O Atlanta, tradicional clube de um simpático bairro da Capital Federal, conseguiu o acesso para o Nacional B, a 2ª divisão do futebol argentino. A festa aconteceu após a derrota em casa para o Barracas, mas após o apito final do árbitro na cancha do Defensores Belgrano, que ao perder, também em casa, consagrou um dos fundadores do futebol profissional argentino. A festa então se espalhou pelo bairro e pela cidade, no dia em que grande parte de Buenos Aires foi um pouco do que são todos os dias do bairro de Villa Crespo.
O bairro de Villa Crespo, o reduto do Club Atlético Atlanta, o “Boêmio”, como é conhecido por todos: a razão de grande parte da felicidade atual de seus moradores. E essa felicidade explode agora como se fosse um clímax , porque ela demorou muito para chegar, porque ela ficou encarcerada na alma de sua gente, vestida de tristeza, frustração e desencanto por esses anos todos numa categoria ainda menor do futebol argentino. E por uma ironia do destino, a festa de que estamos falando, a que aconteceu sábado na Vila Crespo, foi recheada de agonia e espera.
A derrota por 1×0 fez com que a torcida ficasse angustiada e apreensiva, na espera do resultado do Defensores de Belgrano Então, em vez de festa, o bairro e o próprio estádio, pintados de amarelo e azul por uma torcida enlouquecida, viraram o palco tenso da expectativa, do rádio nos ouvidos e, em alguns lugares, do silêncio. Duas horas mais tarde, o Defensores perderia em casa para o Nueva Chicago e os moradores do bairro finalmente começaram a festa: O Atlanta estava de volta à segunda divisão.
Desconhecido talvez para nós, o clube não ostenta essa situação entre os argentinos. Fundado em 1906, foi um dos fundadores do futebol profissional da Argentina. Ficou 45 anos na 1ª divisão; é um dos 20 clubes que mais atuaram na principal categoria, além de ser o 19º que mais pontos somou na famosa divisão de elite. Foi tão absoluto no atual torneio que disputa que em 38 jogos somou 81 pontos, com 25 vitórias, seis empates e sete derrotas. Ganhou o título com quatro rodadas de antecedência, com 14 pontos a frente de seu perseguidor, o 2º colocado.
Ao subir para o Nacional B sobe como um centenário cheio de história e com uma torcida das mais fiéis entre os times de Buenos Aires. Ela pode não se espalhar por toda a cidade, como a do Boca, do River e de outros, mas se concentra de tal maneira no bairro de Villa Crespo, que se torna quase impossível encontrar ali um torcedor de qualquer outro clube.
Por isso, a história do Atlanta se confunde com a história dos moradores da Villa Crespo: e por isso os dois agora estão em festa. Não interessa, neste exato momento, se esse time subirá à primeira divisão, no próximo ano; da mesma forma que para essa gente não interessa muitas outras coisas. O que vale agora é apenas comemorar. E se por acaso o caro leitor possa tomar isso como um exagero é porque tem ainda – se me permite a observação – pouca noção do que significa abraçar a um clube pequeno, um nanico, numa terra de gigantes.
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