O sucesso do Peñarol nesta libertadores surpreendeu a todos. A tradicional equipe aurinegra jamais foi apontada como favorita nem pelos seus torcedores, mas eliminou Internacional e Universidad Catolica para chegar à semifinal. A boa campanha do clube possui razões muito simples. Entenda a recuperação da mística manya nesta edição do torneio.
No segundo semestre de 2010 o Peñarol frustrou seus fanáticos torcedores ao fracassar completamente no Apertura local e na Copa Sul-Americana. Para 2011 vieram vários reforços, e diversos jogadores saíram. Mas a grande novidade foi a dispensa do treinador Manolo Keosseian e a chegada de Diego Aguirre, que deu os dois últimos títulos uruguaios ao clube (2003 e 2010). Profundamente identificado com o clube e sua torcida desde os tempos de jogador, Aguirre era o técnico que todos queriam.
Essa foi a base da mudança. Afinal, os jogadores que chegaram não são exatamente marcantes, com a possível exceção do experiente artilheiro Olivera. Os retornos de Valdez e Urretavizcaya tem se revelado decepcionantes, enquanto jogadores como Freitas, Aguiar e Mier tem atuado frequentemente, ainda que sem se destacar. Por outro lado, o clube perdeu Pato Sosa e Cacha Arevalo, a dupla de volantes que deu sustentação à equipe em 2010, além de outros jogadores. A mudança mais importante foi na armação da equipe.
O Peñarol tem uma defesa desprovida de maior solidez. O goleiro Sebá Sosa tem boa qualidade, mas os laterais Corujo e Dario Rodriguez são limitados na defesa e inexistentes no apoio. Pelo centro da defesa, Gonzalez e Guille Rodriguez são seguros pelo alto, mas têm sérias dificuldades no mano a mano.
O meio de campo não possui grandes jogadores, mas é o segredo da equipe. A faixa central é ocupada por Freitas e Aguiar, jogadores de poucos recursos mas eficientes na marcação, que garantem a proteção à fragil linha defensiva. Pelos lados, Urretavizcaya e Mier são os responsáveis pela armação da equipe, mas quando o aurinegro perde a bola voltam rapidamente para recompor a linha de quatro no meio de campo. Assim, a equipe consegue compor duas linhas de quatro dificeis de serem transpostas pelo ataque inimigo, ainda que o setor de armação seja muito limitado.
A dupla de ataque normalmente é formada pelo argentino Alejandro Martinuccio e Juan Manuel Olivera. Martinuccio joga solto entre o meio de campo e o ataque, e está mais para meia-atacante do que para um centroavante. Busca a bola no meio de campo nos contra ataques e parte em direção ao gol, sabendo também cair pelos lados. Tudo para servir o oportunista Olivera.
Como se vê, o sistema é um 4-4-2 convencional, moldado a possibilitar uma defesa segura e um contra-ataque eficaz. As variações são eventuais: quando a equipe precisa se defender mais fortemente, Valdez pode entrar na zaga, com Gonzalez se deslocando para a lateral e Corujo indo fortalecer o lado direito do meio campo. Mas o grande segredo de fato é o bom funcionamento do sistema que permite ao limitado Peñarol buscar surpreender seus adversários.
Nem sempre funciona. Uma equipe que consiga contra-atacar pelos lados do campo levará terror à frágil defesa aurinegra. Marcação por pressão que evite a rápida saída lateral da equipe também é algo que pode encaixotar o Peñarol em seu campo defensivo. E caso se veja em desvantagem no confronto, a notória dificuldade do Peñarol em criar jogadas ofensivas se tornará um problema ainda mais grave, além do que sua frágil defesa ficará exposta.
Mas se o Peñarol conseguir se ver com o jogo que gosta (fechado, saindo nos contra-ataques pelos lados do campo, com Martinuccio livre para se movimentar nas costas dos meio campistas adversários), pode complicar bastante. Apesar de limitada, a equipe já provou que pode surpreender em condições como essa.
E, claro, há a velha e tradicional arma uruguaia: a garra, a capacidade de acreditar até o último minuto. Quando no Brasil se falava do Gre-Nal, o manya surpreendeu o Inter em pleno Beira-Rio. Quando se falava na revanche entre Velez e Catolica, a torcida carbonera empurrou sua equipe para o gol salvador de Lolo Estoyanoff dentro de Santiago. Agora já se projeta a final Santos x Vélez.
Um time visto como zebra, dado como morto antes do jogo começar, livre para contra-atacar. É como o Peñarol gosta de jogar. É quando seu bom sistema de jogo, sua torcida inflamada, sua camisa pesada e sua raça histórica funcionam melhor.
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FINAL DA LIBERTADORES SERÁ CERRO PORTEÑO X VÉLEZ SARSFIELD!