Eram 107 anos de história e de responsabilidade nas costas. Era o sonho de milhares de sofridos torcedores do Huracan na altitude de Bogotá. Mas a trave e a disputa de pênaltis interromperam a “ilusión” dos hinchas, tanto os mais de 2 mil que viajaram a capital colombiana quanto das outras centenas espalhadas por Parque Patricios e toda a Argentina. Após empate por 0-0 no jogo e na prorrogação, o Huracan não suportou a pressão e perdeu 3 cobranças de pênaltis que custaram o título. O Santa Fe converteu todos e se sagrou campeão da Copa Sul Americana, festejando o primeiro título internacional do clube de Bogotá.
O jogo
Foi uma final complicada. Um jogo que mais parecia uma rodada de meio de campeonato de pontos corridos do que precisamente uma decisão sul americana. No primeiro minuto de jogo, Wanchope Ábila, talvez o principal nome do Globo nessa Copa Sul Americana perdeu um gol incrível, numa trapalhada do goleiro Zapata que tentou sair jogando e se enrolou todo. O atacante roubou a bola, mas tocou por cima da trave. Parecia que o Globo não se intimidaria diante de um El Campin abarrotado de torcedores do Santa Fe, mas não foi isso que aconteceu. O time colombiano liderado pelo meia venezuelano Seijas controlou a posse de bola na maior parte do tempo e foi pra cima, exigindo um posicionamento defensivo bem postado da equipe argentina.
Aos 41, após cobrança de escanteio Angulo subiu completamente sozinho e exigiu boa defesa do goleiro Díaz, que bem posicionado defendeu. O Globo não conseguiu mais levar perigo a meta de Zapata, mesmo tendo uma cobrança de escanteio aos 43 que a zaga afastou sem dificuldades.
O Santa Fe voltou disposto a resolver logo a parada e com menos de 1 minuto Seijas arriscou de longe tentando pegar Díaz desprevenido. Atento ao lance, o goleiro evitou que a bola entrasse. O time colombiano trocou Angulo por Borja, colocando mais um jogador com características ofensivas para matar logo o jogo. E o time da casa foi pra cima, sempre com Seijas sendo o termômetro do time, mas o Huracan se resguardava atrás. Aos 12, o Santa Fe teve três chances consecutivas que o zagueiro Vismara impediu sistematicamente. No último, tirou a bola dos pés de Borja prestes a arrematar pro gol. O mesmo Vismara teve uma oportunidade aos 17, após descida de Toranzo pela esquerda que o zagueiro mandou a direita do gol de Zapata.
O drama do Huracan começou a aumentar quando Marcos Díaz, até então um dos destaques do time em campo começou a sentir dores. O goleiro ficou caído e recebendo atendimento médico durante um bom tempo, enquanto Giordano fazia aquecimento, mas mesmo sentido dores o goleiro optou por continuar em campo. O jogo se concentrou em meio campo e o Huracan só resolveu sair pro jogo após os 35 minutos. Aos 38, Bogado emendou de fora da área e a bola passou rente a trave de Zapata. O Santa Fe respondeu com Omar Pérez em cobrança de falta que bateu na barreira, mas sobrou livre para Mina que emendou e a bola passou sobre o gol de Díaz. E ficou só nisso, aos 49 Heber Roberto Lopes apontou o fim de jogo. Como ninguém fez gol, a peleja seguia para a famigerada prorrogação.
Prorrogação e penaltis
Se o enredo tomava contornos de melhorar na prorrogação… não foi isso que aconteceu na primeira etapa. As duas equipes começaram no mesmo ritmo lento do jogo inteiro. Enquanto o goleiro Díaz se arrastava para continuar em campo, Seijas exigiu uma boa defesa do goleiro logo no início do jogo, que ele bateu roupa mas conseguiu encaixar. Aos 7 tivemos o primeiro desentendimento do jogo, entre Borja e San Roman e ficou só nisso. No segundo tempo com um fator desespero em campo e ambos os times vendo a taça escapar por meio dos dedos, tanto Santa Fe quanto Huracan tentaram se lançar mais ao ataque, mas… não foi isso que aconteceu. O único lance de destaque foi quando Ábila sem explicação alguma acertou um soco em Mina e foi expulso, direto por Heber Roberto Lopes. Antes mesmo de completar 15 minutos, o árbitro brasileiro encerrou a partida que foi para a decisão de pênaltis.
Bogado abriu a cobrança e perdeu. O Santa Fe marcou com Omar Perez. Nervo mandou na trave para o Huracan, enquanto Seijas converteu. Mancinelli fez o gol do Globo, mas Balanta não desperdiçou. Então Toranzo, com toda a pressão do mundo explodiu no travessão, acabando com o sonho do Huracan de levantar uma taça internacional após 107 anos de história. O time volta pra Argentina com o gosto amargo de ter chegado tão perto, mas ter deixado escapar por tão pouco a conquista. Já o Santa Fe conquista seu primeiro título continental e já mira mais um confronto contra um argentino. O encontro será com o River Plate pela Recopa Sul Americana.
SANTA FE: Zapata; Soto, Mina, Meza e Balanta; Perlaza, Gordillo (Omar Pérez), Salazar e Seijas; Morelo e Angulo (Borja). DT: Gerardo Pelusso.
HURACAN: Díaz; San Román, Mancinelli, Nervo, Vismara, Balbi; Bogado, Montenegro (Distefano), Toranzo; Espinoza (Torassa – Arano) e Ábila. DT: Eduardo Dominguez.
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