Que não seja como em 2006
O fantasma de Klose ainda permanece nas memórias dos argentinos. O gol do alemão, de cabeça, justamente quanto o time não tinha um armador – Pekerman acabara de sacar Riquelme – fez com que a partida fosse para a prorrogação e em seguida para os pênaltis. Todos nós sabemos o resultado. Os jornais argentinos estamparam em sua capa um ‘Morimos de pie’ aceitável. Hoje, após quatro anos, um reencontro, na mesma fase. A revanche argentina, assim como os germânicos tiveram em 1990, numa reedição da final de, naquele momento, quatro anos atrás (1986). A batalha na Cidade do Cabo inicia-se às 11h.
Batalha essa que iniciou antes mesmo da bola rolar. Mais precisamente após os alemães saberem que o adversário seria os argentinos. Assim como acontecera antes do amistoso de quatro meses atrás – vitória por 1×0, gol de Higuaín em solo inimigo – os jogadores da Alemanha voltaram no tempo e disseram que os argentinos eram desleais, não eram amigáveis dentro de campo. Esqueceram eles que foi justamente um alemão, Ballack, que hoje não está na delegação por estar lesionado (ironia do destino?), quem quase tirou Demichelis da Copa do Mundo graças a uma joelhada ao estilo vale-tudo.
É verdade que hoje tal infeliz não está em campo. Melhor para o futebol, pior para a Argentina. Os alemães têm um time veloz, habilidoso e jovem. Thomas Mueller, o que o Maradona pensava que era um gandula meses atrás, pode ser o melhor jogador jovem do Mundial. Sem contar Mesut Oezil, bom meio campo no qual dará trabalho a defesa argentina. Um trabalho dos grandes, já que essa será a primeira grande prova de Otamendi, Demichelis, Burdisso e Heinze. O que deixa o torcedor argentino de certa forma temeroso…
Mas, e quanto aos argentinos? Saíra o primeiro gol de Lionel Messi? Como poderemos esperar o time quando os alemães nos atacarem? Romero é um arqueiro seguro? De fato o que veremos é um time aguerrido, mas jogando defensivamente e no erro do adversário. Uma repetição de quatro meses atrás. É bem verdade que, a situação é distinta daquele jogo. Hoje temos La Pulga jogando bem (e como). Se haverá segurança defensiva, só poderemos saber no decorrer da partida. O certo é que erros não serão aceitos. E, mesmo jogando um bom futebol, não podemos morrer, por mais uma vez, de pé.