Precisa-se de um 10 para Boca e River
Xeneizes e Millonários largaram de maneiras opostas no caminho do Apertura 2010. O Boca Juniors acreditava num começo arrasador rumo a ilusão da briga pelo titulo. Cláudio Borghi, porém, guiou um veículo sem um “motor” necessário para o bom funcionamento de sua estratégia. O River Plate investiu pesado no próprio “chassi”, mas a meta inicial era de sair da rabeira. Hoje, lidera a prova pela primeira vez desde a 3ª volta do Clausura 2009.
Dificil imaginar que haja algo em comum entre equipes de momentos tão opostos. Só que haverá um no próximo “GP”: ambos vão sentir falta do piloto que as guia da melhor maneira possível na pista.
Deixando de lado a metáfora com o automobilismo, tanto Boca e River realmente devem ter pouca criatividade no meio-campo. Ariel Ortega foi expulso por Saul Laverni no jogo contra o Huracán, de modo que cumprirá suspensão diante do Independiente. Quanto ao clube da Casa Amarilla, não é algo novo a ausência de Riquelme em campo, embora isso não diminua a falta que o time sente de um jogador como ele.
Entretanto, as consequências destes desfalques não terão (ou tem) a mesma magnitude para os dois times. Na verdade, serão tão opostas quanto a fase atual deles.
Ao clube de Angel Cappa, significará apenas uma partida com maiores dificuldades de apresentar o futebol evoluído do Apertura em relação ao Clausura 2010. O máximo que se chegou perto de uma situação menos agradável a ele foi a possível lesão no tornozelo de Ortega, mas o Burrito já voltou aos treinos hoje. Além disso, Buonanotte, Funes Mori e os outros pibes (vindos da base ou não) tem capacidade de lutar por um bom resultado em Nuñez contra os Rojos.
Para os Xeneizes, a falta de um “10” já causa transtornos bem maiores. A falta de criatividade do time se nota das tribunas mais altas e distantes do campo em La Bombonera. Por conta disso, os resultados positivos não chegam a Borghi, que já tem seu 3-4-1-2 questionado pela crítica. Pressão natural e costumeira em Casa Amarilla, mas insensível ao fato de que o “1” do meio-campo ainda não pode jogar. E enquanto este não pode ser Riquelme, a aposta contra o All Boys é Cañete, mesmo sem condicionamento físico ideal.