Dos cinco argentinos na Libertadores, dois já estão classificados: Vélez e Arsenal de Sarandí. Três equipes ainda lutam por vaga. Desses, o pior caso é o do Lanús, que vai ao Chile encarar o bom conjunto do O’Higgins de Rancágua. Vejamos a situação de cada um.
Vélez Sarsfield
Situação não poderia estar melhor para os fortineros de Liniers. Certo que o Grupo I não era dos mais difíceis, contudo o Veléz soube fazer as coisas ficarem fáceis. Começou fora de casa, contra “La U” peruana. Fez 1×0 e sinalizou duas coisas: que brigaria pela vaga e que o mais popular time peruano seria o saco de pancadas do grupo. Num caso e noutro, não deu outra. Vencer o segundo jogo contra o Furacão estava no script, o que surpreendeu foi a forma como o Fortín derrotou o mesmo Furacão em Vila Capanema: 3×1.
Tudo bem que ocorreu uma derrota nas alturas do salgado Altiplano boliviano. Contudo, mesmo neste jogo a equipe mandou bem. Foi com um time todo reserva. Fez jogo grande e perdeu menos pela competência dos meninos das canteiras do que pelos efeitos do ar, rarefeito. Na noite de hoje, o Vélez encara “La U” e briga para ficar com a melhor campanha da primeira fase, posto que atualmente pertence ao Santos Laguna, do México.
Arsenal de Sarandí
Começou perdendo para o Santos Laguna fora de casa: 1×0. Ninguém gosta de perder, mas é bem possível que Alfaro tenha preparado o elenco para o resultado negativo na estreia. Na segunda rodada, recuperou-se, fazendo 3×0 no fraquinho Dep. Anzoátegui. Porém, a parada mesmo era contra o Peñarol. Na primeira partida, 1×0, em Sarandí; na segunda, 2×1 para o Peñarol, no Centenário. O jeito era fazer sua parte e contar com o péssimo momento do rival. Não deu outra. Para tanto, fez 3×1 no Anzoátegui, em casa e contou com a goleada dos mexicanos sobre os Carboneros: 4×1. Assim, novamente o modesto, mas organizadíssimo conjunto de Sarandí chega a uma fase de mata-mata da Libertadores.
San Lorenzo
Estava morto. Então o Botafogo resolveu ressuscitará-lo. Bastava ao Fogão que vencesse o Unión Española para ficar com a vaga antecipada. Perdeu em casa e convidou o San Lorenzo a voltar para a briga. Agora, basta ao Ciclón uma vitória simples no Gasómetro. Se faltava confiança ela chegou de vez após a duríssima vitória sobre o Albo, na Floresta. Para quem não acompanhou, pode se tratar de uma vitória como outra qualquer. Mas não foi. Os homens de Bauza deixaram o sangue em campo para virar um jogo quase perdido. Além do triunfo, e com a bela ajudinha da tabela, a equipe azulgraná chegou à liderança do Torneio Final. Verdade que amanhã vai jogar sem Fontanini. Mas terá no lugar o melhor zagueiro substituto do futebol argentino, o cafetero Carlos Valdés.
Verdade que vai jogar sem Romagnoli, mas terá Villalba no lugar. A jovem promessa cuerva está jogando muito mais que “el Pipi”. Oferece dinâmica e velocidade ao meio-campo da equipe e consegue marcar bem mais do que o grande ídolo cuervo que nunca foi. Tudo bem que Nico Blandi não vai para o jogo. Mas já passou da hora de Mauro Matos mostrar serviço; a formação da equipe favorece mais o jogo de Matos do que o do ex-atacante xeneize.
E o grande problema do San Lorenzo pouco a pouco está se resolvendo. Ninguém no elenco aceitava muito bem a cartilha de Bauza. Na pré-temporada foi um inferno. O fato é que o Patón tem duas característica que dificultam o seu sucesso a curtíssimo prazo: sua cultura elevada e sua exigência de forte doação de cada atleta ao elenco. Pouco a pouco o problema vai se resolvendo. Se passar pelo Botafogo, o Ciclón corre o risco de se tornar gigante nas oitavas de final. Pode sair do jogo de amanhã, no Gasómetro, um pesadelo para os brasileiros. E claro que estamos falando do San Lorenzo.
Lanús
Fez apenas um ponto nos três primeiros jogos. Foi no 1×1 contra o mesmo adversário de hoje, o O’Higgins de Rancágua. Parecia fadado à vergonha e à desclassificação prematura. Só que, ao mesmo tempo, a obrigação de se recuperar na competição gerou uma pressão para o Granate que diz muito sobre os verdadeiros conquistadores de títulos. Precisava vencer os três últimos jogos para se classificar; já venceu dois e falta apenas um. Contra o Cerro Porteño sequer o gramado ajudou, castigado que estava pelas chuvas torrenciais que assolam Buenos Aires incansavelmente. Com a vitória, chegou vivo para o último jogo.
Para o azar do Granate, o time chileno volta a jogar em Rancágua. Por sorte, o gramado e as condições do campo favorecem o jogo malicioso do conjunto de Schelotto. Enquanto um simples empate dará a vaga aos argentinos, os chilenos sabem que somente uma vitória podem colocá-los nas oitavas de final. Assim, a proposta de Schelotto é a de trancar o time e configurá-lo para os contragolpes. Neste sentido, as dimensões da cancha também ajudam. Lanús ainda não venceu fora de casa na atual edição da Copa. Se vencer em Rancágua será o primeiro do Grupo III.
Newell´s Old Boys
Na noite de quinta-feira, o Newell´s terá a chance de fazer sua primeira grande decisão na Libertadores. Por coincidência, o rival será justamente um dos responsáveis pelas dificuldades que a Lepra apresenta em termos de classificação. Trata-se do Nacional de Medellín, única equipe do Grupo VI que o venceu na atual edição da Copa. Foi na estreia, quando o Rojinegro foi derrotado por 1×0 em terras cafeteras. Isto obrigou o time de Berti a golear duas vezes o Nacional de Montevidéu e não perder para o Grêmio em nenhum dos dois jogos do confronto.
Por hora, Maxi Rodríguez está fora do jogo, o que acentua as dificuldades da equipe no atual momento. Vale lembrar que o chefão protetor, Mateo, jamais foi substituído à altura por Villalba. Além disso, Banega, impreciso, ainda não conseguiu render tudo o que os leprosos necessitam. Mesmo assim, a equipe de Rosário tem de tudo para levar a classificação, já que precisa somente de um empate. Outro fator que pode entrar em campo é a repercussão da derrota para o Rosário Central, no clássico local e dentro do Coloso Bielsa. Somente o elenco leproso pode dizer de que forma a derrota para o grande rival vai estar em campo, na quinta. Contudo, mesmo que leve a vaga, a equipe de Berti vai precisar ser mais regular e devastadora na próxima fase; assim como foi na edição passada da Libertadores.
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