Lionel Messi, para variar, acaba de alcançar mais um hat trick. Pela 33ª vez na carreira, marcou 3 gols em um só jogo. Já era desde o ano passado o maior goleador do Espanholzão, somando 262 gols com os três de ontem. Mantendo esse ritmo, deve ser rei absoluto em cerca de três temporadas considerando só campeonatos de seleções campeãs de Copa do Mundo; precisaria marcar cerca de uma centena de gols em ligas nacionais, algo palpável se ficar “só” nos 30 gols por campeonato nacional. Nos últimos cinco, a pior taxa de gols de La Pulga em La Liga foi a de 2010-11, quando fez 31 enquanto se dedicava também à última campanha campeã do Barcelona na Liga dos Campeões.
Não são poucos. Por outro lado, a maioria atuou em épocas românticas e menos retranqueiras do futebol em geral, especialmente até os anos 60. Ou tiveram carreira bastante longeva na liga em questão, girando nos vinte anos – enquanto Messi ainda completará, ao fim do segundo semestre, a sua décima temporada (e a oitava como titular).
Cinco da liga inglesa seguem à frente do argentino. Steve Bloomer (317, especialmente pelo Derby County), Dixie Dean (310, maior parte pelo Everton) e Gordon Hodgson (287, a maioria pelo Liverpool) desenvolveram as carreiras antes da Segunda Guerra Mundial, enquanto o recordista Jimmy Greaves (357 divididos entre Chelsea, Tottenham e West Ham) parou há mais de quarenta anos. Já os 283 de Alan Shearer por Southampton, Blackburn ou Newcastle vieram em dezoito anos.
Na Itália, só Silvio Piola tem mais gols que Messi na Espanha. Por enquanto, pois o mítico avante da Lazio parou nos 274 após o dobro do tempo da carreira de Lionel e provavelmente será ultrapassado ao fim dessa temporada. Na, França também só um soma mais – os 299 de Delio Onnis, por sinal um italiano que cresceu na Argentina (começou no Almagro e se destacou no Gimnasia LP antes de migrar à Ligue 1).
Na terra dos últimos campeões do mundo, dois golearam mais na Bundesliga. Os 268 gols de Klaus Fischer por Schalke 04 ou Colônia também devem ficar para trás ao fim deste semestre. Já os 365 de Gerd Müller pelo Bayern, a exemplo da marca de Greaves, demandarão um pouco mais de tempo. Der Bomber foi mesmo um fenômeno: sua obra com os bávaros durou quinze anos em vez dos vinte habituais nos outros e só Messi mesmo poderia superar o recorde anual de 85 gols que o alemão estabelecera em 1972 nas competições europeias. Foi quarenta anos depois, em 2012.
A Argentina natal de Messi também tem dois, com Ángel Labruna e Arsenio Erico alcançando 293 cada por River e Independiente, respectivamente – e em época de ouro do futebol hermano. Se Labruna passou duas décadas nos millonarios, o paraguaio Erico justificou porque era tão idolatrado por Di Stéfano e porque deveria ser mais conhecido por aqui: ficou só treze anos no Rojo de Avellaneda. Os máximos artilheiros dos campeonatos brasileiro (Roberto Dinamite, 190 gols por Vasco ou Portuguesa) e uruguaio (Fernando Morena, 230 pelo River uruguaio ou Peñarol) já foram superados há algum tempo.
Se incluirmos ligas de seleções que chegaram ao vice em Copas, a Holanda é outro com ainda dois mais artilheiros que Lionel, com os 265 de Ruud Geels, que brilhou pelos rivais Feyenoord (onde venceu a primeira Liga dos Campeões conquistada pelos batavos) e Ajax, devendo ficar para trás no próximo mês ou antes. Já os 311 de Willy van der Kuijlen, por sua vez glória do PSV, devem exigir mais um ano e meio de Messi. Ambos jogaram do início dos anos 60 ao início dos anos 80.
Os artilheiros máximos das ligas da extinta Tchecoslováquia (Josef Bican, 218) e Suécia (Sven Jonasson, 254) já ficaram para trás. E seria a decadente Hungria quem teria mais obstáculos ao argentino, nada menos que onze. O mais próximo não poderia não ser uma lenda: Nándor Hidegkuti, motor dos mágicos magiares de 1954, fez 265, três a mais que La Pulga.
A lista húngara segue com Géza Toldi (271), Ferenc Bene (outro a destruir o Brasil na Copa 1966, além de Eusébio – 303), Ferenc Deák (305), Gyula Szilágyi (313), os mitos supremos dos dois vices mundiais, György Sárosi (ex-1938, 351) e Ferenc Puskás (ex-1954, 357), József Tákacs (360), Gyula Zsengellér (387, eleito para o time ideal da Copa 1938), Ferenc Szusza (393) e Imre Schlosser (411).
Puskás foi mesmo um fora de série: ficou só treze anos no futebol natal antes de deserdar para a Espanha. E Messi, 95 gols atrás com menos de dez temporadas na carreira, dá evidências que pode perfeitamente ao fim da 13º ter superado o major. Situação parecida em relação ao fenômeno Fernando Peyroteo, de 330 gols em doze anos de Sporting Lisboa, números alcançáveis em dois anos pelo ET argentino, atrás na liga portuguesa (que também vamos considerar, em razão de dois clubes de lá, Benfica e Porto, já terem sido bicampeões europeus cada) também do mito Eusébio (319 gols, mas de 1960 a 1977), e Fernando Gomes (318 do início dos anos 70 ao início dos 90) e os 290 que José Águas fez em treze anos de Benfica, os quais La Pulga pode alcançar em onze de Barça.
Obs: com os três gols feitos no Deportivo La Coruña, Messi também superou de uma vez três argentinos na lista dos maiores goleadores de campeonatos nacionais (lista na qual se incluem os citados Onnis e Labruna). Um desses três foi ninguém menos que Maradona. Saiba mais.
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