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River punido em 500 mil pesos pelos incidentes da promoción

Torcedores enfrentam a polícia no dia que o River foi para a segundona

Desde Buenos Aires – Há pouco menos de um ano atrás, o River Plate escrevia na sua gloriosa história a página mais triste destes 110 anos de existência. Jogava a promoción contra o Belgrano no estádio Monumental e o melancólio empate sentenciava o Millonario ao descenso para a segunda divisão do futebol argentino. Daquele dia, as lembranças são as piores possíveis. Além de muitos torcedores chorando, outros tantos descontaram sua fúria nas dependências e nas ruas próximas ao estádio. O caos tomou conta do populoso bairro de Nuñez, mas nada disso impediu que o time jogasse a B Nacional.

Agora chegou o momento da cobrança. Não a esportiva, já que a duras penas os comandados de Almeyda vão lutando por uma vaga na elite, mas a indenização financeira. A diretoria do clube procurou o fiscal portenho, Gustavo Galante, com a finalidade de realizar o acerto necessário para evitar um juízo oral, onde correriam o risco de ir para prisão. A somatória atinge o valor de 500 mil pesos, a maior sentença já decretada pela Justiça de Buenos Aires. O River Plate foi penalizado em 200 mil dólares que deverão ser destinados a hospitais, abrigos, refeitórios, associações e fundações escolhidas pelo órgão fiscalizador. O restante do dinheiro, 300 mil pesos, será responsabilidade de oito dirigentes do clube, entre eles o presidente Daniel Passarella. De onde os diretores retirarão tal valor, ainda permanece como dúvida.

Além da multa, Passarella, Diego Turnes (vice) e Daniel Bravo serão obrigados a frequentar um curso de organização e segurança em espetáculos massivos, enquanto outros membros da diretoria deverão ir a uma reunião da oficina de convivência urbana, organizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Cidade.

Outras alterações também foram previstas para evitar novas ocorrências deste tipo no Monumental de Nuñez. Um funcionário da Justiça irá acompanhar todas as câmeras de segurança do estádio e uma equipe de prevenção deverá permanecer nos corredores entre tribuna e plateia, zelando para que os mesmos fiquem livres em caso de uma rápida evacuação. Tudo para adequar-se ao novo protocolo de segurança, assinado pelo presidente da instituição.

Por mais que possa doer no torcedor millonario a sensação de humilhação pelo rebaixamento ou a multa aos cofres do clube, nada é mais vergonhoso do que a impressão de que o River não está capacitado para organizar uma partida de futebol. Ou que seus torcedores não possam assumir um resultado que há muito já se prognosticava.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

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