A rivalidade futebolística entre Argentina e Inglaterra tem uma longa história. Para não falar das Malvinas, há a “mão de deus” na copa de 1986 e os confrontos de 1998 e 2002. Mas essa história teve capítulos bem mais antigos. Um deles, inesquecível para argentinos e ingleses, foi o confronto de 23 de julho de 1966, no estádio de Wembley. Naquele dia, os ingleses venceram por 1 a 0 e se classificaram para as semifinais daquele mundial, do qual se sagrariam campeões.
Mas antes disso tinham de passar por um bom time argentino. Escaldada pelos fracassos de 1958 e 1962, a albiceleste havia se preparado para não repetir os vexames anteriores. O técnico Juan Carlos Lorenzo montou um time repleto de bons jogadores, que representavam uma ótima geração de atletas do país. Capitaneada pelo grande armador Antonio Rattin, do Boca, a seleção tinha talentos como Perfumo, Onega, Artime e Roma.
E a primeira etapa da missão foi cumprida com louvor. Com dois gols de Artime a Argentina bateu a Espanha por 2 a 1 na estréia. Depois segurou o 0 a 0 contra a poderosa Alemanha, e bateu sem maiores problemas os suíços por 2 a 0, gols de Artime e Onega. Por incrível que pareça, era a primeira vez desde o mundial de 1930 que a seleção argentina conseguia superar a fase inicial de um mundial.
E o adversário era terrível. Os ingleses, ainda que sem brilho, haviam sido os primeiros colocados em uma chave complicada, que tinha Uruguai, França e México. Tinham jogadores que estavam entre os melhores do mundo, como Gordon Banks, Bobby Moore e Bobby Charlton. E, vantagem nada desprezível, jogavam em casa. A parada era dura para os argentinos.
Mas a albiceleste começou bem a partida. Conseguiu não ser dominada pela equipe da casa. O sistema defensivo argentino conseguia conter os ingleses, e o excelente quarteto ofensivo formado por Onega, Rattín, Artime e Más preocupava o sólido sistema defensivo do time da casa. Mas aos 35 minutos de partida ocorreria o lance que mudaria a história do jogo.
Tudo começou quando, Antonio Rattín reclamou de uma marcação do árbitro, o alemão Rudolf Kreitlen. Que não entendeu uma palavra do que dizia o craque argentino, mas não gostou de sua expressão facial e expulsou-o. Rattín se desesperou pedindo um tradutor, mas o juiz da partida estava irredutível. Depois de 20 minutos o capitão da albiceleste saiu do campo, e amassou levemente com as mãos uma pequena bandeira inglesa, levando a torcida inglesa a vaiá-lo de forma avassaladora.
O restante do jogo foi previsivelmente dominado pelos ingleses. Os excelentes defensores Perfumo, Marzolini e Albrecht se desdobravam para conter os ingleses. O goleiro Antonio Roma fez uma das maiores partidas de sua vida, e conseguiu por muito tempo impedir que o esmagador volume de jogo dos ingleses se refletisse no placar. Na frente, Onega, Artime e Más tentavam incomodar os ingleses, mas sem ser municiados, a tarefa era quase impossível, dada a força da defesa do time da casa.
Mas aos 33 minutos do segundo tempo a partida foi decidida a favor dos ingleses. Um centro da esquerda encontrou o eficiente centroavante inglês Geoff Hurst. O atacante, que entraria para a história ao marcar 3 gols na grande decisão, cabeceou para vencer Roma e colocar a Inglaterra na semifinal.
O jogo é lembrado até hoje pelos argentinos como um momento em que a albiceleste foi muito prejudicada pela arbitragem. E graças à expulsão injusta do capitão argentino, a mudança de local na partida contra Portugal, e o gol duvidosamente validado pelo árbitro na final contra a Alemanha, essa copa seria conhecida por muitos como a Copa da Vergonha.
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Na minha vasta coleção de ingressos (de dérbis, seleções, finais variadas, etc, tenho o ingresso desse que é conhecido como 'el robo del siglo'.
Também foi a partir desse imbróglio de o árbitro alemão não entender o espanhol falado por Rattín, nem o Rattín saber falar alemão, a FIFA decidiu criar o sistema de cartões.