Categories: Primeira Divisão

Sábado de rodada besta, na Argentina. Na B Nacional, besta foi o Rojo

Villalba comemora o gol da importante vitória do Bicho

Pela sequencia da 3ª rodada do Torneio Inicial, o futebol esteve quase que totalmente ausente dos confronto de sábado. Em Liniers, Vélez e Lanús não saíram do zero; na Paternal, Argentinos Juniors foi a exceção e bastou fazer um gol contra o Tigre; em Rosário, o Central precisou de um pênalti para bater no Godoy Cruz. Pior fez o Independiente, na B Nacional, que perdeu em Tucumán para o Decano e agravou ainda mais a sua crise.

Em resumo, pode-se afirmar que não fosse por Bicho e Tigre o futebol do sábado seria simplesmente lamentável. Em Rosário, o Central não praticou um bom futebol diante do Tomba, mas conseguiu uma importantíssima vitória. Após um pênalti polêmico, anotado pelo árbitro Néstor Pitana. Loco Abreu converteu para o Canalla, aos 39 minutos do segundo tempo. Em parte, o Central não desenvolveu seu melhor futebol por ter se deparado com um Godoy Cruz muito bem montado por Palermo. A primeira linha defensiva era constantemente reforçada pelos homens de meio-campo, que davam segurança e estabilidade ao conjunto da região do Cuyo. Em parte, o Central tampouco conseguia abrir seu jogo com eficiência e dava sinais de possuir poucas alternativas de construção da vitória, quando seus rivais trancarem suas defesas.

Contudo, o mais importante para o conjunto dirigido por Russo foi o resultado. Assim o Canalla deixa a zona da degola e ganha confiança quanto a seu principal objetivo: o de permanecer na elite argentina, ao fim da atual temporada.

No José Amalfitani, Vélez e Lanús protagonizaram um jogo simplesmente horroroso. Se o segundo tempo apresentou algumas investidas do Granate, o primeiro foi de dar sono. A modorra ocorria, pois a preocupação defensiva pareceu ser a principal preocupação dos dois treinadores. Tanto é assim que apenas no fim do segundo tempo que Santiago Silva conseguiu se desvencilhar de seus marcadores e levar perigo ao arco fortinero. Em resumo, o resultado tampouco foi interessante às duas equipes já que ambas lutam pelo título da competição. Com seis pontos, o Fortín tem um a mais que o seu rival do Sul. Porém, ambos se distanciam da ponta, que agora está nas mãos do Bicho da Paternal.

Talvez o melhor jogo de Sábado tenha sido Argentinos x Tigre. Notadamente no primeiro tempo, o jogo foi bem movimentado. O Bicho tentou a tática do ataque contra defesa e se expôs aos perigosos contragolpes do Matador de Victoria. E foi justamente quando o conjunto de Caruso Lombardi mandava em campo que o Tigre teve a melhor chance da primeira etapa. Pepe Sand só não marcou pela ótima intervenção de Migliore. A profundidade do conjunto local foi quase premiada com um gol. Paparatto seria o nome de quem atentaria contra o arco de seu próprio time. Só que o árbitro Patricio Loustau viu um impedimento inexistente de Ciro Rius e anulou toda a jogada.

A segunda etapa não foi tão interessante. Isto ocorreu pelo desgaste que o Bicho empreendeu para chegar às redes do porteiro matador, nos primeiros 45 minutos de jogo. Ainda assim, o futebol não esteve de todo ausente, na Paternal. Jogadas aconteceram de um lado e de outro, ainda que sem o brilhantismo da etapa inicial. E quando tudo sinalizava outro placar em zero na rodada, Daniel Villalba apareceu para bater cruzado e colocar a pelota no arco de Garcia: 1×0. Com o resultado, o Argentinos vai à liderança temporária da competição, embora fique na zona da degola, já que o Central também venceu na rodada.

B Nacional e Independiente: uma história com capítulos decepcionantes

Pela B Nacional, o Rojo foi à Tucumán fazer às vezes de visitante do Decano. Se deu mal. Não que perder em Tucumán seja um resultado absurdo; longe disso. O problema é que a equipe de Brindisi falhou novamente e agora ostenta somente dois pontos em 12 disputados. Pior que isso é o fato de ostentar a 18ª posição de uma rodada que sequer terminou.

Nem bem começou a partida e o Decano já se armava para cima do rival, sinalizando o pesadelo que ele sofreria no Monumental José Fierro. E mal o Rojo se deu conta do problema e Edgardo Galíndez chegou às redes de Rodríguez: 1×0, aos 11 minutos de jogo. O gol desestabilizou ainda mais a equipe de Avellaneda. Assim, sua linha defensiva titubeava nas chegadas do Decano e por muito pouco a equipe local não ampliou rapidamente o placar.

Quando tentava sair para o ataque, o Rojo deixava claro o que Brindisi parece não querer ver: Parra e Menéndez infelizmente não parecem ser os homens de ataque que a equipe precisa. E embora a prioridade do técnico seja a de montar um meio-campo competente, esta competência não parece eficaz tanto para guardar a defesa quanto para criar as jogadas que os dois homens de frente precisam. Quando em raros casos isto ocorre, Parra e Menéndez não resolvem.

O domínio do Decano seguiu e prevaleceu à modorra do Rojo, após a abertura do placar. E quando Brindisi se alegrava com o fim do primeiro tempo, Martín G. Morel, justamente aos 45 minutos, apareceu para ampliar marcador: 2×0. Com uma larga vantagem, o Atlético diminuiu sua intensidade no segundo tempo. Isto oportunizou ao Independiente que experimentasse algumas investidas no ataque. Nada ocorreu, exceto a diminuição do placar, no minuto final da partida. Matias Pisano foi o nome de um gol que em nada mudou a trágica situação do Rojo.

Disposto a repetir a situação do River, que retornou na temporada seguinte à elite argentina, o Rojo começa a se preocupar com os seus promédios, que podem levá-lo à terceira divisão do futebol do país. Cantero já afirmou que o treinador está mantido. Contudo, ele parece ser o único dirigente rojo a prestigiar o atual comandante do banco de reservas do gigante vermelho de Avellaneda.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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