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No retorno do ‘Superclásico’, Boca empata no último minuto e cala Monumental

E finalmente, após uma temporada inteira disputando a B Nacional, o River voltou a dar o prazer ao público de disfrutar de um ‘Superclásico’. Em 81 anos de disputa profissional entre as duas instituições mais importantes do futebol argentino, a última temporada foi a única sem a disputa do confronto histórico em competições oficiais. A não ser pelo Torneio de Verão, com duas vitórias Xeneizes, a última vez que River e Boca haviam se encontrado oficialmente pelo campeonato argentino, datava o dia 15 de maio de 2011 em La Bombonera, também com vitória boquense. No entanto, a partida deste retorno não passou de um empate por 2 a 2, com gol no último minuto de jogo da equipe Bostera, calando o Monumental de Núñez.

Na prévia da partida principal pela 12° rodada do Torneio Inicial 2012, a reserva do Boca ganhou por 1 x 0, com um belo chute cruzado de Orfano aos 30 minutos do segundo tempo, e isso deixou a torcida presente ainda mais apreensiva. O que viria por ai seria a volta do maior clássico de todo o mundo entre clubes. Com entradas chegando à $1000 (pesos argentinos), algo em torno de R$ 425,00, o monumental de Núñez se encontrava com vários espaços vazios para o confronto que valeria muito mais que os três pontos.

O que se viu foi um jogo de dois tempos distintos e que mostrou a razão pelo título de ‘Superclásico’.

No gramado, nem bem começou a partida e uma falha do tamanho do clássico por parte de Agustín Orión deixou os donos da casa na frente no placar. Uma falta de longe cobrada com veneno quicou na frente de Orión, que não teve ação e viu Ponzio comemorar com todos seus companheiros a inauguração do placar em Núñez com menos de um minuto de jogo.

O River era mais presente no ataque e partia com mais autoridade. A equipe do treinador Matías Almeyda era mais bem parada em campo e tinha mais variedade de jogadas que o visitante que não tinha desenho tático. A ligação entre meio campo e ataque não existia, havendo um buraco dominado pela equipe de Núñez, que comandava a partida. Vale recordar que, com menos de 30 minutos de jogo, o River já tinha executado duas substituições por contusões.

Se em poder da bola Ponzio, Sánchez e Cirigliano sabiam exatamente o que fazer e armavam boas jogadas de ataque para os Millonarios, pelo lado do Boca, Erviti e Chávez batiam cabeça e mostravam um meio campo pobre, que não tinha profundidade e sem ideias. Ainda mais quando joga com dois atantes de área, como opta Julio César Falcioni.

A partida teve uma drástica queda de ritmo após os 20 minutos, com muitos chutões para frente e pouco toque de bola, jogo que não favorecia ao River, que era muito mais objetivo em suas tentativas e buscava chegar ao segundo fazendo a bola passar com tranquilidade pelos seus jogadores de meio campo. Se não brilhava em campo, o River ao menos era mais time que o Boca e não sofria nenhum tipo de pressão do fraco adversário que se mostrava a equipe de Falcioni, que só aparecia no ataque por conta de bolas paradas e chutões para frente. O fim da primeira etapa chegava e o insonso treinador do Boca teria muito trabalho para arrumar a equipe, pois tomava uma aula de Matías Almeyda.

Por conta do atraso no retorno ao gramado para o reinicio de jogo, Falcioni foi expulso. Com menos de um minuto de jogo, o Boca teve sua primeira boa chegada e assustou o River. Após boa descida de Chávez pela direita, o centro encontrou o camisa 9 que cabeceou com perigo para o gol de Marcelo Barovero. No entanto, a substituição de Falcioni mostrou a sua falta de pulso para comandar o grupo e o medo de sacar um dos camisas nove com que a equipe jogava. O treinador optou por tirar Clemente Rodríguez e recuar Sánchez Miño (!) para a lateral.

A equipe de La Ribera abusava do número de cartões amarelos e se arriscava a ficar com um a menos a qualquer momento. O segundo tempo mostrava o Boca mais presente no ataque, mas ainda desorganizado e sem um meio campo que armasse jogadas para levar ao gol de empate.

Por sua vez, o River fez o que melhor sabia e tocou a bola com categoria, para assim chegar ao segundo gol e frear a reação da fraca equipe montada por Falcioni. Trezeguet abriu bela bola na direita do ataque do River para Sánchez, que habilitou Mora para fazer uma bagunça na área do Boca e marcar o segundo do River, aos 25 do segundo tempo.

Sem muito para fazer, o Boca saiu desesperado para frente e aos 30 minutos da segunda etapa, Santiago Silva descontou de pênalti. Após falta de González Pírez em Laucha Acosta, Lunati viu pênalti no camisa sete do Boca e na cobrança Silva bateu forte no canto esquerdo de Barovero, que se esticou todo, mas não pôde chegar.

Quando já comemorava a vitória em casa, veio o balde de água fria. Nos descontos, Silva colocou de cabeça uma bola perdida na área e Walter Erviti disputou com Barovero, colocando para dentro do gol do River calando e esfriando a todos no Monumental. Uma injustiça com o River, que mostrou superioridade e muito mais capacidade.

No frigir dos ovos, Almeyda mostrou ser infinitamente superior em termos de ação tática, montando uma equipe com meio campo e que, se não conseguiu mostrar um futebol de campeão, mostrou ser o suficiente para superar este pífio Boca Juniors do treinador Julio César Falcioni. O empate praticamente tira as duas equipes da disputa pelo título do Torneio Inicial 2012.

River: Marcelo Barovero; Gabriel Mercado, Germán Pezzella, Jonathan Bottinelli, Ramiro Funes Mori (Leandro González Pírez); Carlos Sánchez, Leonardo Ponzio, Ezequiel Cirigliano, Martín Aguirre (Ariel Rojas); Rodrigo Mora (Rogelio Funes Mori) e David Trezeguet. T: Matías Almeyda.

Boca: Agustín Orión; Emiliano Albín, Rolando Schiavi, Guillermo Burdisso, Clemente Rodríguez (Laucha Acosta); Cristian Chávez (Leandro Paredes), Leandro Somoza, Walter Erviti, Juan Sánchez Miño; Lucas Viatri e Santiago Silva. T: Julio César Falcioni.

Cancha: Antonio Vespucio Liberti (“Monumental”)

Cartão Amarelo: Juan Sánchez Miño, Santiago Silva, Lucas Viatri, Guillermo Burdisso, Laucha Acosta, Leandro Somoza (Boca); Ariel Rojas, Gabriel Mercado, González Pírez (River)

Árbitro: Pablo Lunati

Prévia Reserva Superclásico

River 0 x 1 Boca

River: Chichizola; Abecasis, Espíndola López, E. Alvarez, D. Martínez; Solari, Kranevitter, Quignon, Lanzini; Ríos e Vila. DT: Gustavo Zapata.

Boca: D’ Angelo; Marín, Magallán, Castagno, Evangelista; Orfano, Erbes, Baima, Pol González; Gaona Lugo, Imbert. DT: Oscar Regenhardt

Árbitro: Eduardo Kopanchuk

Junior Sagster

Jornalista esportivo, formado em Comunicação Social/Jornalismo. Acompanha o futebol argentino desde a Copa do Mundo realizada no México em 1986, quando viu pela primeira vez Maradona jogar pela Seleção Argentina. Em sua carreira como jornalista tem 06 anos de experiência, 02 em redação e 04 em assessoria de imprensa esportiva.

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