Apesar da melhor partida da Seleção Argentina, o cenário no contexto geral em Viña del Mar era desanimador para a Seleção de Messi, Mascherano e Tévez nos instantes finais do zero a zero entre argentinos e colombianos. A feição de Messi era de raiva e angústia, o que até acarretou um cartão amarelo para o camisa 10, que se descontrolou diante de tantas oportunidades desperdiçadas. Como disse o companheiro Marcelo Bechler: “não sair um gol foi um pecado”.
A noite de Ospina significou seguramente uma das melhores atuações que já presenciei de um goleiro. Ágil, preciso e cauteloso nas horas certas. A Colômbia em alguns instantes dava sinais de que não queria mais prosseguir e a decisão na cobrança de penalidades parecia ser a melhor solução para os cafeteros. Após o apito final, era impossível que na memória de um torcedor argentino não viessem à tona as recordações das quartas de final da Copa América 2011, na fantástica partida do goleiro uruguaio Muslera, onde a Argentina foi eliminada, com direito a cobrança perdida por Tévez, o jogador do povo e tão ovacionado. Em La Serena, nos dois primeiros jogos desta Copa América, a nítida sensação que tive sobre o Apache era a de um torcedor que acabava de descer das arquibancadas e entrar em campo.
O retorno de Tévez à Seleção foi uma decisão particular de Martino, que nas primeiras reuniões com o plantel preferiu uma conversa prévia com os jogadores sobre a volta de Carlitos ao elenco depois de mais de 3 anos. E ele voltou. Uma derrota argentina em Viña del Mar sería uma injustiça tremenda diante do futebol apresentado. Uma derrota argentina com um erro de Tévez sería injusto e trágico. O anúncio dos 5 primeiros batedores, sem Carlitos, indicou a consciência e decisão de Martino. A pressão interna na Argentina é enorme em relação à carência de títulos, sobretudo por apresentar uma geração tão merecedora, mas que por vezes tem falhado, como Biglia e Rojo nas cobranças de pênaltis. Não havia mais jeito. E lá vem o sétimo cobrador, que acaba de firmar seu retorno ao clube de origem, com aparência concentrada e um gigante peso nas costas. É verdade, apesar da idolatria e carinho, Tévez raras vezes transformou tanta adoração na Seleção em bom futebol e triunfo. Parecia algo escrito, tantas voltas numa mesma partida e a decisão no camisa 18. O gol de Tévez, da Argentina, vitória, classificação e da revanche, como Martino tão bem definiu.
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