De La Plata/ARG – Uruguai e Peru demonstraram na noite desta terça-feira que a essência do futebol sul-americano ainda vive. Apesar de inúmeros passes errados durante boa parte da partida, o jogo pegado, rápido e aguerrido tomou conta do duelo. E hoje, graças a um jogador típico por essas bandas, quem levou a melhor foram os uruguaios, que venceram por 2×0, cumpriram o favoritismo e chega com moral para a final do torneio no próximo domingo.
Muitos podem dizer que o futebol apresentado hoje não teve aquele nível técnico esperado. Mas, diferente do que apresentam Brasil e Argentina nesta competição, as duas seleções impuseram um ritmo mais forte e provaram que o futebol não precisa ser robotizado, mesmo com os seus principais craques estando fora de seus Países. Suárez foi a grande prova disso. Apesar de jogar no velho continente, o jogador não perdeu as suas características. Assim como toda seleção dirigida por Maestro Tabárez. E por isso, está na final.
O primeiro tempo contou com mais passes errados do que acertos. Em meio a isso, as tradicionais jogadas demonstradas durante todo o torneio. O Uruguai abusava das bolas alçadas na área para cabeceio dos defensores e os peruanos nos contra golpes iniciados pelo experiente Vargas. Contudo, diferentemente da partida contra os argentinos no último sábado, o Uruguai teve menos oportunidades para matar o jogo, já que os peruanos evitavam ao máximo ceder espaços para os charruas.
Mas, no segundo tempo, apareceu a estrela do melhor jogador da competição. Luis Suárez mostrou o oportunismo e a garra sul-americana que poucos atletas por essas bandas costumam carregar nos dias de hoje. No primeiro gol, o atacante se posicionou bem após o chute de Forlán, no qual Fernández rebateu. Depois, teve a frieza de ficar atrás dos defensores e saiu na cara do gol com o arqueiro, que tomou um drible na entrada da grande área e viu a possibilidade de uma reação ir por água abaixo.
Os peruanos continuaram pressionando. Não desistiram, assim como os… sul-americanos faziam décadas atrás. Nem a expulsão de Vargas, após uma cotovelada, diminuiu o ímpeto. Quase diminuiu graças a uma falha de Muslera, que teve de salvar uma bola fácil em dois tempos. Talvez, isso tudo, deve-se principalmente por que no banco de reservas peruano há um treinador charrua: Sergio Markarian, que proporcionou inúmeras críticas aos que gostam de taxar os treinadores como retranqueiros e ofensivos. Talvez por ele, os peruanos chegaram mais longe do que chilenos, colombianos, brasileiros e argentinos.
Os uruguaios provaram mais uma vez que mesmo com o futebol dito por muitos como pragmático, pode-se chegar a uma final de campeonato. Provou isso no Mundial passado, quando chegou as semifinais e só caiu diante da Holanda num jogo com inúmeras polêmicas. E agora, têm totais condições de obter o título em solo argentino. E como bem lembram os torcedores, ‘como na primeira vez’, quando obteve o titulo em 1916 (também venceu em 1987, sendo o único time estrangeiro a vencer uma Copa América na Argentina).
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