar a Egídio. E foi por ali que o San Lorenzo quase marcou o seu segundo gol, novamente em jogada de Villalba e que Piatti perdeu ao chutar em cima de Fábio. O castigo quase veio aos 44 do primeiro tempo. Marcelo Moreno chutou, a bola bateu em cada uma das traves e não entrou. Milagre?
Mas nem tudo é perfeito. Nem mesmo quando se trata do representante de Deus na terra. Para testar a fé do Papa, o Cruzeiro cresceu. Bombardeou a meta de Torrico que fez inúmeros milagres. Inúmeros mesmo. Só não conseguiu evitar o gol de Bruno Rodrigo, que aos 25 cabeceou forte superando a meta do San Lorenzo. E a pressão cruzeirense persistia e Torrico insistia em fazer milagres. Para piorar, Romagnoli ainda fez o favor de ser expulso nos 15 minutos finais da partida.
Mas a partir da expulsão do ídolo, o Cruzeiro cansou. Perdeu as forças justamente quanto tinha um homem a mais em campo. E o San Lorenzo conseguiu calar os mais de 40 mil torcedores que foram ao Mineirão. Com sua barreira humana, frieza e com toda benção do Papa Francisco, obteve a classificação para as semifinais da Libertadores com o empate em 1×1 fazendo a terceira vítima brasileira na competição (bateu Botafogo e Grêmio). Agora, Papa Francisco terá de guardar um pouco de suas orações pró-San Lorenzo. Isso porque as semifinais da Libertadores acontecerão somente após a Copa do Mundo quando enfrenta Lanús ou Bolívar.
httpv://youtu.be/RadQ1sAvDfQ
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