Saldo xeneize na pré-temporada
Antes da reflexão, a notícia. O Boca Juniors venceu o AEK Atenas por 2 x 0 na capital da Grécia e voltará para a Argentina com duas vitórias na bagagem conquistadas nas terras de Platão e Aristoteles. Os gols foram de Palermo aos 43 do primeiro tempo(em jogada em posição de impedimento) e de Pablo Mouche aos 8 da etapa final.
Encerrada a turnê pela Europa, o saldo é de três triunfos (bateram também o Linz Lask, da Áustria), um empate (Milan) e uma derrota (Manchester United). Foram seis gols marcados contra três sofridos, todos em solo alemão. Tudo isso fora a compensação econômica que amistosos como esse costumam trazer.
Tudo muito lindo, mas o que exatamente essa pré-temporada no velho continente pode ajudar ao Boca, de forma prática, na sua luta para ir bem no Apertura e na Sul-Americana?
Antes de mais nada, é preciso lembrar sobre o caráter “amistoso dos amistosos”. Qualquer euforia com os bons resultados tem grandes chances de atingir frustração, pois empatar com o Milan num jogo caça-níqueis não significa nem de longe que os xeneizes estão num nível ‘europeu’ de qualidade. Mesmo assim, é possível avaliar bons e maus resultados que possam influir na temporada que se aproxima.
Táticamente, a equipe de Alfio Basile não mudou nada em relação a de Ischia. Ninguém esperava mesmo nenhuma alteração, já que na última passagem vitoriosa do Coco pelo clube o esquema era o mesmo. Olhando pelo lado da tradição, isso é bom pois os jogadores xeneizes já estão acostumados com o 4-4-2.
Todavia, a previsibilidade do que o Boca faz em campo vem ficando cada vez maior. E agora com o agravante do time ser ainda mais lento do que o do Clausura. Dependerá, mais do que nunca, da regularidade de Roman, Palermo e companhia para que o time consiga a desejada vaga para a Libertadores.
E o que dizer dos reforços? Confesso que não sei o que esperar de Gunino, mas de Insúa espero muito mais brilho do que o demonstrado na Europa, ainda que não tenha ido mal. Rosada é dos bons e tem história no time, só que sua função deverá ser mesmo a de reserva de Battaglia. Monzon volta para permitir que Morel jogue na zaga quando necessário (afinal, Paletta está de volta também…). Mas a grande surpresa positiva vem de Gary Medel. Pode jogar como lateral ou como volante pela direita, e em ambas as posições com qualidade.
Contudo, Basile está certo quanto a precisar de outro atacante. Noir e Viatri não mostram firmeza em todos os jogos, e por isso Cvitanich seria muito bem-vindo. No mais, se espera do Boca que no mínimo volte a figurar na metade de cima da tabela. Afinal, a principal deficiência foi corrigida antes da viagem para a Europa, no cargo de comandante do Boca Juniors.