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Racing fatura o clássico graças a um segundo tempo impecável

Seis anos de jejum. Num clássico de tamanha rivalidade como o dos Rojos x Blanquicelestes, tempo demais que incomoda até o mais indiferente dos hinchas. Em compensação, a festa pela vitória teve um gosto doce, como em poucos dérbis em toda a história portenha. Mesmo que o Independiente tenha chegado ao Cilindro com três vitórias seguidas e oito jogos invicto de credencial, o Racing ignorou as pompas do inimigo, e com o estilo ofensivo de costume triunfou por 2 x 0, algo que não fazia desde o Clausura 2005.

Na tabela de classificação, um triunfo ainda mais significativo. Ambos começaram empatados antes da 10ª rodada cfom 13 pontos, mas agora os comandados de Miguel Angel Russo se aproximam do líder River Plate, com 18 unidades. Ao passo que os do Turco Mohamed estacionam e veem a volta olímpica como um objetivo distante.

Após o primeiro apito do árbitro, porém, os hinchas de Avellaneda observaram dois rivais em pé de igualdade nos lances de ataque depois que a fumaça da torcida local se dissipou. Assmann e Rodríguez tiveram trabalho em demasia diante de 15 minutos com muita movimentação ofensiva.

Mas quando passou o frisson do começo, a Academia mostrou um esquema de posse de bola e criação de jogadas mais organizado. Patrício Toranzo ditava o ritmo da bola no meio-campo, o que obrigou os Rojos a voltar sua marcação para o setor próximo a própria área. Os comandados de Mohamed até melhoraram na defesa com este recuo, mas raramente subiam ao ataque, salvo pelos contragolpes rápidos com Pato Rodríguez.

De modo que para o Racing, o tempo era o único obstáculo que o separava do primeiro gol. Toranzo organizou a jogada com passe para Teofilo Gutierrez, que por sua vez ajeitou de tornozelo para El Demonio Hauche estufar as redes de Assmann: 1 x 0 aos 43 do 1º tempo.

Ao voltar dos vestiários, o domínio blanquiceleste cresceu ainda mais. Como se os visitantes tivesse acusado o golpe e perdido o espírito do clássico no vestiário. Teo Gutierrez, Hauche, Licht e, principalmente, Pablo Luguercio não paravam de rondar o gol dos Rojos. Por 40 minutos, não se compreendia o porquê do placar não chegar a números maiores a favor da Academia.

Até que aos 41 minutos, um lançamento da esquerda encontrou o colombiano Teo Gutierrez cara a cara com Assmann de forma decisiva. No primeiro remate de bate-pronto, o goleiro do Independiente deu rebote, que o atacante do Racing acertou prontamente de cabeça, e assistiu a bola entrar devagar: 2 x 0, placar final. Licht ainda foi expulso nos acréscimos, mas era tarde para o time de Mohamed buscar a reação.

RACING: Fernández; Cáceres, Matías Martínez e Cahais; Pillud, Yacob e Licht; Toranzo; Hauche (Franco Zucullini), Lugüercio (Viola) e Teófilo Gutiérrez (Aveldaño). DT: Miguel Ángel Russo.

INDEPENDIENTE: Assmann; Tuzzio, Velázquez, Galeano (Battión) e Mareque; Fredes (Cabrera), Pellerano e Iván Pérez; Patricio Rodríguez, Leonel Núñez (Parra) e Silvera. DT: Antonio Mohamed

Próximos confrontos: Argentinos x Racing; Independiente x All Boys

Rodrigo Vasconcelos

Rodrigo Vasconcelos entrou para o site Futebol Portenho no início de julho 2009. Nascido em Buenos Aires e torcedor do Boca Juniors, acompanha o futebol argentino desde o fim da década passada, e escreve regularmente sobre o Apertura, o Clausura e a seleção albiceleste

View Comments

  • Independiente e Racing são da cidade de Avellaneda, não são da cidade de BsAs. Por tanto não são portenhos. Mesmo assim estão desculpados. No interior da Argentina chamam de portenhos a toda a provincia de Buenos Aires. Coisa errada mas é assim...

    Pelo demais fico esperando o próximo clássico para ter revanche...

    Grande abraço,
    Ernesto.

  • Finalmente uma boa vitória....aquelas 3 derrotas seguidas estão fazendo muita falta..perder para o Tigre em casa foi um duro golpe...mas ainda há muita chance...vamos La Academia !!!!!!

  • Não consigo escolher um time para torcer na argentina, admiro vários, dentre eles : Racing e Independiente. Por tanto fico analisando, na maioria das vezes, as " hinchadas". Talvez se conhecesse a história, e ou ideologia, pelo menos inicial de cada clube; já que no futebol moderno isso infelizmente isso não faz diferença, conseguisse torcer para algum deles. Por fim foi um belo clássico,como de costume na argentina, o clima do estádio é muito distinto.

    Abraço! e
    DALE INTER, ACADEMIA DO POVO!!!!! o/

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Rodrigo Vasconcelos

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