Poucas boas surpresas na Seleção. Mas finalmente Pastore está entre elas
Os últimos amistosos da Seleção Argentina antes da Copa América deixaram a desejar em alguns quesitos, é verdade. Apesar de muitos testes nas duas vitórias, sobre El Salvador e Equador, a sensação que fica é que a Albiceleste poderia ter deixado melhores impressões dentro de campo. A paciência com a bola nos pés, laterais avançados e meio-campistas ocupando os setores defensivos e ofensivos já são marcas explícitas do que Tata Martino tem conseguido realizar com a equipe, apesar da falta de aceleração da equipe em muitos instantes, fato reconhecido pelo próprio Martino.
Após a vitória sobre El Salvador, a sensatez do treinador argentino foi exposta na coletiva, onde Tata lembrou do ferrolho salvadorenho e complementou: “Por momentos estivemos lentos na circulação”. Os conceitos de Martino representam a essência daquele romântico futebol argentino, de posse, paciência, cadência, triangulações em curtos espaços. Tamanha paciência que na vitória sobre o Equador, o jogadores que mais acertaram passes foram defensores: Otamendi(84)*, Mascherano(80)*, Lucas Biglia(71)*, Garay(70)* e Rojo(62)*. É certo que ainda falta mais.
Em contrapartida as atuações de Pastore, nos minutos finais contra El Salvador e por quase 80 minutos contra o Equador somaram pontos positivos ao ciclo de Martino. Apesar de testes desde 2010, com Maradona ainda no comando, Pastore finalmente está na Seleção. Como enlace no centro do campo, Pastore possivelmente será o sócio de Lionel Messi nas armações ofensivas da Copa América 2015. Hoje fica difícil acreditar que o trio de meio-campistas não seja formado por Mascherano, Lucas Biglia e El Flaco Pastore. Apesar da conhecida técnica, o que mais chamou a atenção no jogador, além do gol, foram as atitudes sem a bola no Estádio MetLife. Diante de um Equador poderoso nas jogadas pelos lados do campo, sempre destacadas pelo antigo treinador Alejandro Sabella, Pastore mostrou que hoje tem algo a mais, e que justifica a insistência de Martino com sua presença na Seleção.
“Vamos encontrar o nível que Martino quer”. O jogador do Paris Saint Germain é otimista quanto ao trabalho do novo técnico, que tem dado liberdade para o jogo ofensivo do meio-campista. Sobre a proposta de Tata, Pastore a elogiou em entrevista ao Canchallena, mas reconheceu a dificuldade para se trabalhar os novos conceitos, pelo curto espaço de tempo: “Eu gosto muito da proposta, desde estilo de jogo. É difícil impô-lo porque não temos tanto tempo para trabalhar pressão e posse. Mas a equipe está melhorando bem e isso deixa o técnico tranquilo também”.
A Argentina voltará a campo dia 06/06, contra a Bolívia, com a decisão já tomada sobre os 23 jogadores que viajarão ao Chile em junho. Pastore esteve na última Copa América, com Batista no comando, onde apesar de reserva parecia ser parte importante da proposta a longo prazo do treinador. Com Sabella teve apenas uma oportunidade como titular, e o estilo parecia não atender à proposta de Alejandro. Hoje finalmente está de volta, e entre as boas novas da Seleção.