Patón Bauza, sem idéias acima do grupo, e a urgência em achar a melhor fórmula para a Seleção
Bauza surpreendeu. Como falei por aqui na semana passada, o novo técnico da Seleção Argentina conseguiu ser mais flexível do que esperávamos. As consequências de acertos e erros são o que têm levantado tantas pautas nos últimos dias na Seleção Argentina sobre, afinal, qual a melhor fórmula para esta equipe?
O início de Bauza não é tão assustador. Em sua trajetória pela Seleção, Sabella, finalista da Copa do Mundo com a Albiceleste, acumulou fora de casa nas Eliminatórias 2014: 3 vitórias, 3 empates e 2 derrotas, sendo umas das vitórias diante de um Paraguai já desclassificado e sem perspectiva alguma no cenário sul-americano. E qual o motivo para relembrar Sabella, justo agora em um momento conturbado? Com 3 desenhos táticos desenhados na prancheta, o antigo treinador da Seleção custou achar a melhor maneira de jogar. Que me desmintam a derrota para a Venezuela em Caracas e o sofrível empate para a Bolívia no Monumental de Nuñez. A solidez defensiva e o melhor suporte para os jogadores ofensivos não foram alcançados com facilidade, mas Sabella precisou errar e reconhecer, com ajuste, sem idéias acima do grupo.
Contra o Peru, na última rodada, o empate com sabor de derrota e a nítida sensação de que a equipe não tinha meio-campo. O buraco no centro dificultou a vida dos atacantes e sobrecarregou Dybala, com tamanho talento desperdiçado em cansaço e disposição com tantas idas e vindas na beirada do campo para marcar e atacar. O 4-2-3-1 de Bauza claramente virou 4-2-4, entregue aos chutões de Otamendi e Mascherano.
Na segunda etapa, as entradas de Banega e Correa melhoraram a organização da equipe, e possivelmente sinalizarão o que Bauza fará para terça-feira, diante do Paraguai em Córdoba. Aguero e Kranevitter deverão ceder seus lugares. Dybala foi obrigado a deixar o campo mais cedo por um nítido cansaço de alguém que fez o que não tem costume. O entrosamento com Higuaín, da Juventus, pouco, talvez em nada foi explorado.
Ao contrário de técnicos anteriores, Bauza tem conhecido e testado suas idéias em jogos decisivos. A margem de erro para Patón é uma verdadeira linha tênue com o perigo e críticas. Com os erros identificados, é chegada a hora de reconhecê-los.