A mídia esportiva argentina foi pega de surpresa com uma notícia inesperada: o presidente do Rafaela, Ricardo Tettamanti renunciou a seu cargo, dois meses antes das eleições. Essa notícia poderia vir de qualquer lugar, menos de um clube que junto a poucos outros são modelos a seguir no atual futebol argentino. Contudo, mais importante que isso, seria a questão que a pequena crise trás implícita: O Atllético de Rafaela quer continuar a ser um modelo do bem ou quer seguir o modelo, da maioria dos clubes argentinos, em que a autopromoção dos cartolas levam seus clubes à bancarrota?
Poucos clubes argentinos são tão organizados como o Atlético de Rafaela. Foi graças a essa organização que a equipe superou a falta de sorte e de tradição para ascender ao futebol de elite argentino, enquanto instituições muito mais consagradas continuam vagando pelas divisões do acesso. Contudo, dois meses antes das eleições, o aclamado presidente Ricardo Tettamanti entregou seu cargo aos demais diretores do clube. A notícia caiu como uma bomba e chama mais atenção na Argentina do que a dimensão do clube santafesino poderia sugerir.
Não é para menos, bem estruturado em todos os sentidos, saneado financeiramente, com uma boa categoria de base e com um planejamento invejável para lidar com a novidade que representa o futebol de elite, o clube é um modelo a seguir fora de campo. Dentro dele, o quadro é ainda mais favorável: uma equipe compactada e forte em todos os setores garantem bons promédios, vice-líderança do Clausura e a pecha de time osso duro de roer para qualquer grande que o enfrente. Então por que Tettamanti renunciou, tendo ainda seis meses de mandato?
Tudo indica que o cartola estaria infeliz com os rumos internos que a sua sucessão está tomando: as alianças perigosas, o vale-tudo, e a articulação que o seu próprio vice de futebol tem tramado para tornar-se o seu próximo sucessor. O que Tettamanti ver é o mesmo filme que antecipou as tragédias administrativas que derrubaram diversos clubes no futebol argentino. Tudo diferente do que ele e outros poucos dirigentes têm feito ao apostarem na organização estrutural para ganharem terreno na terra arrasada que virou o futebol do país.
Depois de seis mandatos no poder, o cartola teria quatro meses para preparar a passagem do poder para o seu próximo sucessor; algo que assumiu que faria com profissionalismo e bom-senso. Porém, o fato de o Rafaela ser hoje um clube de elite parece ter atraído certos interesses há muito esquecidos ou reprimidos pela boa gestão de Tettamanti. Se ele foi um cartola que se colocou a serviço do clube, hoje, entre os seus sucessores, o que se encontra são candidatos que, ao que parece, desejam somente utilizar o clube para a sua própria promoção pessoal. Ainda que isso seja esperado em qualquer processo sucessório, o que Tettamanti não esperava é que o seu vice-presidente, Carlos Eguiazu, estivesse incluído entre eles.
O mais curioso é que a insatisfação do presidente começou com as diversas tentativas de priorizar ainda mais o futebol em relação às demais modalidades no clube. Eguiazu, seu vice é um dos mentores dessas ideias. De qualquer forma, a diretoria do Rafaela não aceitou a renúncia e tenta agora convencer o mandatário a continuar no poder. Se vai aceitar ou não parece pouco importante diante da principal questão: se o Atlético Rafaela continuará a ser um clube modelo ou se entrará para o rol das instituições futebolísticas que hoje são os responsáveis pela vergonha que representa para o mundo o futebol da Argentina.
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