Pinchauruguaios!

Jogo entre argentinos e uruguaios é movido pela catimba. Vale lembrar que tais tradições vieram daquela região. E o Estudiantes conseguiu ser melhor nesse aspecto na partida contra o Nacional, em Montevidéu na noite desta quarta-feira. Com um Boselli apagado, mas oportunista, o time platense venceu, por 2 a 1, e garantiu a primeira vaga na final da Copa Libertadores da América. O time retorna a final depois de 38 anos, quando perdeu justamente para o Nacional, na final de 1971.

Boselli é daqueles que já está no lugar certo e na hora certa. Um atacante com qualidades questionavéis, mas que faz os seus golzinhos na hora certa. Alguns dizem que se parece com Bruno Marioni, no qual pouco fez no Boca Juniors, clube no qual Boselli ainda é jogador. No jogo desta quarta, em duas oportunidades ele matou a partida. Cara-a-cara com o goleiro, ou ele desloca e guarda, ou dribla o arqueiro e manda fechar o caixão. E foi isso que aconteceu.

O Estudiantes foi para o Uruguai com a vantagem. A vitória, por 1 a o, em La Plata, dava certa tranquilidade ao time. E como deu. Apesar das investidas dos donos da casa, quem tocava melhor a bola, dominava a partida e mostrava segurança, era o Pincha. E o pincharrata, ou pinchauruguaios na partida de hoje, abriu o marcador logo no início da segunda etapa, aos oito minutos.

Já os uruguaios, mesmo com o resultado adverso, se animaram. Como de praxe, partiram pra cima e cairam na catimba argentina. Mesmo assim, conseguiram superar a meta de Andujar, no qual estava invicto há de oito jogos. A pressão do Nacional, no qual necessitava de mais dois gols, foi ainda maior. O apoio da torcida era fenomenal. Até parecia um time classicado.

Mas, no fim da partida, Boselli  mostrou mais uma vez que é o cara. Que o time não sente tanto a falta de Véron, que pode sim ser campeão da Libertadores mesmo sem La Brujita. Agora é esperar Grêmio ou Cruzeiro (primeiro jogo 2 a 0 para o time mineiro) e saber se os brasileiros aceitarão, ou não, jogar em solo argentino devido a Gripe A (conhecida como H1N1 ou erroneamente de suína). Os países devem entrar em acordo mutúo de segurança. Vale lembrar que o próprio Nacional e o São Paulo conseguiram vaga nas quartas-de-final da Taça defido a eliminação dos mexicanos San Luis e Chivas, respectivamente.

Por enquanto, é comemorar a vaga na final. Depois, que se pense nos processos burocráticos.