Muitos não sabem, mas apesar da boa estréia no mundial de 1930, quando foi vice-campeã, a trajetória da seleção argentina em mundiais foi decepcionante antes de 1978, quando conquistou seu primeiro título. A verdade é que, apesar de sempre ter tido jogadores de alta qualidade, o país jamais conseguiu ter um selecionado que tivesse bom desempenho em mundiais. Não compareceu em 1938, 1950, 1954 e 1970; ficou na primeira fase em 1934, 1958 e 1962, e alcançou a segunda apenas em 1966 e 1974.
Um bom exemplo desta sequência de fracassos é a participação na Copa da Suécia. O elenco tinha qualidade inquestionável, e era composto por jogadores que nenhum argentino jamais vai se esquecer: Amadeo Carrizo, Nestor Rossi, Angel Labruna, Jose Sanfilippo, Menendez e Corbatta. Mas isso não impediu o completo desapontamento da torcida argentina, que viu sua seleção sofrer sua maior goleada na história dos mundiais: 6 a 1 para a Tchecoslováquia, equipe que sequer se classificou para a segunda fase do torneio.
Mas as coisas não começaram mal. O adversário da estréia era duríssimo, a Alemanha, campeã do mundial anterior. E logo aos dos minutos Corbatta colocou os argentinos na frente. O ótimo time alemão conseguiu virar para 3 a 1, com dois gols de Helmut Rahn, astro da final de 1954, e um do ainda jovem Uwe Seeler, lenda do futebol alemão. A derrota na estréia não era tão desanimadora, já que o adversário era formidável, e os argentinos haviam conseguido fazer frente ao campeão do mundo.
Na segunda rodada a albiceleste se recuperou. O adversário, a Irlanda do Norte, havia vencido a Tchecoslovaquia na estréia, e era um adversário duro. Mostrou isso abrindo o placar nos primeiros minutos, com McParland. Mas Corbatta, o melhor jogador argentino naquele mundial, empatou ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Menendez e Avio fizeram os gols que deram a vitória à albiceleste, que enfrentaria a Tchecoslováquia em boa situação. O adversário era o lanterna da chave, e uma vitória garantia a Argentina na segunda fase.
Até mesmo um empate poderia servir desde que os alemães batessem os norte-irlandeses.
Mas as coisas deram errado desde o início. Logo aos 8 minutos Dvorak abriu o placar, e Zilkan marcou outros dois gols ainda no primeiro tempo. Corbatta, sempre ele, descontou de pênalti aos 20 da segunda etapa, mas as esperanças argentinas se foram apenas 4 minutos depois, quando Feuresl marcou o quarto dos europeus. A albiceleste desmoronou de vez, e Hovorka marcou mais dois gols, sacramentando o fracasso completo da seleção argentina naquele mundial.
A derrota humilhante para uma seleção mediana (que sequer se classificaria, perdendo a vaga para os norte-irlandeses no jogo-desempate) era um soco no estômago da auto-estima argentina. Celeiro de grandes craques, o país havia chegado à decisão de 1930, perdido a primeira partida em 1934 com uma seleção muito desfalcada, e não havia comparecido aos mundiais seguintes. 1958 era a primeira vez, desde 1930, que o país enviava uma seleção completa para um mundial. A humilhação contra os tchecos prenunciava uma sequência de fracassos que só seria interrompida em 1978. E a redenção final de 1986, quando a albiceleste conquistou seu primeiro mundial fora de casa e sem as acusações de interferência política.
Tchecoslováquia 6
Dolejsi; Mraz, Popluhar e Novak; Dvorak e Masopust; Hovorka, Boravicka, Molnar, Feureisl e Zikan
Técnico: Karel Kolsky
Argentina 1
Carrizo; Dellacha e Vairo; Lombardo, Rossi e Varacka; Corbatta, Avio, Menéndez, Labruna e Cruz
Técnico: Guillermo Stabile
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