O ocaso de uma geração
A grande geração surgida na segunda metade dos anos 1990 foi bastante chamuscada pelo fracasso no mundial de 2002, mas não deixou de ser muito querida pelos hinchas argentinos. Deram títulos à albiceleste nas categorias inferiores, conquistaram importantes títulos no futebol europeu, e vários ainda voltaram a seu país para comandar suas equipes de coração. Mas sua época parece estar chegando ao fim.
Recentemente vários jogadores daquela geração encerraram suas carreiras, como Sorín, Ayala e Batistuta. Pocchetino, um pouco mais velho, já é treinador do Espanyol, de Barcelona, assim como Bonano é auxiliar de Eduardo Berizzo no comando técnico do Estudiantes. Simeone já conquistou título nacional como treinador, e atualmente dirige o Catania. Gustavo Lopez é comentarista de TV.
Mas ainda há vários jogadores destacados daquele selecionado que ainda desfilam pelos gramados. Ainda que suas carreiras estejam na descendente, conseguem ainda arrastar torcedores aos estádios.
Verón ainda é o grande comandante do Estudiantes, sua equipe de coração. Almeyda, que chegou a participar de partidas de showbol, comanda o setor defensivo de seu querido River Plate, atual líder do Clausura. Crespo se mantém vivo no mercado europeu, atuando pelo Parma, o mesmo valendo para Aimar, que ainda tem seu espaço no Benfica. Samuel e Zanetti foram titulares na campanha da tríplice coroa da Internazionale em 2010.
Nem todos os que ainda estão em atividade podem ostentar tamanho prestígio. Placente, titular em 2002, amarga a reserva em um irregular San Lorenzo. Gallardo luta contra as contusões no Nacional do Uruguai, após uma mal sucedida passagem pelo River. Claudio Lopez foi aposentado compulsoriamente depois de não conseguir time para jogar na liga norte-americana.
Mas nada serviu para lembrar melhor que essa geração está no fim do que os últimos acontecimentos envolvendo Ariel Ortega e Kily Gonzalez. Dois membros destacados daquela geração que parecem ser tidos como desnecessários por dois pequenos clubes argentinos. Sem conseguir se livrar dos problemas de comportamento, Ortega parece ter cansado a direção do All Boys, que gostaria de ter o jogador longe da Floresta. Kily foi afastado pelo Rosario Central, que atualmente disputa a segunda divisão argentina, e dificilmente voltará a vestir a camisa do clube.
Esses dois episódios foram sinais que os torcedores e fãs do futebol argentino não deixaram de captar. Essa brilhante geração começa a chegar a seu final de trajetória nos gramados. Em breve esses grandes jogadores nada mais serão do que lembranças de um tempo em que os clubes argentinos ainda podiam manter seus melhores jogadores nos gramados do país por algum tempo, antes de vendê-los para os gigantes europeus. Uma geração e uma época que chegam ao seu fim.
Excelente matéria, parabéns….realmente foi uma grande geração, que tinha tudo para dar títulos, mas infelizmente não aconteceu…mas com certeza ficou na história da seleção argentina