Dá para cravar uma classificação fácil sem Messi?

Bem próximo das últimas rodadas do primeiro turno das eliminatórias da Copa do Mundo para Rússia 2018, a Argentina demonstra-se uma faca de dois gumes. Ainda assim, pelo nível baixo das seleções, fazer uma aposta na eliminação da Argentina é algo improvável. O mesmo vale para o Brasil, que melhorou com Tite.

Mas, seria possível cravar uma classificação fácil para a Copa do Mundo sem estrelas como Messi e Mascherano? Ainda mais com uma das últimas opções para treinador, no caso Edgardo Bauza, que ficou atrás de nomes como Gallardo, Simeone, Russo e Ramón Díaz? Chega até ser uma piada de mau gosto.

A presença de Messi na seleção, ainda que não tenha conquistado títulos — e a cada dia fica mais improvável que ele não irá conquistar — é importante para a nova geração de jogadores que estão a surgir. Casos de Dybala, Correa e, porque não em um futuro, Calleri (que hoje está num mal momento no West Ham, já pedindo para voltar ao Brasil. Isso sem falar de Kranevitter, um melhor jogadores para a posição. Neste caso, a ajuda maior será de Mascherano.

Isso ficou notório na estreia de Dybala, quando foi expulso no começo do jogo contra o Uruguai. Internamente, segundo a imprensa argentina que acompanhou o jogo em Mendonza, Messi foi um dos mais importantes no vestiário ao consolar o craque oriundo do Instituto de Córdoba e hoje um dos ídolos da Juventus de Turim. Vale lembrar que Messi, em sua estreia contra a Hungria, em 2005, foi expulso com 18 segundos. E isso não culminou em algo ruim. Vale sim a aposta.

Por outra parte, Bauza demonstra uma incoerência quanto aos nomes para o setor defensivo para os jogos contra Peru, em Lima, no dia 6 de outubro, e Paraguai, em Córdoba, no dia 11 de outubro próximo. Voltar a relacionar Demichelis e Zabaleta é provar que não existem zagueiros e laterais bons — ainda que Gino Peruzzi, Paolo Goltz, Federico Fazio sejam constantemente preteridos, ainda que não estejam em seu auge, mas, ainda assim, melhores do que as opções de Bauza.

Ainda que com idade para mais um Mundial, Higuaín, que nas apostas desportivas da bet365 é o jogador mais bem cotado para ser o melhor marcador da Serie A com 1.57 de odds, é outro nome que requer a incoerência. É um bom jogador, mas necessariamente as três últimas finais foram a gota d’água. Principalmente contra os chilenos, que nunca haviam ganhado nada internacionalmente e hoje contam com dois títulos.

O mesmo vale para Aguero. Apostar em um jogador que vive lesionado apenas por ser amigo de Messi não ajudará ninguém a ser campeão mundial. Prova do Mundial do Brasil em que o craque do City não jogou nada.

Quanto a Dí Maria… ainda que seja um vidro, vale a aposta pelo fato de a Argentina não ter um meia (por favor, Bauza, não o coloque como atacante). Mas neste caso, é maior o demérito dos preparadores físicos argentinos do que dos atletas.

Uma coisa há de se comemorar: ao menos o colírio das meninas, Lavezzi, não foi mais convocado. Que Bauza continue apostando assim — pelo menos nesta situação.

Goleiros: Nahuel Guzmán (Tigres-MEX) e Sergio Romero (Manchester United).

Defensores: Facundo Roncaglia (Celta de Vigo), Mateo Musacchio (Villarreal), Ramiro Funes Mori (Everton), Marcos Rojo (Manchester United), Martín Demichelis (Espanyol), Gabriel Mercado (Sevilla), Nicolás Otamendi (Manchester City) e Pablo Zabaleta (Manchester City).

Meio-campistas: Matías Kranevitter (Sevilla), Javier Mascherano (Barcelona), Lucas Biglia (Lazio), Augusto Fernández (Atlético de Madrid), Nicolás Gaitán (Atlético de Madrid), Ever Banega (Inter de Milão), Erik Lamela (Tottenham) e Ángel Di María (Paris Saint-Germain).

Atacantes: Lionel Messi (Barcelona), Ángel Correa (Atlético de Madrid), Lucas Pratto (Atlético Mineiro), Sergio Agüero (Manchester City), Paulo Dybala (Juventus) e Gonzalo Higuaín (Juventus).