San Lorenzo

Romagnoli no banco

Ao lado de Angelito Correa, Villalba é o futuro do San Lorenzo; Romagnoli, o passado
Ao lado de Angelito Correa, Villalba (foto) é o futuro do San Lorenzo; Romagnoli, o passado

Bauza confirmou a equipe que vai se deparar com o Independiente del Valle no Gasómetro. Entre eles não está Pipi Romagnoli. Por quê? Porque Patón Bauza já percebeu o que todo mundo vê, mas não admite: Romagnoli é um grande perdedor; jogador sem futuro; com muito talento e pouca competência para colocá-la em prática; um refém do próprio talento: um medroso.

Tá certo que ele pega na bola e a impressão é de que se trata de um craque daqueles. Mas afora a temporada 2000/01, em que foi um grande destaque, e a seguinte, 2001/02, em que também mandou bem dentro da cancha, Romagnoli nunca mais jogou bola. Ao menos em alto nível. Porém, a necessidade de ter um ídolo que fizesse frente aos craques dos rivais fez com que “El Pipi” fosse eleito à condição de craque eterno do Ciclón. A partir daí a enganação nunca mais teve fim.

Foram sete temporadas no clube até se transferir para o Vera Cruz, do México. Duas temporadas por lá. Fez sucesso nenhum. Apesar disso, foi para o Sporting Lisboa, mais um dos clubes portugueses que atiram para todos os lados até acertar numa contratação. Insistiu com o jogador por quatro temporadas em vão. “El Pipi” refugou e retornou para o único lugar em que todos o perdoam pela sua incompetência: o San Lorenzo de Almagro.

Está na quinta temporada, após a volta. Alguns dizem que Romagnoli foi o responsável pela permanência dos cuervos na elite, na temporada 2011/12. Mero engano. Romagnoli atuou bem nos dois ou três últimos jogos. Mas sequer foi o melhor da equipe nessas partidas. Foi superado de longe por aquele que levou o San Lorenzo nas costas em toda a temporada e notadamente nos jogos vitais para a permanência: “el Pulmão de Aço” Julio Buffarini. Só que como Romagnoli é o queridinho de Bajo Flores, ficou com a fama.

Então chegou Bauza. E teve até um ou outro que quase experimentou descontentamento pela maneira como o novo técnico impôs ao elenco um tipo de treinamento feito para gente grande. Num piscar-de-olhos os descontentes se calaram e resolveram colaborar. Não que Romagnoli estava entre eles. Mas com certeza, “el Pipi” foi um dos que se denunciou ao se expor aos treinos fortes do Patón.

Bauza desconfiou que o craque não era lá essas coisas. E não foi difícil de perceber isso não só nos treinamentos como nos jogos. E Romagnoli pouco a pouco caminha para um estágio definitivo no banco de reservas. No jogo de hoje, contra o Del Valle, o meio-campista não estará entre os titulares. No seu lugar, um jogador que tem muito mais a cara de um San Lorenzo vencedor: Héctor Villalba.

Outros que voltam são Buffarini, Ortigoza e Valdés. No total são quatro alterações em relação à última partida, pelo Torneio Final, contra o Quilmes. Buffarini vai na lateral-direita, no lugar de Prósperi; Valdés entra na vaga do lesionado Mario Cetto, enquanto Ortigoza vai na vaga de Kalinski. Então, eis o time para hoje: Sebastián Torrico; Buffarini, Valdés, Santiago Gentiletti e Emmanuel Más; Villalba, Juan Mercier, Ortigoza e Ignacio Piatti; Ángel Correa e Mauro Matos.

“El Pipi” está fora dos planos. E assim deve ser cada vez mais. Bom para o San Lorenzo e para o futebol, pois um enganador a menos pouco a pouco vai saindo de cena.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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