Libertadores

No sufoco, Lanús vence Emelec e segue sonhando na Copa Libertadores

O Granate sofreu para fazer um gol. Fez graças à excelência de Diego Valeri, o garçom de Pavone no cotejo

Em jogo decisivo, em La Fortaleza, Lanús e Emelec se enfrentaram pelo Grupo 2 da Libertadores de América. O Granate foi melhor do começo ao fim. Contudo, por muito pouco, não voltou a perder para si próprio, para seus próprios erros. Postura que se repete a cada jogo e que dinamita ainda mais a já limitada confiança de seu elenco. Do começo ao fim, foi uma sucessão de ataques bem ou mal construídos que sempre redundavam em definições de um time de quinta categoria. Para isso, contava a pressão dos últimos resultados; para isso contava, no duelo, os minutos que passavam sem que a pelota fosse parar no arco do rival. Até que apareceu o mais lúcido jogador granate, o capitão Diego Valeri, que decidiu o jogo para o conjunto de La Fortaleza. Não que tenha feito o gol. Até que tentou, mas, por duas vezes a pelota que saiu de seus pés encontraram as traves do rival. Resolveu decidir de outra forma: colocou a pelota nos pés de Mariano Pavone, que a guardou no fundo das redes: 1×0 Lanús. Um resultado importantíssimo para reanimar a equipe e para manter vivo o sonho da Libertadores.

O duelo

O Lanús tratou de fazer o gol logo no início do duelo e, com um minuto, Fritzler quase abre o marcador para o Granate. A resposta dos Electricos veio dois minutos depois, com o arremate de Figueroa frente a frente com o porteiro local. A bola foi por sobre o travessão. Buscando as jogadas de linha de fundo, e explorando bem os flancos, o Emelec equilibrou as ações e intimidou o conjunto comandado por Schurrer.

Aos 18 minutos, Pavone teve a chance, mas a pelota foi a córner. Três minutos depois, Valeri, de fora da área, acertou a trave de Dreer. Aos 21, novamente Pavone ficou diante apenas de um zagueiro. Passou por ele, mas arrematou sem a devida força e facilitou as coisas para o porteiro visitante.

Aos 23, a melhor jogada granate na primeira etapa. Após ótima triangulação, que envolveu González, Camoranesi e Valeri. A pelota ficou para este último, que entrou na área e arrematou forte. A pelota encontrou o travessão de Dreer. Aos 34, foi a vez de Regueiro ficar diante do arqueiro do Emelec. Porém, a demora para arrematar facilitou as coisas para a zaga visitante, que lhe tirou a pelota tal como se tira um pirulito da mão de uma criança.

Nesse momento, o Lanús era o dono do cotejo e chegou mais três vezes com incrível chance de abrir o placar. Não conseguiu por deficiência na conclusão e pela boa participação do porteiro Dreer.

Na segunda etapa, o Lanús intensificou sua pressão, facilitada pela expulsão de um jogador dos Eléctricos no fim da primeira etapa. Aos cinco minutos, Valeri chegou bem e a pelota foi a córner. O Granate chegava pelos flancos, pelo centro e através de jogadas de bola parada. Não conseguia fazer o gol, pois repetia os mesmos erros do primeiro tempo: pouca calma na hora da conclusão.

Com o tempo, o Lanús foi se enervando e pouco a pouco as coisas eram facilitadas para os visitantes. Aos 17, Gaibor teve a chance de fazer o gol para o Emelec. Esteve com a bola do jogo, dentro da área, mas arrematou muito forte e a pelota subiu. Os erros do Granate apareciam pouco a pouco. Por vezes, levantava a pelota à grande área e permitia que o porteiro do Emelec se consagrasse; por vezes, tentava excessivamente a penetração pelo centro, setor bem congestionado pelos defensores eléctricos. Restava as individualidades. Aos 20, Regueiro fez excelente jogada individual, entrou na área e arrematou fraco para a boa defesa de Dreer. A jogada foi muito boa, mas a conclusão repetiu as mesmas ações equivocadas do Granate ao longo da partida.

Porém, apesar de pressionar sem muita objetividade, o Granate chegou ao gol da vitória aos 27 minutos com Mariano Pavone. E o gol surgiu como fruto de um momento de lucidez granate. Em rápida triangulação, Valeri fez excelente assistência para Pavone gurdar a pelota no arco de Dreer: 1×0 Lanús.

A partir daí, o Grantate tentou segurar o resultado e ir ao ataque apenas em situações confiáveis para a sua retaguarda. Teve algumas outras chances, assim como o Emelec teve uma e quase empatou com Valencia. Graças a intervenção de Marchesín não saiu o empate. E ficou mesmo na contagem mínima a favor do Lanús. Uma vitória difícil, mas fundamental para alimentar o sonho de seguir na Libertadores. Na próxima rodada, os argentinos vão enfrentar o mesmo Emelec, na cancha dos Eléctricos, em Guayaquil.

Formações

Lanús: Agustín Marchesín: Carlos Araujo, Paolo Goltz, Diego Braghieri, Luciano Balbi; Diego González (Silvio Romero), Matías Fritzler, Mauro Camoranesi (Eduardo Ledesma); Diego Valeri (Guido Pizarro), Mariano Pavone e Mario Regueiro. Técnico: Gabriel Schurrer.

Emelec: Estebán Dreer; José Luis Quiñónez (Polo Wila), Gabriel Achillier, Oscar Bagui; Fernando Gaibor, Pedro Quiñónez, Enner Valencia (Marcos Mondaini), Fernando Giménez; Marcos Mondaini, Luciano Figueroa e Nicolás Vigneri (Wilson Morantes). Técnico: Julio Marcelo Fleitas.

httpv://youtu.be/VXhuUKVoia4

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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