O início da temporada 2012-13 do futebol argentino, neste fim de semana, marcará não apenas o retorno do River Plate à primeira divisão, mas também a volta de um patrocinador em comum com seu arquirrival, depois de dez anos – agora, o banco BBVA. Relembraremos então como a dupla se saiu com as demais marcas que já foram estampadas conjuntamente em seus mantos.
O primeiro logo em comum presente tanto na azul y oro quanto na banda roja foi o da Adidas. A empresa alemã começou a ser divulgada na camisa boquense em 1980, e dois anos depois apareceu também na do River. Pode-se dizer que o casamento com os millonarios foi muito mais duradouro.
A Adidas segue até os dias de hoje com os de Núñez, que nunca utilizaram vestes de outro fornecedor de material esportivo desde 1982. Apesar do rebaixamento em 2011, foi usando as três listras da empresa alemã que se obteve 14 dos 34 títulos argentinos e, mais do que isso, as duas Libertadores e a Intercontinental riverplatenses. Dá para dizer que a marca esteve no melhor período do clube.
Vestindo o Boca, por sua vez, ela ficou associada a um dos piores períodos dele, os anos 80. Até a substituírem pela Olan, em 1992, os xeneizes haviam obtido somente dois títulos argentinos – e espaçados em um período de onze anos um do outro, o maior jejum nacional boquense – e a Supercopa de 1989. Além do mais, a melhor época da história bostera foi com o fornecimento daquela que a partir dos anos 90 veio a se tornar a principal concorrente da Adidas, a Nike.
Presente desde 1996, a empresa estadunidense demorou a engrenar, mas foi com uniformes dela que se obteve quatro das seis Libertadores e duas das três Intercontinentais guardadas na Bombonera – ou seja, dois terços dos principais troféus internacionais boquenses. .
Quando ambos ainda compartilhavam a Adidas, chegaram a ter camisas divulgando no abdômen os pneus Fate O, estampados pelo River entre 1985-89, e pelo Boca entre 1986-88. Foi outro caso que terminou mais feliz para as gallinas, que com esta outra marca teve um mágico 1986: título nacional depois de quatro anos, a primeira Libertadores e única Intercontinental do clube, enquanto o Boca vivia a sua seca – os auriazuis já exibiam a Fiat quando conseguiram a Supercopa de 1989.
Em 1989, o River também passou a mostrar patrocínio de uma empresa automobilística, a Peugeot. Na Argentina, ela e a Fiat eram revendidas pela Sevel, o que fez com que esta também ocupasse um lugar nos uniformes das duas principais equipes do país. O logo dela aparecia nas costas, acima dos números.
Neste caso, até que a sorte da dupla do Superclásico foi mais equilibrada: o Millo conseguiu o título argentino de 1989-90 e chegou às semifinais da Libertadores de 1990 antes de romper com a Peugeot (e a Sevel) um ano depois. O Boca, por sua vez, amenizou seu jejum com a Supercopa de 1989. Ficou com a Fiat e a Sevel até 1992, mas já estava vigorando contrato com a Parmalat quando a seca nacional acabou, no Apertura daquele ano.
A última empresa divulgada simultaneamente por ambos foi, sem dúvida, a mais positivamente marcante para os dois lados. A Quilmes foi uma das patrocinadoras mais associadas ao sucesso no futebol, estando presente nos momentos mais gloriosos não apenas de Boca e River, mas também em alegrias do Vélez Sarsfield pós-1994 (quando substituiu a Samsung na malha velezana).
Um ano depois, a cervejaria fechou com a principal dupla do futebol argentino. De início, foi outra que deu mais sucesso ao River Plate, que já em 1996 conseguiu sua segunda e última Libertadores – seu logo não apareceu na Intercontinental, perdida para a Juventus.
Até ser trocada pela concorrente Budweiser em 2002 na camisa millonaria, a Quilmes marcou um tricampeonato no Apertura 1996, Clausura 1997 e Apertura 1997 (o último tri na Argentina); o Apertura 2000, o Clausura 2002 e da Supercopa de 1997, último logro internacional para as bandas do extremo norte de Buenos Aires.
Enquanto o River vivia seu momento mais glorioso, o Boca demorou a engrenar com a cervejaria. Depois de dois anos dando cabeçadas, o sucesso com os da zona sul portenha mostraria-se ainda maior: a logo diagonal da empresa quilmenha ocupou os bicampeões da Libertadores de 2000 e 2001 e os vencedores da Intercontinental de 2000.
Antes das glórias internacionais, a marca já havia ficado associada aos bicampeões do Apertura 1998 e Clausura 1999, época em que os xeneizes alcançaram também um recorde de invencibilidade ainda mantido no país: 40 jogos, superando em um o do grande Racing de 1967 (ano em que este clube obteve suas primeiras e únicas Libertadores e Intercontinental).
O contrato dela com o Boca, assim como com o River, também não foi renovado para 2002, ano em que a Pepsi ocupou seu lugar na faixa dourada da camisa boquense. Desde então, a dupla vinha sendo sempre patrocinada por empresas diferentes.
Tal situação perdurou por cerca de dez anos. No início de 2012, o BBVA Francés substituiu a LG como principal patrocinador dos bosteros, para a alegria dos fãs mais puristas dos auriazuis (que não apreciavam na empresa sul-coreana o logo vermelho, cor ausente do clube da Ribeira e bastante identificada com o do arquirrival).
O banco chegou perto de ficar lembrado pela conquista da sétima Libertadores boquense (ficou no vice para o Corinthians) e, agora, passa a substituir a Petrobras sobre a banda roja riverplatense, historicamente melhor favorecida quando divulgou o mesmo patrocínio do rival. Será um indício de que ventos bons à altura do clube de Núñez e Belgrano voltarão a soprar por estes bairros?
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Me lembro bem de quando os craques do River desfilavam maestria em campo com a camisa patrocinada pela Quilmes, só anos depois fui saber que já existia um clube com esse nome...
Me lembro daquele jogo do Caniggia. Ele fez três num 4x1 com direito a selão, não selinho (ns), no Maradona.
De fato, Douglas, eu só fui saber que havia um time chamado Quilmes bem depois. Achei que fosse um clube formado pela cervejaria. Aí é que mais tempos depois, descobri também que era o nome da cidade de origem de ambos, haha.
O único mal desse patrocínio é que me decepcionei quando timei Quilmes pela primeira vez. Achava que consumiria a oitava maravilha do mundo, haha. Mesmo na Argentina, a bebi pouquíssimas outras vezes, podem ser contadas na mão esquerda do presidente Lula...
Esse jogo mesmo, Diogo. Falei rapidamente dele quando relembramos a carreira do Pájaro, aqui -> https://www.futebolportenho.com.br/2012/03/27/caniggia-o-passaro-do-povo/
Grato pelo acesso e prestígio ao site! Abraços
Na boa Caio, já provei a Quilmes, mas das internacionais prefiro as alemãs (óbvio), Mahou e Quilmes...
Caio, boa noite amigo.
Você saberia me dizer quais times foram Patrocinado pela cervejaria Quilmes em toda sua história?
Até hoje sei que tivemos o Boca, River, Quilmes e Velez…
Bom dia Rodrigo! Tranquilo?
Cara sua pergunta é a mesma que a minha. Sei que o boca juniors, River plate, quilmes e o velez foram patrocinados. O The strongests quase foi também