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River vence jogo disputado e está na zona de ascenso direto

Funes Mori comemora o gol que deu a vitória ao River

Do Monumental de Núñez – River e Boca…Unidos. Não foi o Superclássico do futebol argentino, mas uma partida que em muito lembrou alguns dos melhores encontros entre os mais tradicionais rivais portenhos. E como todo River – Boca deve ser, por mais que seja apenas o rival correntino que nem nas cores lembram o primo famoso, a partida foi emocionante e  definida apenas nos minutos finais.

A vitória por 2 a 1 aliviou uma tensão nas arquibancadas que ia aumentando gradualmente à medida que o tempo corria e os comandados de Almeyda não conseguiam encontrar o detalhe que faltava para o gol. Com os três pontos conquistados no final da noite deste domingo, o River assumiu provisoriamente a liderança da B Nacional e espera o resultado da partida do Central, que visitará amanhã o Patronato, para saber se continuará na ponta ou vai cair para a segunda posição. Independente disso, o mais importante é saber que a equipe a partir de agora ocupa a zona de ascenso direto.

AMBIENTE DO JOGO

Para quem vem acompanhando no Monumental de Nuñez os jogos do River nesta campanha na B Nacional, a mudança de postura da torcida Millonaria fica evidente e claramente marcada. Quando tudo começou, o pensamento era de que o time atropelaria os rivais e conseguirua sem muito esforço o seu lugar de volta na elite. Com passar do tempo e das rodadas, alguns inesperados empates e outras trágicas derrotas, colocaram os pés dos torcedores na dura realidade de um time que atua mais na base da vontade do que na qualidade.

A torcida aprendeu a lição e compreendeu que este campeonato não é apenas transitório, mas sim sofrido e disputado como qualquer outro que o glorioso clube de Nuñez já disputou. O jogo de hoje foi a tônica desta mudança de comportamento, Millonarios que encaravam este simples Boca Unidos, com o mesmo respeito e seriedade de um Boca Jrs. Passaram por sustos, tensão, alegria, desapontamento e novamente o sentimento de felicidade fechou a noite com o gol de Funes Mori.

PRIMEIRO TEMPO MORNO

Como é habitual nas partidas disputadas em casa, o River se lançou a frente. Almeyda decidiu arriscar mais e escalou um time bem ofensivo com Trezeguet e Cavenaghi na frente e Chori Domínguez e Villalva abertos um em cada lado. Parecia que o sistema iria funcionar já que as primeiras ações foram todas comandadas pelo Millo. O baixinho Keko infernizava a defesa do Boca Unidos pelo lado esquerdo enquanto Chori dava mostras de sua qualidade do outro lado do campo.

Mas como também passou a ser costumeiro em partidas no Monumental, conforme o tempo passa e~principalmente se o River não encontra seu gol, a impaciência passa a falar mais alto que a tranquilidade. O despero em definir logo o encontro levou o River a criar espaços vazios atrás e o Boca Unidos perdeu duas incríveis chances de abrir o placar,na primeira delas Visconti ficou cara a cara com Vega e isolou por cima do gol e na segunda Núñez teve tudo para abrir o placar, mas ambém chutou por cima do travessão.

Carlos Sánchez agoniza de dor; fratura na clavícula

Já no final primeiro tempo Sánchez fraturou a clavícula em uma disputa de bola próximo à linha lateral. O jogador gritava de dor e precisou ser substituído por Aguirre. Deverá ser desfalque certo para as duas últimas rodadas, uma vez que o período de cicatrização pode tardar. Outro que chamou atenção de todos foi Leonardo Ponzio. O jogador precisou trocar três vezes de shorts durante a partida pois tinha a parte de trás toda ensanguentada. O atleta não quis comentar o que aconteceu, mas na coletiva de imprensa com Almeyda os jornalistas questionaram o treinador que respondeu: “Não posso dizer o que é porque não vi de onde saía”.

Veio o intervalo e a sensação da maioria no estádio era de que o Millonario estava no lucro em ir com o 0 a 0 para os vestiários.

GOLS NO SEGUNDO TEMPO

Para a segunda etapa nenhum dos dois treinadores realizou alguma alteração. Em um dos lances mais impressionantes da partida, o goleiro Vega salvou com o pé esquerdo um chute a queima roupa dentro da pequena área. Defesa espertacular e que seria comentada durante muitos minutos pelas arquibancadas do Monumental. Tudo permanecia igual até que o treinador do River resolver fazer algumas mudanças. Colocou Funes Mori no lugar de Cavenaghi e Ocampos entrou porVillalva.

Ocampos entra quando o River tinha uma cobrança de falta pelo lado direito do ataque, Chori lança na área, Funes Mori ajeita de cabeça e no primeiro lance na partida, Lucas enfia uma bomba e manda para o fundo das redes aos 30′ do segundo tempo, Millo na frente 1 a 0. Mas como se fosse obra do destino e para deixar mais realista um River – Boca… Unidos, Fredirich empatou faltando apenas 10 minutos para o final. Apreensão e desespero tomaram conta de jogadores e torcedores.

Mas o alívio veio e dos pés de outro jogador que ingressou na etapa complementar. Funes Mori aproveitou sobra dentro da área e marcou um golaço com um chute indefensável. Era o nó na garganta desatado, o grito tão esperado ecoando na atmosfera de um Monumental em estado de êxtase, River passa a frente, 2 a 1 pra cima do Boca… Unidos, faltando poucos minutos para terminar o encontro.

Os correntinos ainda tentaram fazer algum tipo de pressão, porém já não tinham pernas suficientes para fazer frente aos jovens do River Plate. Final de jogo, vitória “puro huevo” e um grande passo dado para o retorno aos Superclássicos com o Boca e ponto.

COLETIVA DE IMPRENSA

Ponzio passou apressado e não quis comentar sobre a mancha de sangue

Matías Almeyda era a imagem do alívio. Bem humorado sentou-se e falou de tudo, ou quase tudo. Evitou comentar o ocorrido com Ponzio e usou termos divertidos para escapar do assunto. No mais preferiu destacar a valentia e vontade dos jogadores; “Tenho orgulho de comandar estes atletas. Era uma partida que precisávamos vencer e demos um passo importante para o retorno”.

O entusiasmo era claro, mas o treinador preferiu manter os pés no chão e encerrou; “Ainda faltam 180 minutos para o regresso”. O River terá que visitar o Patronato na penúltima rodada e encerra sua participação na B Nacional (definitivamente?) contra o Almirante Brown no Monumental de Nuñez, que finalmente aprendeu a receber jogos desta categoria.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

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