O erro cometido por Diego Abal ao validar um gol flagrantemente ilegal do Colón no último domingo correu o mundo e foi tema central de todos os debates esportivos na Argentina. Uma questão é: o que esse episódio pode dizer sobre a arbitragem argentina?
Para muitos a primeira lembrança foi a de Sergio Brazenas. Árbitro de primeira linha por algum tempo no futebol do país, Brazenas foi, justamente por isso, escalado para a grande decisão do Clausura 2009. E sua arbitragem naquele dia foi desastrosa, com inúmeros erros, um dos quais a validação do gol ilegal de Maxi Moralez que deu o título ao Vélez contra o Huracán. Brazenas foi suspenso por tempo indeterminado e por fim encerrou a carreira.
Para um brasileiro, a discussão é curiosa. Nossas queixas sobre arbitragem normalmente se centram em alguns pontos muito específicos, em especial o descontrole na marcação de faltas e pênaltis. Mas na Argentina a questão é mais geral. O erro de Abal foi descumprir normas da FIFA, como outros árbitros declararam ao longo da semana. O árbitro da partida de domingo avaliou que um desvio do defensor do San Lorenzo era equivalente a um passe vindo de um jogador do Ciclón. Um erro crasso de conhecimento das regras e orientações.
Na Argentina há poucas queixas como as que vemos no Brasil, sobre tendências equivocadas na arbitragem. Mas há outros tipos de questionamento. Já houve inúmeras denúncias sobre resultados arranjados pela AFA, sem que nenhuma providencia fosse tomada. E são frequentes as queixas sobre erros de interpretação, como a da partida de domingo, que independem da visão que o árbitro tinha do lance, sendo geradas apenas pelo desconhecimento das regras e orientações. Mesmo no Brasil isso ocorreu em 1998, com o terrível erro de Javier Castrili que eliminou a Portuguesa da decisão do campeonato paulista.
Seguramente a arbitragem argentina está longe de contrastar negativamente com o cenário internacional. Horacio Elizondo apitou a abertura e a final do mundial de 2006 sem cometer equívocos importantes. Mas o erro de Abal é mais uma prova de que os juízes de futebol argentinos precisam melhorar. Assim como por aqui e tantos outros lugares, a política tende a prevalecer sobre a capacidade técnica nesse ramo.
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Foi sem duvida um gigantesco erro de Abal... Um dos que serão lembrados por muito tempo...