Em 1977 a Argentina conquistava seu quarto título mundial interclubes. Após as vitórias de Racing, Estudiantes e Independiente, chegava a vez do Boca Juniors conquistar o mundo pela primeira vez.
O título foi apenas a coroação de uma sequência incrível de conquistas. Até a grande fase em que foi comandado por Carlos Bianchi, o período entre 1976 e 1978 havia sido talvez a fase mais vencedora do clube xeneize, um período em que conquistou todos os títulos possíveis, tudo sob o comando do experiente Juan Carlos “Toto” Lorenzo.
O experiente treinador havia comandado a seleção argentina no mundial de 1966 e chegara aos títulos Metropolitano e Nacional pelo San Lorenzo em 1972, um fato notável, já que pela primeira vez desde a implantação, em 1967, dos dois torneios anuais, um mesmo clube levantava as duas taças. E Toto repetiria o feito em 1976, agora com o Boca.
O Metropolitano foi conquistado em uma controvertida final contra o Huracán. O Globo tinha uma grande equipe, que incluía jogadores como Ardiles, Brindisi, Houseman, Larrosa, Bailey e Carrascosa, todos mundialistas pela seleção nacional. A equipe comandada por Gitano Juarez fez a melhor campanha do Metro, mas terminou derrotada na final. A partida foi disputada com um gramado impraticável, em função das chuvas, e um tiro de Chino Benitez terminou por dar a vitória por 1 a 0 aos xeneizes.
A final do Nacional foi de fato histórica. No dia 22 de dezembro de 1976 Boca Juniors e River Plate disputaram a única final envolvendo os dois gigantes argentinos. Duas grandes equipes, já que o River, que tinha Fillol, Passarella e tantos outros, havia conquistado as duas taças nacionais no ano anterior. Ao fim, uma falta cobrada por Rubén Suñé quando Fillol ainda se preparava para a execução, deu o título ao Boca. Aquele 1 a 0 no Cilindro de Avellaneda até hoje é alvo de discussão entre xeneizes e milionários, principalmente por questões de arbitragem. Talvez o mais incrível é que o próprio “Chapa” Suñé declarou muitos anos depois que aquele foi o único gol de falta de sua carreira.
Era a hora de disputar a Libertadores, título que o Boca não tinha até então. Na primeira fase os xeneizes tiveram de disputar uma chave duríssima, contra River, Peñarol e Defensor. Com 4 vitórias e 2 empates, a equipe comandada por Toto Lorenzo se classificou invicta. Na fase seguinte Libertad e Deportivo Cali também foram superados de forma invicta. O Boca havia chegado à final, contra um adversário temível: o Cruzeiro. Campeão da edição anterior da Libertadores, a Raposa podia enfrentar à altura qualquer rival do continente.
A primeira partida foi disputada na Bombonera, e o Boca venceu por 1 a 0, com um gol marcado por Veglio logo no início (veja o gol aqui) . No Mineirão Nelinho marcou a 15 minutos do fim, garantindo a vitória cruzeirense, também pela contagem mínima. No desempate, em Montevidéu, ninguém marcou. A decisão foi para os pênaltis, e a cobrança desperdiçada pelo lateral Vanderlei deu ao Boca Juniors seu primeiro título continental.
A final mundial, como era tão comum naquele período, foi tumultuada. O Liverpool, campeão europeu daquele ano, não se interessou em disputar a grande decisão, alegando falta de datas e ausência de retorno financeiro. Ao fim, quando parecia que o torneio não seria disputado, o vice-campeão europeu, o Borussia Monchengladbach, aceitou o convite para enfrentar os xeneizes. E finalmente a Taça Intercontinal seria disputada, de forma inusitada: a primeira partida foi jogada já em março de 1978, enquanto a revanche aconteceria apenas em agosto daquele ano, quase um ano após a final da Libertadores do ano anterior.
A equipe alemã não era adversário simples. Tinha jogadores da seleção de seu país, como Vogts e Bonhof, e era treinada pelo mítico Udo Lattek, responsável pelo grande Bayern tricampeão europeu entre 1974 e 1976. E o Boca sentiria isso já na primeira partida, na Bombonera. O artilheiro Mastrângelo marcou para os xeneizes, mas o Borussia viraria o placar ainda no primeiro tempo, com gols de Hannes e Bonhof. Com muito sofrimento o Boca conseguiria o empate no segundo tempo, graças a um gol de Ribolzi.
Mas na revanche a história foi diferente. Atônitos, os alemães viram Felman, Mastrângelo e Salinas marcarem os gols que dariam uma vantagem de 3 a 0 para o Boca ainda no primeiro tempo. No segundo tempo o placar não se alterou, dando aos xeneizes o primeiro título mundial de sua história. Naquele dia, Toto Lorenzo mandou a campo Gatti, Pernía, Tessare, Suarez e Bordón; Suñé, Zanabria e Salinas; Mastrangelo, Saldaño (Veglio) e Felman.
Alguns meses depois, em novembro de 1978, o Boca chegaria ao bi da Libertadores, derrotando na final o Deportivo Cali, treinado por Carlos Bilardo. Mas desta vez não seria possível a repetição do título mundial, pois com a desistência dos europeus, a final não se realizou, como havia ocorrido em 1975. Apenas em 2000 os xeneizes teriam a oportunidade de chegar ao bi mundial, e não desperdiçariam a chance.
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