Sem defesa, sem meio-campo e sem ataque
Foi a terceira vez que o Boca foi à Floresta precisando vencer o Albo. Pela terceira vez, perdeu. Foi só de dois, mas poderia ter sido de muito mais. O Albo dominou toda a partida e teve jogadores excelentes em campo: Borghello, Vildozo, Soto e Ahumada. Já o Boca teve em Silva, Burrito Martínez e até em Pérez jogadores insignificantes. Desta forma, o resultado não poderia ser diferente. E o Boca chega à sua segunda derrota consecutiva no Torneio Final.
Desde os primeiros minutos, o Albo procurou jogar no campo do Boca. Para tanto, seus alas atuavam praticamente como meio-campistas de lado de campo. Quando a equipe atacava, a presença ofensiva era significativa e colocava sustos na defensiva xeneize. Tanto foi assim que, aos oito minutos, o Albo já havia feito três tentativas de abrir o marcador. Em parte, isto não ocorreu em razão da presença de Ustari; em parte, porque pareceu que o último toque do ataque local era da pessoa errada.
Somente aos onze minutos, foi que o Boca chegou no ataque. Burrito Martínez teve boa chance, mas foi infeliz na conclusão. Com Martínez, os xeneizes tiveram mais uma ou duas chances. Mas foi pouco. O Albo continuou a dominar o cotejo e ter as melhores chances de colocar a pelota no arco. Mesmo que o Boca recuasse seus onze homens para defender Ustari, ainda assim foi por detalhes que o conjunto local não abriu o marcador.
No segundo tempo, o Albo seguiu na pressão. Aos cinco, Borghello pegou cruzado e obrigou Ustari a operar um milagre. Um minuto depois, Oscar Ahumada, torcedor confesso do Boca, não perdoou e guardou a pelota no arco xeneize: 1×0.
Dois minutos depois, Erviti fez ótima jogada e cruzou para uma cabeceada forte e precisa de Tanque Silva. Desta vez, foi Cambiasso quem operou um milagre. Alguns minutos depois, aos 15, a pelota voou para a área do Boca e Ceballos viu pênalti de Silva ao cometer falta dentro da área. Ángel Vildozo foi para a pelota e não teve dificuldades para guardá-la no arco de Ustari: 2×0.
O Boca parecia perdido e sem rumo. Mesmo Bianchi pareceu contaminado com a péssima apresentação do conjunto da Ribera. Assim foi que colocou Nico Blandi no lugar de Fernández. Ficaram dois centroavantes para tentar alguma coisa, só que sem ninguém para acioná-los. Foi então que Bianchi pediu a Ribair Rodríguez que atuasse praticamente como um terceiro zagueiro. O charrua ficou sobrecarregado e o meio-campo ficou ainda mais desprotegido.
Contudo, embora não recebesse a pelota na frente, Santiago Silva esteve longe das boas atuações da temporada anterior. Também Martínez não se apresentou bem. Na primeira etapa, foi quem chegou algumas vezes no ataque. Só que invariavelmente parecia sem saber qual o seu posicionamento. Quando caía pelas pontas, ficava distante de um bem marcado Silva; quando caía pelo meio, se confundia e batia cabeça com o Tanque. Além disso, Martínez não pareceu confortável mesmo quando caía pelo setor do campo que ele mais gosta. Isto ocorria porque o Burrito parecia vitimado pelo dilema entre ser um meia-atacante, que retorna para a criação, e um atacante de lado de campo, assim como muitas vezes atuava pelo Vélez. Assim, não funcionou a defesa, o meio e o ataque do conjunto da Ribera.
Vildozo, Borghello e Ahumada, por outro lado, estavam em ótima jornada pelo Albo. Não se cansavam de chegar na área de Ustari. Já o porteiro dava mostras de que ao menos debaixo das traves o conjunto xeneize parece bem representado. Não fosse por ele e o Boca Juniors levaria uma goleada na Floresta. Assim foi que o resultado de 2×0 foi justo. E poderia ter sido de muito mais, caso o arqueiro xeneize não fosse um dos homens da partida.