Categories: Primeira Divisão

Podia ser muito pior

Caruzzo foi imprudente no lance do pênalti

Desde Buenos Aires – O empate não ajuda e nem recupera o Boca Jrs de seus recentes tropeços, mas foi extremamente importante para o estado anímico da equipe. O time de Carlos Bianchi visitou o Atlético Rafaela e conseguiu buscar um empate por 1 a 1 com os donos da casa. Péssimo resultado para quem vem de três derrotas consecutivas -duas pelo Torneo Final e uma pela Copa Libertadores- mas conforme as circunstâncias do jogo se apresentaram e, principalmente pelo bom segundo tempo coletivo, o time pôde sair de campo comemorando e sonhando com dias melhores.

E o principal responsável por essa ilusão é o jovem Sánchez Miño. O jogador que se machucou na partida contra o River Plate no campeonato passado, finalmente se recuperou e foi o motor Xeneize durante todo o segundo tempo. Outro que entrou muito bem e também deve entrar nos planos do treinador é Palacios; autor da bela jogada do gol de empate marcado por Nicolás Blandi.

Bianchi escalou um mistão deixando claro que a sua cabeça está na partida de quinta-feira, quando o Boca cruzará o Rio da Prata para enfrentar o Nacional-URU pela quarta rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. Aproveitou para testar alguns nomes como Lautaro Acosta, por exemplo. Mas num começo de jogo meio confuso foi o Rafaela quem abriu o placar em um pênalti polêmico. Caruzzo levantou o pé dentro da área e o árbitro Sergio Pezzotta não pensou duas vezes e apitou. Muita reclamação, mas depois da poeira baixar Eluchans cobrou forte e rasteiro para abrir o placar, 1 a 0.

A partir daí o time saiu numa busca desesperada de conseguir a igualdade antes de ir para os vestiários. E a oportunidade se apresentou. Outra polêmica penalidade, dessa vez sofrida por Santiago Silva que desabou dentro da área. Pezzotta viu um empurrão no uruguaio que se encarregou da cobrança; mandou uma bomba e carimbou o travessão de Sara. Final do primeiro tempo e a vitória parcial do Rafaela parecia aumentar um calvário sem fim.

No segundo tempo Bianchi mexeu no time, adiantou as linhas e o Boca foi muito mais agressivo. Vale recordar a boa entrada de Sánchez Miño e Palacios que desbordou pela linha de fundo, passou pelo seu marcador, invadiu a área e colocou a bola na cabeça de Blandi que só precisou escorar para o gol vazio, enfim o merecido empate: 1 a 1. Um dos gols mais comemorados pelo banco Xeneize nesta nova era de Carlos Bianchi no clube.

Os minutos finais foram de um jogo aberto e com chances para ambos lados, mas o nervosismo no momento de definir acabou selando o empate como um resultado justo em uma partida com dois tempos bem definidos.

 

 

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

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