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Paraguai vence Venezuela e chega a sua oitava final de Copa América

Em partida fraca tecnicamente, o Paraguai conseguiu vencer a Venezuela nos pênaltis, após empatar em zero, nos 120 minutos da partida. A Venezuela foi melhor na maior parte do jogo, mas pecou nas finalizações e não chegou à marcação do gol. Já os guaranis, que foram completamente dominados, sobretudo na prorrogação, conseguiram levar o confronto à cobrança de penalidades e, mais uma vez, saíram desta Copa América com um empate, o quinto até aqui. Esta será a oitava vez que a seleção Paraguaia chega à uma final de Copa América, e, contra o Uruguai, tentarão o seu terceiro título.

O primeiro tempo foi marcado pela ausência de emoções e pelo leve predomínio do time paraguaio. A Vinotinto deixava apenas dois homens no campo de ataque e se fechava atrás com a primeira linha de quatro bem próxima do goleiro, além de e com a segunda linha recuando para ajudar na marcação. Como o time não conseguia acionar os dois atacantes, a seleção de Farias deu todo o campo de defesa e grande parte da posse de bola para o Paraguai. Porém, a seleção comandada por Gerardo Martinho tampouco conseguia chegar com perigo ao gol de Vega porque se ressentia de criatividade no meio campo.

A proposta venezuelana consistia em explorar as jogadas de bola parada, já que tinha em Arango um bom cobrador de escanteios e de faltas e em Vizcarrondo e em Cichero dois bons finalizadores para esses tipos de jogadas. Já os guaranis pecavam também na pouca aproximação de seus homens no campo de ataque e seu jogo ficava sem objetividade e sem boas ações defensivas.

Dessa forma, a Vinotinto começou a predominar a partir dos 35 minutos. Primeiro com um gol anulado de Viscarrondo, já que abola havia resvalado em Rondon, que estava impedido. E, depois, com o próprio Rondon, que só não fez o gol por causa da excelente intervenção do arqueiro Villar, após a bola ter batido na trave na cabeceada de Moreno.

Em parte, o predomínio paraguaio passou para os venezuelanos porque o mostravam-se desatenção e dificuldades extremas de marcação às poucas investidas dos comandados de César Farias. Pires, lateral direito de ofício e improvisado na esquerda, se mostrava perdido em campo e resumia bem essa dificuldade guarani frear as ações ofensivas do time venezuelano.

A segunda etapa se iniciou da mesma forma que o começo da partida: muita disputa em um meio de campo ocupado por jogadores de marcação e de pouca criatividade. Com isso, as poucas emoções foram uma personagem em campo. Aos sete minutos, porém, o Paraguai quase abriu o placar com Haedo Valdez, que se aproveitou de um contra-ataque rápido, a partir de uma bola recuperada ainda na área de Justo Villar.

A partir dois dez minutos, ambas as equipes procuraram mais o ataque. O Paraguai, na base da vontade e no melhor aproveitamento dos contra-ataques; a Venezuela, na aposta de que bastaria manter a estratégia da primeira etapa que desgastaria o time guarani e chegaria à marcação do gol em uma de suas jogadas ensaiadas. Porém, a partida seguia ruim tecnicamente, em razão da maior preocupação com a marcação do que com o ataque. Sem a abertura do placar, a partida foi para a prorrogação.

Logo aos três minutos, A Vinotinto quase chegou ao primeiro gol, numa jogada acidental em que Maldonado chutou de fora da área e a bola resvalou em Fedor e bateu na trave direita de Villar. Dois minutos depois, novamente a bola acertou a trave de Villar, em cobrança de falta de Arango. Aos onze minutos, o Paraguai teve Santana expulso, após receber o segundo cartão amarelo. O fato ampliou ainda mais o domínio da seleção vinotinto. Passou então a ser jogo de ataque contra defesa e a seleção venezuelana só não conseguiu fazer o gol, ou por preciosismo de seus atacantes ou por falta de experiência em dominar completamente o seu adversário nesse tipo de confronto. Com o fim dos 120 minutos, e a ausência de gol, a semifinal foi à decisão nos pênaltis.

Nas cobranças, o Paraguai venceu por 5×3. Converteram Ortigoza, Barrios, Riveros, Martínez e Verón. Para a Venezuela Maldonado, Rey e Fedor, enquanto que Lucena chutou mal e perdeu a cobrança para a Venezuela. Com o resultado, o Paraguai somou seu quito empate na competição e vai à final pela oitava vez em sua história.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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