Categories: Primeira Divisão

River dorme de novo e não consegue vencer o Temperley, no Monumental

Tudo indicava que o River finalmente venceria um joguinho, no retorno do “Argentinão”, após aquele “torneiozinho meia-boca”, chamado Copa América. E para tanto, foi a campo com uma linha de três atacantes, composta por “el Conejo” Saviola, Cavenaghi e Lucas Boyé. No banco, Lucho González, Pitty Martínez e Alario esperariam para entrar no segundo tempo. Tudo indicava que o Millo conseguiria três pontos com facilidade. Mas se esqueceram de alguns combinados. Não combinaram com o Temperley; não combinaram com a própria afobação e desorganização dentro de campo. Resulta daí que após levar um gol de Funes Mori, o Gasolero soube aproveitar a única chance que teve no primeiro tempo e igualou o jogo: 1×1. No segundo tempo, o River dormiu o tempo todo e não mexeu no placar. O mesmo ocorreu com a Celeste, que se dava feliz com o empate. Resultado justo para o futebol “nota 3” das duas equipes.

Nem bem começou o jogo e todos testemunharam aquele cenário de sempre: o Millo partindo para cima do rival como se fosse goleá-lo com facilidade. Aos 8′, Driussi arrematou com aquele carinho e a pelota já mirava o arco. Contudo, Crivelli se fez valente e segurou. Pareceu que o Millo iniciava uma pressão insuportável para cima do Gasolero. Este cenário, contudo, não tem enganado a ninguém e todos supunham que logo o fogo abaixaria e o time dormiria em campo. Foi o que aconteceu a partir dos 20 minutos de jogo. Ocorre que foi justo nesse tempo que um golzinho tímido saiu. Bogino fez falta em Saviola e, na cobrança, Funes Mori guardou a pelota no arco de Crivelli: 1×0.

Depois do gol, o sono chegou. A pelota ia de um lado para outro e nada acontecia. Então ela voltava para o meio-campo para que a armação ganhasse outra chance de colocar alguém na cara do gol. Qualidade para isso não havia. Pior ainda é que embora a modorra prevalecesse uma enorme afobação dava o tom. Disto resulta que os espaços para o visitante se avolumavam minuto a minuto. Bastava só que o Gasolero encaixasse um contragolpe. Aos 37′, Kranevitter e Saviola “sujaram a calcinha”, no meio-campo, e deixaram a bola nos pés do melhor meio-campista, no jogo. Sabueza articulou com Di Lorenzo e deixou Esparza na cara do gol. Na saída de Chiarini, ele bateu cruzado e guardou: 1×1.

Na segunda etapa, novamente o Millo voltou cheio de energia. Só que novamente ela ou foi guardada para um tal jogo, contra o Guaraní do Paraguai, ou canalizada diretamente para as bizarrices. Numa dela, Chiarini deixou dúvidas sobre sua mizade com Funes Mori. Numa saída de bola típica de amadores, o River quase levou a virada do Gasolero. Esta foi a melhor chance do Temperley, apesar dos vastos espaços que a equipe teve para contra-atacar o dono da casa.

Desde o início do jogo, que o River deu mostras de não saber como lidar com um esquema que tinha quatro homens coladinhos ao seu porteiro e tendo um outro homem, guardando essa linha de forma brilhante. Este homem era Arregui, que matou a pau durante os 90 minutos. Sempre que a pelota chegava no setor, ela era espirrada, chutada ferozmente para o outro campo ou para as laterais. Algumas vezes, era alçada para o meio-campo na tentativa de encontrar o único atacante celeste. Mas Gbec sequer viu se a bola era azul, branca, vermelha ou listrada. E isso durante durante todo o jogo.

Sendo assim, Muñeco Gallardo resolveu intervir. Tirou Solari de campo e levou Lucho González para a estreia. Fez o mesmo com Alario, em substituição a Cavenaghi, além de levar a campo Pitty Martínez, no lugar de Boyé. O primeiro toque de Lucho na bola fez todos no Monumental suspirarem a felicidade da pelota bem jogada. Mas esta foi a única vez que o “veterano” demosntrou algo de últil. Martínez se fez em boa alternativa para a armação, que ganhou com ele os lançamentos em bola alçada. Mas a noite não era mesmo para o Millo. Prova disso é que Alario foi outro que não justificou a entrada, parecendo até confundir a pelota com uma melancia ou uma bexiga, em razão dos seus toques excessivamente fracos ou fortes na redondinha.

Sendo assim, o jogo ficou mesmo no placar do 1ºT: 1×1. Um resultado que afasta o River dos ponteiros da tabela, além de deixar dúvidas sobre até quando a modorra e a desorganização da equipe seguirão atrapalhando os planos de vitória. Já para o Temperley, o resultado foi comemorado como se fosse um título, o que dimensiona bem o fracasso millonario no Monumental de Nuñez.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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