Desde Buenos Aires – Há exatamente uma semana, o futebol argentino viveu um domingo de violência nos momentos finais do jogo entre Chacaritas e Atlanta, válido pela B Nacional. Torcedores do Chaca, se assim podem ser chamados, buscaram o confronto com a polícia e os poucos dirigentes do Atlanta que acompanhavam a partida no estádio do Funebrero em San Martín.
Ontem, novamente cenas de violência e atitudes desmedidas, voltaram a ser o principal assunto nos resumo da sexta rodada do Clausura 2012. Mais umvez os gols, as principais jogadas e os dribles mais bonitos, perderam espaço para socos, pontapés, pedras e balas de borracha. Desta vez em Bajo Flores, Nuevo Gasómetro e tendo a torcida do San Lorenzo como responsável.
Enfurecidos com a má marcação do árbitro, Diego Abal, que validou o gol de empate do Colón quando o auxiliar já assinalava o impedimento, torcedores do Ciclón esperaram por uma hora e meia após terminada a partida, pela saída de Abal que se escondia em algum lugar dentro do estádio. Durante este tempo de espera, o conflito se estendeu das arquibancadas para as dependências internas do Nuevo Gasómetro, onde um grupo de aproximadamente 100 torcedores consegiu ter acesso a área de estacionamento dos ônibus, por onde passam jogadores de ambas as equipes e a arbitragem.
A polícia tentou conter a fúria daqueles que aproveitavam tudo o que encontravam para atirar contra os escudos de proteção. A resposta veio em forma de uma repressão ainda mais violenta, com balas de borracha e muito gás lacrimogêneo. No meio de toda a confusão, alguns jogadores do Ciclón apareceram para tentar acalmar os ânimos. Migliore e Arce apelavam para que o grupo saísse pacificamente, mas foram obrigados a desistir quando pedras e cassetetes acertavam a tudo e a todos. Retornaram para dentro dos vestiários.
Abal só consegiu deixar o estádio uma hora e meia depois de terminada a partida. E só o fez graças a polícia, que aumentou seu efetivo e recebeu mais reforços. Foi embora sob a proteção de um carro da polícia e escoltado por outros tantos veículos militares que a toda velocidade, com luzes e sirenes ligadas, mais parecia fugir de uma zona de conflito do que retirar-se de uma praça esportiva.
Agora é esperar pela punição que provavelmente virá. Além dos pontos perdidos, o San Lorenzo segue na zona da Promoción após o empate de onte. Já se comenta que a próxima partida do Ciclón como mandante, contra o Vélez, deverá ocorrer com portões fechados. Mas o castigo pode ser ainda maior. Há quem acredite num mínimo de 3 jogos sem torcida local, porém há quem diga que pode suceder o mesmo no que ocorreu no caso do River Plate após o descenso. O Millonário sofreu apenas dois jogos de punição mesmo com sua torcida destruindo o Monumental e o bairro de Nuñez no empate com o Belgrano que decretou a ida para a série B.
Na tarde desta segunda-feira o presidente do San Lorenzo, Carlos Abdo, tratou de explicar que toda a confusão foi iniciada por sócios do clube que se encontravam nas plateias e não pela Barra Brava, que segundo ele, não teve acesso ao estacionamento onde esperavam pelo árbitro. Também aproveitou para disparar contra Abal: “O mínimo que vamos pedir é que parem o Abal”, afirmou o dirigente. Em relação a possível interdição da cancha, mostrou-se conhecedor da ideia, mas que obviamente vai lutar contra; “Precisamos impedir que haja uma sanção ao estádio. A situação que eu vi, não era gente da Barra. Estavam jornalistas, pessoas que vieram das numeradas e não havia reforço policial, apenas cinco mulheres policiais que não puderam impedir”.
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AHHH, ENTÃO TÁ...Sendo gente da ``numerada´´ que provocou o tumulto, então o estádio não precisa ser interditado...RIDÍCULO O PRESIDENTE DO SL .