Dos times de menor expressão na primeira divisão argentina, talvez o clube que venha fazendo o esforço mais notável rumo à grandeza é o Lanús. Fez um trabalho a longo prazo de contratação e criação de jogadores, além de apostar na manutenção do que deu certo no tempo certo. O título do Apertura 2007 como prêmio não poderia ser mais lógico. Todavia, a Libertadores insiste em privar o hincha Granate das alegrias continentais.
De maneira que o Lanús se encaixa perfeitamente no nome da série: um autêntico desacreditado contra a América.
A própria história na Libertadores do clube que veio do bairro onde nasceu El Diez corrobora com este fardo. Em 2008 chegavam com a moral de campeões nacionais recentes. José Sand não podia estar mais inspirado. Diego Valeri, Lautaro Acosta e o pibe Sebá Blanco eram as mentes por trás dos gols. As promessas brotavam até na defesa, com Faccioli acompanhando o capitão Jadson Viera. Mas o time de Ramon Cabrero caiu diante do Atlas por não conseguir mostrar esta mesma força, principalmente nos jogos em casa.
No ano seguinte, a base havia se mantido só com Acosta se mandando para o Sevilla. Só que a mudança de técnico, de Cabrero para Zubeldia, tinha deixado os Granates mais ofensivos. Talvez ofensivos demais, beirando ao descuido. Para piorar, um incompreensível desequilíbrio emocional após sofrer gols fizeram com que o time não vencesse um jogo sequer, eliminados de forma melancólica.
Para 2010, o desmanche se tornou ainda mais sério. Os ícones ofensívos dos anos anteriores (Sand, Valeri, Salvio) se foram. A zaga se tornou ainda mais vulnerável, mostrando isso no próprio Clausura, com 11 gols em três jogos. Em resumo: nem mesmo a euforia que costumava acompanhar o clube antes do início existe agora.
Mas mesmo a cruel lógica que evidencia estas fraquezas também ressalta fachos de esperança. Pelletieri, Fritzler, Hoyos, Velasquez, Ledesma e Blanco ficaram para manter um restinho da base de 2007. E no ataque, espera-se que Santiago Salcedo recupere o faro de gols que teve, por exemplo, com o Cerro em 2005. Para acompanhá-lo, a promessa atende pelo nome de Castillejos, vindo do Central e tendo mostrado serviço na virada por 3 x 2 contra o Huracán.
Não contar com os artilheiros do passado fez com que as grandes expectativas de um bom torneio abandonassem o Lanús. Mas talvez seja esta a chance para os Granates. Fugindo da pressão e aprendendo com as cicatrizes do passado, Zubeldía e seus guerreiros consigam surpreender e dar a gloria na Libertadores que tanto mereceram, mas jamais sequer se acercaram.
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