Na sequência 11ª rodada do Torneio Inicial, o San Lorenzo foi à Mendoza com a dura missão de vencer o Godoy Cruz, já que o triunfo do Rojo, na rodada, o havia colocado na zona do rebaixamento. Não conseguiu, pois ficou na igualdade em zero. Pior que não ter saído da degola foi ver um time desorganizado não só pelo momento que vive, mas pelas invenções desnecessárias de Pizzi, seu novo treinador. Já em Victória, o Vélez passou pelo Tigre com um gol de Ariel Cabral aos 37 do segundo tempo. O Fortín jogava com 10 homens e era superior ao Matador. O que dimensiona a justiça no placar a favor dos fortineros.
Godoy Cruz 0x0 San Lorenzo
O cotejo começou sem que as duas equipes quisessem propor o jogo ofensivo. Dessa forma, os primeiros minutos foram de baixo nível técnico, fato que contribuiu para o sono de alguns torcedores. Ainda assim, era o San Lorenzo quem arriscava um pouco mais. Prendia o Tomba no seu campo de defesa e parecia se aproveitar do excesso de tranquilidade e modorra do rival do Vale do Cuyo.
Contudo, o Ciclón foi para o jogo com profundas modificações na forma tradicional com que jogada seu antigo treinador, Caruso Lombardi. Com uma formação 4-2-3-1 era possível de se ver Buffarini na lateral-direita, Strcqualursi isolado na frente e Matías Mirabeje solto para cumprir um papel de falso enganche. Não funcionou. O que se via era um monte de jogadores sem encontrar posição dentro de campo. Exemplo disso, foi que aos sete minutos, Stracqualursi fez uma jogada pela beirada do campo e cruzou para Mirabaje cabecear para fora.
Nos últimos dez minutos, porém, o Tomba se mostrou como o dono do jogo e produziu mais jogadas de gol do que as duas equipes juntas, até então. Chegou várias vezes com perigo à meta defendida por Migliore. Contudo, a falta de precisão pode e deve ser computada na qualidade geral da equipe mendocina.
De forma que o primeiro tempo terminou no zero e o resultado foi justo.
Na etapa complementar, o jogo ganhou uma outra dinâmica. Não que o treinador cuervo tenha resolvido algumas incongruências, como a da equivocada presença de Buffarini na lateral. Nada disso. É que o desejo de vencer o embate pareceu ter contaminado as duas equipes nos vestiários. Atitude razoável diante diante de um cenário em que a ausência de uma maior qualidade técnica chegava a cansar aos bravos torcedores que foram ao Malvinas Argentinas.
Aos cinco minutos, Stacqualursi finalmente chegou às redes, mas seu impedimento no lance foi corretamente anotado por Vigliano. Só que o vigor ofensivo visitante logo se renderia à melhor disposição tática do rival. Isto ocorria principalmente por um problema: pela insistência de Pizzi de manter Buffarini como um 4 clássico. Fora de sua função, o melhor jogador cuervo se apagou dentro de campo. Insistimos na nota porque o deslocamento do volante prejudicou outros jogadores. A maior vítima foi Mirabaje, que precisou ocupar seu setor, recuar para partir com a pelota (assim como fazia Buffarini) e ainda chegar no miolo da área e bater cabeça com Jara.
Além disso, Camacho, o melhor em campo pelo Tomba, passeava pelo setor em que encontrava um falso lateral. E por que isto ocorria? Porque o ex-volante verdolaga por vezes, e sem pensar, tentava voltar à sua posição de origem.
Este erro foi parcialmente corrigido aos 20 minutos. Masuero foi para a posição e liberou o ex-Ferro Carril para sua posição de voltante. Ainda assim, era o Tomba quem chegava com perigo e estava bem mais próximo de abrir o marcador.
Ao Ciclón restava cada vez mais os contragolpes. Eles ocorriam até em bom número. Assim como aos 32 minutos, quando Franco Jara chegou às redes do Ibáñez. Só que mais uma vez o gol foi anulado por impedimento. E mais uma vez o árbitro agiu corretamente.
Com o fim da partida chegando, as duas equipes propuseram um jogo ainda mais aberto. Contudo, a disposição de ambas equipes novamente pareceu mais importante e consistente do que a qualidade técnica que apresentavam. Mesmo que o Ciclón tenha melhorado com a recolocação de Buffarini em sua posição, Stracqualursi continuava a buscar a pelota no fundo para tentar o passe, o que dá uma dimensão do quanto o clube de Boedo continua igual (ou pior) em relação à equipe treinada por Caruso Lombardi.
No fim, o justo resultado de zero manteve o Ciclón na zona do rebaixamento. Pior que isso, foi a possível desconfiança de que o time segue precisando um um novo treinador.
Godoy Cruz: Nelson Ibáñez; Lucas Ceballos, Leonardo Sigali, Jorge Curbelo, Emiliano Insúa; Fernando Zuqui, Nicolás Olmedo, Federico Lértora, Washington Camacho; David Ramírez e Mauro Óbolo. Técnico: Omar Asad.
San Lorenzo: Pablo Migliore; Julio Buffarini, Pablo Alvarado, Nicolás Bianchi Arce, Gonzalo Prósperi; Luis Aguiar, Enzo Kalinski; Franco Jara, Alan Ruiz, Matías Mirabaje; Denis Stracqualursi. Técnico: Juan Antonio Pizzi.
Tigre 0x1 Vélez Sarsfield
Em Victória, o Fortín conseguiu uma grande vitória contra o Matador. Isto ocorreu pela grande disposição tática que a equipe de Gareca demonstrou em campo. Justamente o que o seu rival não teve. Assim, os fortineros empataram em disposição e garra com o Matador, mas venceram no plano tático e até técnico.
Aos 14 minutos, Facundo Ferreyra quase abriu o marcador em grande jogada de Insúa. O maestro do meio-campo fortinero era o centro pelo qual a equipe de Liniers processava suas principais jogadas de ataque. Assim, mesmo com o maior volume do Tigre, ficava fácil para o visitante conseguir se defender. Isto ocorria porque nem de perto o Matador tentava disputar o cotejo na meia cancha. E o efeito disso é que suas jogadas eram precipitadas ou beneficiadas quase só por jogadas de bola parada.
Aos 40 minutos, novamente Ferreyra quase chegou às redes de García. Ou seja, mesmo mantendo a posse de bola na maior parte do tempo, as duas principais jogadas de ataque foram protagonizadas pelos visitantes.
O segundo tempo foi bem o retrato dos primeiros 45 minutos. Tanto foi assim que aos 15 minutos, “el Pocho” Insúa novamente fez uma bela jogada e por muito pouco não abriu o placar para o Vélez. Este lance mostrava que o caminho da vitória poderia ser suave para os visitantes. Só que aos 22 minutos, Francisco Cerro cometeu falta em Pérez García e recebeu o segundo amarelo. Com 10 homens o Fortín precisou se desdobrar.
A partir daí, curiosamente só deu Vélez. Allione e Lucas Pratto tiveram duas boas chances. Aos 37 minutos, Ariel Cabral resolveu mostrar a seus companheiros como se chegava às redes. Fez uma excelente jogada individual e colocou a pelota no arco de García. Allione e Romero puderam ampliar em seguida, mas não tiveram a mesma eficiência de Cabral. E ficou mesmo no 1×0 para o conjunto dirigido por Ricardo Gareca. Triunfo importantíssimo às pretensões fortineras de chegar à liderança da competição.
Tigre: Javier García; Norberto Paparatto, Mariano Echeverría, Lucas Orban; Martín Galmarini, Gastón Díaz, Diego Ferreira (Agustín Torassa), Ramiro Leone; Matías Pérez García (Lucas Janson); Silvio González (Diego Ftacla) e Ezequiel Maggiolo. Técnico: Rodolfo Arruabarrena.
Vélez: Sebastián Sosa; Fabián Cubero, Fernando Tobio, Sebastián Domínguez, Emiliano Papa; Iván Bella (Agustín Allione), Francisco Cerro, Ariel Cabral, Federico Insúa (Lucas Romero); Facundo Ferreyra (Juan Ignacio Sills) e Lucas Pratto. Técnico: Ricardo Gareca.
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