River anula Guaraní, faz 2-0 e põe um pé na final da Libertadores
O Guaraní ainda não havia sido vazado no mata-mata e não se inibira contra camisas pesadíssimas de Corinthians e Racing. Mas hoje não deu. Os paraguaios foram esmagados no segundo-tempo e se não foram goleados é mais por deméritos argentinos e pela sorte do goleiro Aguilar, que apostou demais nela e levou um senhor golaço de Mora.
No intervalo da Libertadores para a realização da Copa América, o River trouxe de volta Lucho González e Javier Saviola, que após mais de dez anos reestrearam na semana passada pela Banda Roja. Lucho convenceu Marcelo Gallardo por um lugar entre os titulares e não foi mal. O River começou só pressão, sobretudo pelo flanco direito, com Rodrigo Mora e Carlos Sánchez arranjando diversos cruzamentos. Quando calibraram a jogada, Lucho quase marcou, mas o goleiro Aguilar espalmou no reflexo. Na sobra, Sánchez acertou a trave, na chance mais concreta do primeiro tempo.
Em outra boa movimentação, Lucho González deixou o garoto Alario, substituto do recém-transferido Teo Gutiérrez (que foi ao Sporting Lisboa), perto do gol. Alario driblou o goleiro mas perdeu ângulo. Foi a outra grande chance millonaria: apesar do volume do jogo muito superior, não conseguia acertar o passe ou a conclusão. Tanto que o outro único tiro a gol foi um fraquinho de Lucho.
Apesar do esforço e da figura negativa do River ser Matías Kranevitter, desarmado facilmente ou praticamente cedendo a bola aos adversários, Lucho terminou substituído no intervalo pela promessa Gonzalo “Pity” Martínez. A alteração se mostraria premiadíssima. Antes de abrir o placar, o River reclamou de um pênalti: em lance rápido, um defensor paraguaio deu a impressão de ter usado a mão para jogar para escanteio, mas o árbitro acertou – a bola foi afastada com a cabeça. Diversos outros pênaltis foram reclamados em jogadas cavadas e o juiz seguiu firme em não se convencer.
Quando se esforçou em concluir a jogada e não em cavar penais, o River colheu frutos. Martínez, endiabrado, arriscou driblar um adversário pela linha de fundo ao invés de cruzar. Ganhou o escanteio e na cobrança a bola sobrou para Gabriel Mercado fuzilar Aguilar: River 1-0 aos 14 minutos da segunda etapa. Ele quase ampliou cinco minutos depois, em novo escanteio, dessa vez com a cabeça. Aguilar defendeu o lance em dois tempos. Aos 26, nova chance com Mercado, que desviou com a sola em cima do arqueiro oponente, que mais na sorte do que na habilidade conseguia catar.
Aos 27 do segundo tempo, não teve jeito. Em raro contra-ataque, Alario fez o pivô para Mora galopar pela direita rumo à grande área. Sem se afobar, o uruguaio foi chegando e ousou, encobrindo um pouco sem ângulo o adiantado goleiro Aguilar. A bola parecia que resvalaria no travessão e foi o que aconteceu, mas foi generosa e pingou para as redes, em um golaço.
A ótima vantagem não acomodou o River e isso se refletiu nas alterações. Com cerca de 15 minutos para o fim, mesmo com uma partida inteira ainda para ser jogada no Paraguai, o técnico rival tirou o amarelado zagueiro Patiño para colocar um atacante (Fernández). Aos 40, ao invés de reforçar a defesa, Gallardo insistiu em buscar o terceiro gol e trocou Alario por Saviola. No lance mais perigoso, Mora deu um bom passe para Ponzio, mas Aguilar chegou antes e dividiu a bola. Ponzio acabou amarelado e foi substituído em seguida por Mayada.
Já nos acréscimos do jogo, na única boa chance proporcionada ao Guaraní, o artilheiro Santander demonstrou a fraqueza de espírito dos visitantes e acertou a barreira de Barovero. Para os paraguaios, já é tudo ou nada para a próxima terça-feira. Repetindo o futebol medroso de hoje, será nada. Pois o superofensivo River merecia ao menos mais um gol. Abaixo, as escalações.
RIVER: Barovero; Mercado, Maidana, Funes Mori e Vangioni; Ponzio, Kranevitter, Sánchez e Lucho González; Mora e Alario
GUARANÍ: Aguilar; De La Cruz, Patiño, Cáceres. Maldonado, Bartomeus; Mendoza, Palau, Contrera; Benítez e Santander.
Gols: Mercado (14/2º) e Mora (27/2º)