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Quem defendeu Boca, River e Racing?

Olarticoechea teve a projeção mais equilibrada no trio: foi a três Copas do Mundo (vencendo a de 1986), representando cada um em todas

Hoje o Racing isolou-se mais como terceiro maior campeão argentino, com a distância de quatro pontos para o Defensa y Justicia mantida para a rodada final (justamente quando se enfrentarão) após ambos empatarem em 1-1 seus jogos pela penúltima. Com a conquista de número 18 no campeonato argentino, a Academia abriu dois títulos de vantagem em relação ao rival Independiente, estando abaixo somente da dupla Boca e River. Se no início do mês lembramos quem jogou nesses dois e no Rojo de Avellaneda, agora é pertinente resgatar os que defenderam o trio mais vezes campeão nacional.

Zoilo Canaveri: nascido no Uruguai, virou uma personificação do vira-casaca. À primeira vista, por defender a seleção argentina (duas vezes), e sempre contra o Uruguai natal, ainda que fosse filho de argentinos. Mas sobretudo pelos clubes em que atuou. Sua família tinha raízes em Avellaneda, ficando associada ao Independiente – Canaveri estava no elenco vice-campeão de 1912. Dali atravessou o Riachuelo para um time do bairro portenho de La Boca: na época, o River, onde só jogou uma vez em 1913. De 1914 a 1917, o ponta-direita então defendeu o Racing no período do recordista hepta argentino seguido da Academia, época em que Canaveri chegou à seleção.

Ainda entre 1916 e 1917, defendeu o Boca em alguns amistosos, mas seguiu carreira primeiramente em um rápido retorno ao Rojo em 1918. Voltou ao Boca no biênio 1919-20, quando os xeneizes venceram pela primeira vez o campeonato. Marcou doze vezes em 32 jogos como auriazul, mas não se firmou diante da concorrência contra o primeiro grande ídolo do clube, Pedro Calomino. Voltou então ao Independiente para fazer história, conforme detalhamos mais no especial referente a quem passou por Boca, River e Independiente. Dedicamos já esse Especial a Canaveri.

Renato Cesarini: um dos maiores nomes do futebol. Nascido na Itália e criado desde a infância na Argentina, jogou pelas seleções dos dois países, a partir da história feita no Chacarita (que com ele chegou pela primeira vez à elite) e na Juventus penta italiana no início dos anos 30, sequência então inédita na Serie A. No fim da carreira, o ponta destacou-se no River bi de 1936-37 e por lá iniciou em seguida a carreira de treinador. Era o comandante da célebre La Máquina, o timaço millonario do início dos anos 40. A experiência começou em 1939 para ser retomada seguidamente de 1940 a 1943.

Em 1945, El Tano então treinou o Racing e em 1949 passou pelo Boca, ambas experiências horríveis: a Academia ficou em 10º, sua pior colocação até então. E os xeneizes simplesmente brigaram pelo rebaixamento, desligando-se do maestro ainda antes do fim. Os fracassos não impediram que Cesarini voltasse à Juventus como o treinador da primeira estrela bianconera, em 1958, tampouco para nova passagem pelo River, no biênio 1965-66, sem solucionar o jejum pendente desde 1957 e perdendo a liderança de 1965 na reta final exatamente para o arquirrival a partir de derrota no Superclásico. Já dedicamos este Especial a Don Renato.

Juan José Pizzuti: simplesmente o maior personagem do Racing na combinação jogador + técnico e um dos últimos sobreviventes da geração dourada dos anos 40, continuando lúcido aos 92 anos. Após ser artilheiro do campeonato pelo modesto Banfield, Pizzuti chegou em 1951 ao River, sem brilhar. Começou em 1952 seu primeiro ciclo no Racing, muito embora, em grande ironia, fosse torcedor do Independiente. O Boca apostou nele em 1955, devolvendo-o no ano seguinte. De volta a Avellaneda, o meia deslanchou como um grande artilheiro, chegando à seleção. Ganhou os títulos de 1958 e 1961 e ainda voltou ao Boca para pendurar as chuteiras, de 1962 (sendo um reserva campeão) para 1963.

Pizzuti se consagraria ainda mais como treinador do elenco que, em referência a ele, foi apelidado de El Equipo de José, responsável por um recorde profissional de invencibilidade no campeonato argentino (39 jogos entre 1965-66, só superado em uma partida, pelo Boca de Carlos Bianchi de 1998-99) e, sobretudo, pelas únicas conquistas racinguistas (em 1967) na Libertadores e no Mundial – o primeiro do futebol argentino. Manteve o time no páreo dos títulos até 1969, quando deixou o clube para assumir a seleção pós-queda nas eliminatórias. O cartaz que tinha o levou a outros ciclos no Racing, entre 1974-75, como o bombeiro sem êxito contra o rebaixamento em 1983 e por fim em dupla técnica com Rodolfo Della Pica em 1992-93. Já dedicamos este Especial à lenda.

Fora do Racing, Pizzuti foi no máximo um reserva campeão no Boca e obscuro no River. Na Academia não houve ninguém como ele

José Luis Luna: diferentemente dos exemplos anteriores, brilhou bem mais sob a pouca pressão de times menores do que pelo trio. Luna estava nos Bichos Colorados do Argentinos Jrs que brigou pela primeira vez pelo título argentino, em 1960, na campanha mais próxima da taça até consegui-la pela primeira vez (já em 1984). Embora a equipe do bairro de La Paternal tenha ficado em terceiro, esteve mais perto do campeão do que no vice logrado com Maradona em 1980. Foi então contratado pelo River, sem vingar: em 1962 já estava no Atlanta, que vivia sua fase mais forte, seguidamente se intrometendo entre os cinco primeiros.

Em 1965, trocou o Atlanta pelo Boca e até foi campeão, mas não transcendeu como xeneize, rumando em 1968 ao Vélez. O time do bairro de Liniers não tinha ainda títulos na elite, pendência resolvida já no Nacional de 1968, com Luna titularíssimo na ponta-direita. Em 1970, chegou a um Racing ainda acostumado aos tempos de ouro, mas que rapidamente entrou em declínio após a saída do técnico Pizzuti. Nos dois anos em Avellaneda, Luna esteve nas piores campanhas racinguistas até então, dois 11º lugares seguidos… após 1971 ele seguiu carreira no incipiente futebol dos EUA.

Hugo Zarich: meia promovido pelo River em 1958, não teve continuidade nos profissionais, possibilitando sua convocação à seleção amadora que foi às Olimpíadas de 1960. Era o início do longo jejum millonario e, sem se firmar, Zarich foi em 1963 ao forte Atlanta da época. Do time do bairro de Villa Crespo foi contratado pelo Boca em 1966, sendo colega de Luna nesses três clubes. Embora tivesse alguma habilidade, também não se firmou por ali e em 1968 foi ao Quilmes. Apesar do rebaixamento, apareceu em 1969 no Racing, durando pouco – ainda naquele ano, passou ao futebol mexicano.

José D’Amico: no futebol, teve mais destaque como preparador físico, integrando a comissão técnica de Guillermo Stábile no primeiro time tricampeão profissional, o Racing de 1949-51. Em 1954, assumiu a função principal na Academia, sem brilho: o time foi 10º, então sua pior colocação. No Boca, era o preparador físico do técnico Carlos Sosa, substituindo-o interinamente até o time fechar midiaticamente com o brasileiro Vicente Feola. Substituiu-o em 1962 e teve seu grande momento: o clube encerrou em alto estilo oito anos de jejum, concorrendo exatamente contra o River, superando-o em um Superclásico histórico na penúltima rodada. Também era o técnico xeneize vice da Libertadores de 1963, na primeira final disputada por argentinos. O River apostou nele em 1967 para substituir Juan Carlos Lorenzo, de quem logo falaremos. Sem sucesso, chegou a reassumir o Boca em 1968, sem repetir o êxito do início da década. Foi por fim um dos bombeiros tentados pelo Racing no 11º lugar de 1971.

Néstor Rossi: espécie de Javier Mascherano dos anos 40 e 50. Promovido pela base do River, estreou no time adulto em 1945 e logo assumiu a titularidade dos campeões argentinos daquele ano. Repetiria o título em 1947, quando começou a ser aproveitado pela seleção campeã da Copa América no mesmo ano. Foi uma das estrelas que acompanharam Di Stéfano no Ballet Azul do Millonarios do Eldorado Colombiano a partir de 1949. Após acordo, voltou a Núñez em 1954 e estendeu sua passagem até o fim da década, acumulando no período o primeiro tricampeonato do River na liga argentina (1955-57) e sendo um raríssimo astro dos anos 40 a jogar a Copa do Mundo, em 1958.

Como técnico, El Pipo comandou o clube em 1961 e em 1974, sem solucionar o terrível jejum que assolou a Banda Roja de 1957 a 1975, embora tenha o mérito de ter trazido Daniel Passarella ao clube. Rossi passou pelo Racing no biênio 1963-64, sem êxito. Depois, como tantos emblemas riverplatenses dos anos 40, virou técnico campeão no rival, como Adolfo Pedernera, Aristóbulo Deambrossi e o próprio Di Stéfano. Era Rossi o comandante do Boca campeão de 1965 sobre o River de Cesarini. Já dedicamos este Especial ao ex-volante.

Juan Carlos Lorenzo: antigo atacante sem maior transcendência no Boca, onde esteve de 1945 a 1947, El Toto Lorenzo virou um dos maiores técnicos do futebol argentino. Técnico da seleção nas Copas de 1962, chegou a passar depois pelas rivais Lazio e Roma. Voltou a treinar a Argentina em cima da hora para a Copa de 1966, e a boa campanha valeu-lhe um teste no River em 1967. Como tantos, falhou em tirar o time do jejum pendente desde 1957, em passagem esquecível. Começou a fazer história no San Lorenzo que em 1972 tornou-se o primeiro time argentino a faturar os dois campeonatos anuais (Metropolitano e Nacional).

Campeão no Racing, Cap passou pela dupla Boca e River também como treinador – e no mesmo ano, algo único. Faleceu como técnico millonario, em 1982

Após boas campanhas no Unión de Santa Fe, Lorenzo chegou ao Boca em 1976 para, primeiramente, repetir ali a mesma façanha que tivera no Sanloré: títulos do Metropolitano e do Nacional no mesmo ano, com direito a final vencida sobre o River, a única em que os dois principais clubes do país travaram até 2018. Lorenzo foi depois o comandante dos dois primeiros títulos xeneizes na Libertadores e no primeiro no Mundial, entre 1977 e 1978. Após perder a Libertadores de 1979, encerrou seu ciclo e tentou vida nova no Racing em 1980. Foi apenas 10º. Chegou a voltar ao Boca em fins de 1987, sem o mesmo sucesso de outrora.

Osvaldo Pérez: outro jogador do quarteto principal, El Japonés Pérez integrou primeiramente o River dos anos finais de jejum, de 1970 a 1974. Notabilizou-se mais no All Boys, pelo qual chegou a ser um raríssimo convocado à seleção pelo clube da Floresta. Esteve em dois títulos nacionais do Independiente entre 1977 a 1980, rumando diretamente ao Racing, onde ficou no biênio 1981-82. Pérez passou ainda pelo Platense no segundo semestre de 1982 antes de aparecer no Boca no início de 1983. Só jogou dez vezes como xeneize.

Carlos Randazzo: desconhecido fora da Argentina, tem uma marca única no profissionalismo argentino, onde é o único jogador do Boca que voltou ao clube após ter defendido o River – uma ciranda com duas ironias, pois ele é confesso torcedor millonario a despeito de sempre ter morado no bairro de La Boca. Centroavante eficaz promovido em 1978 no campeonato argentino enquanto os titulares eram usados nos torneios internacionais, Randazzo iria às Olimpíadas de 1980 não fosse o boicote do país aos Jogos de Moscou. Foi um dos diversos jogadores emprestados ao Argentinos Jrs a troco de Maradona em 1981, passando na sequência sem brilho por Racing e River até voltar ao Boca em 1983. Saiu em 1984. Profissional, não era nada clubista em Superclásicos: como xeneize, foram quatro duelos e dois gols sobre o time do coração. Como millonario, jogou um, exatamente na pior derrota em casa, o 5-1 de 1982, sem marcar…

Vladislao Cap: de origem romena e polonesa, o defensor é outro a ter figurado tanto na dupla Boca e River como na dupla de Avellaneda. Seu primeiro grande foi exatamente o Racing, de 1964 a 1960 (sendo campeão em 1958). Após um ano de Huracán, passou ao River, pelo qual foi à Copa de 1962. Ficou no Millo de 1962 a 1965, vivenciando nada menos que três vices para o Boca no terrível jejum suportado em Núñez entre 1957-75. Um dos três técnicos da Argentina na Copa de 1974, El Polaco conseguiria uma marca única anos mais tarde: virar como técnico a casaca diretamente entre Boca e River. Foi em 1982, quando trabalhou no primeiro semestre em um Boca à deriva sem Maradona, emendando um trabalho no River encerrado tragicamente: um infarto fulminante o matou em 14 de setembro de 1982, com ele recém-chegado ao cargo. Só lhe faltou o San Lorenzo, pois o passado racinguista não impediu que treinasse o Independiente campeão de 1971.

Oscar Trossero: atacante que surgiu das inferiores do Boca em 1972, não conseguiu lugar ali e tampouco no Racing, para onde foi em seguida. Só veio a se destacar no forte Unión treinado por Juan Carlos Lorenzo em 1975. Foram três anos em meio à fase dourada da equipe santafesina, chegando à seleção e ao futebol francês, onde destacou-se sobretudo no Nantes. O River contratou-o em 1982. E, tal como Cap, Trossero faleceu em serviço do clube, vítima de aneurisma em pleno vestiário após partida contra o Rosario Central em 1983 – um dos piores entre os tantos traumas que o elenco millonario passou na estiagem ocorrida entre 1981 e 1986.

Rogelio Domínguez: goleiraço que o Racing teve entre 1951 e 1957, participando da reta final do tricampeonato do clube (1949-51) e servindo a seleção tanto nos primeiros Jogos Pan-Americanos, os de 1951 (cujo futebol foi sediado no estádio racinguista), como também na espetacular campanha da Copa América de 1957. Após esse título, foi brilhar no Real Madrid de Di Stéfano. Em 1962, apareceu no River e, diante da recusa do titular Amadeo Carrizo em ir à Copa do Mundo, traumatizado por ter o bode expiatório do vexame de 1958, Domínguez foi ao Chile em seu lugar. Ainda teria bons momentos no Nacional uruguaio antes de pendurar as luvas no Flamengo.

Domínguez chegou ao Boca como técnico, fazendo o estilo boleiro que os comandados gostam. Durou de 1973 a 1975, sendo o treinador sem títulos que por mais tempo durou no clube, onde seu trabalho foi reconhecido pelo bom futebol apresentado embora não lograsse taças. Na função, passaria duas vezes pelo Racing: na virada de 1982 para 1983, como um dos bombeiros que não evitaram o rebaixamento; e de 1986 para 1987, quando a Academia reestreou na primeira divisão.

Um ano após Cap, o River enterrou outro membro ativo ex-Racing e Boca, o atacante Trossero, em 1983

Julio César Olarticoechea: é sem dúvida que conseguiu mais prestígio equilibrado entre as três torcidas. El Vasco já assumiu que nunca foi craque, mas a dedicação do volante levou-o a três Copas do Mundo, disputando-as por cada uma das três camisas. Promovido paulatinamente no seu Racing do coração a partir de 1975, foi vendido ao River após o satisfatório 5º lugar no Metropolitano de 1981. De imediato integrou os vencedores do Nacional daquele mesmo ano, ainda que a campanha millonaria fosse acidentada, mas permitindo um embalo que colocou Olarticoechea na Copa de 1982 – mesmo que não entrasse em campo.

A forte crise econômica dos desmandos da ditadura provocou um desmanche no River, que chegou a ser penúltimo em 1983, salvo apenas pelo mesmo sistema de promedios que condenou o Racing no lugar. O volante, por outro lado, também esteve nos vices nacionais de 1984, até ser usado junto com o meia Carlos Tapia no troca-troca com Ricardo Gareca e Oscar Ruggeri acertado no início de 1985 com o arquirrival. Não conseguiu títulos no Boca, mas ele e Tapia se tornaram os únicos a vencerem a Copa do Mundo como jogadores do clube. Após um passo breve pelo Nantes, voltou ao seu Racing para a temporada 1988-89 e mesmo aos 32 anos foi chamado para o mundial de 1990. Só ele e Ruggeri defenderam a seleção vindos de três times grandes no país. Dedicamos este Especial ao volante.

Carlos López: meia revelado pelo Excursionistas, apareceu no River em 1972. Não firmou-se em Núñez e já em 1973 seguia carreira no Argentinos Jrs. Veio a deslanchar no Estudiantes vice nacional de 1975, quando os platenses acariciariam pela primeira vez algum título desde a Libertadores de 1970. Foi pincharrata até 1978, quando passou a integrar um Racing que, se decepcionava no Metropolitano, conseguia chegar aos mata-matas do Nacional. Não virou ídolo, mas como racinguista recebeu oportunidades na seleção, incluindo na Copa América de 1979, concorrendo covardemente com Diego Maradona e Ricardo Bochini. Após passar por Vélez, Sarmiento e Millonarios de Bogotá, López foi contratado em 1984 pelo Boca, justamente no pior ano que o clube já teve. Só atuou treze vezes, sem marcar, reencontrando o sucesso no futebol boliviano.

César Menotti: meia-armador daqueles refinados para os fãs e lento para os críticos, ia bem no seu Rosario Central a ponto de chegar à seleção e cavar uma transferência em 1964 ao Racing. Teve desempenho interessante na Academia, que embora não terminasse no pódio tivera o melhor ataque. Passou então ao Boca, onde já não foi tão bem entre 1965-66, rumando ao incipiente futebol dos EUA. Já como técnico consagrado, El Flaco teve duas passagens pelo Boca, sempre gerando saltos imediatos de desempenho: na temporada 1986-87, chegou a tirar o time do 14º lugar à liderança provisória, mas ruiu na reta final. Algo parecido se viu na temporada 1993-94, onde ainda chegou à final da Supercopa.

Entre essas duas passagens pelo Boca, Menotti foi contratado com pompa pelo River, para a temporada 1988-89. Mas jamais engrenou em um Millo bastante reforçado, com campeões mundiais de 1986 (Sergio Batista, Claudio Borghi), um antigo ídolo que voltava (Daniel Passarella) e diversas promessas. Curiosamente, o clube em que o maestro mais terminou se associando foi o Independiente, tendo em 1996 seu primeiro ciclo no Rojo. Detalhamos neste Especial do ano passado.

Ángel Cappa: foi auxiliar de Menotti a partir de 1981, acompanhando-o na seleção, no Barcelona, no Boca e no Peñarol antes de passar a acompanhar Jorge Valdano no histórico Tenerife do início dos anos 90 (auge do time das Canárias, que por duas vezes seguidas bateu o líder Real Madrid na rodada final e o impediu de ser campeão) e no Real Madrid. No Boca, chegara a substituir interinamente Menotti na liguilla de 1986-87 até o clube contratar outro ex-auxiliar de Menotti, Roberto Saporiti (assistente do Flaco na Copa de 1978). Em meados de 1998, Cappa foi contratado para técnico do Racing e no início seu time empolgou, com direito a vitória das mais recordadas no Clásico de Avellaneda na casa rival, sobre o Independiente de Menotti.

Em meio à turbulenta recuperação judicial racinguista, porém, Cappa deixou a Academia na virada para 1999, retornando em 2003, como um dos técnicos que tentaram salvar o centenário racinguista após a eliminação na Libertadores. Seu grande trabalho continua sendo no Huracán quase campeão de 2009, a projetar Javier Pastore, Mario Bolatti e Matías Defederico de modo além ao que efetivamente terminaram sendo. A campanha levou-o ao River em meados de 2010, mas ainda antes do fim do ano foi substituído por Juan José López: teve uma sequência horrível de resultados que adiante pesaram para o inédito rebaixamento millonario ao fim da temporada 2010-11.

O nome mais conhecido dessa lista muito provavelmente é Menotti: como jogador, só teve bom passo no Racing, esquecido pela ligação construída com o Independiente. Como técnico, só deu sorrisos ao Boca, mas sem rir por último

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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