No jogo 3000 como time profissional, Boca perde para o San Lorenzo em casa
O primeiro jogo do Boca Juniors na era do profissionalismo foi um empate, por 0 x 0, com o Chacarita Juniors, num time que já contava com o saudoso Pancho Varallo. No milésimo, outro empate, por 1 x 1 com o Huracán. Já que no jogo 2000, o resultado foi uma derrota para o Newell’s Old Boys (2 x 0), se manteve hoje o tabú Xeneize de não vencer nestes jogos “históricos”. Desta vez, quem levou a melhor foi o tradicional algoz San Lorenzo, que graças ao 2 x 0 na Bombonera alcançou a liderança provisória do Apertura 2010.
Todos os gols saíram no segundo tempo. O uruguaio Sebastian Balsas, do alto de seus 1,97m, superou Insaurralde no jogo aéreo e cabeceou para abrir o marcador, aos 6 minutos. O outro gol do Ciclón surgiu de um contragolpe que nasceu em seguida a uma grande defesa de Albil em cima da linha. Balsas, desta vez, atuou de garçom para a definição do Rayo Menseguez: 2 x 0. Palermo descontou nos acréscimos, no último lance da partida: 2 x 1, placar final.
Crônica do jogo
Sem o mesmo ímpeto ofensivo e contra um adversário muito mais cuidadoso com a posse de bola, o Boca Juniors voltou ao seu combalido estado original depois da grande vitória sobre o Vélez Sarsfield. Clemente Rodriguez e Gimenez ajudavam pouco no ataque, assim como Cristian Chavez, um enganche sem insipiração. Mesmo quando Palermo e Viatri voltavam para ajudar, as chances de gol não saíam.
Ao menos estavam enfrentando um adversário igualmente inexpressivo, apesar da superioridade de tempo com a pelota nos pés. O Ciclón criou chances apenas em bolas paradas (com Botinelli e Benitez), pois sentia a falta do Chaco Torres (ausente por problemas familiares) e a boa marcação de Battaglia em Romagnoli. El Pipi não brilhou como se esperava mesmo após a expulsão de Gary Medel, aos 40 do primeiro tempo.
Logo após a volta dos vestiários, alguns segundos depois, Viatri carimbou o travessão numa cabeçada precisa. Talvez aquele primeiro lance de perigo Xeneize tenha feito também o San Lorenzo acordar: “afinal, se é nos lançamentos para a área que conseguimos incomodar, então que seja!”. No primeiro dos visitantes nesta etapa, Viatri afastou mal e deu rebote para Botinelli. O mesmo serviu La Girafa Balsas, que fez juz a altura e abriu o placar. Ramon Diaz tirou proveito do ponto fraco do Boca, tal qual fez o Racing algumas semanas atrás.
Os donos de La Bombonera tentaram seguir no mesmo caminho, nem tanto por comprovar que funcionou, mas por estar nos cruzamentos a única arma que conseguiam aproveitar de maneira satisfatória. Palermo quase marcou aos 18 da etapa complementar graças a isso, mas Luna afastou em cima da linha. Araujo fez o mesmo, perto do final, mas dessa vez quem interveio foi Albil.
Contudo, o San Lorenzo seguia com domínio absoluto e tranquilo da partida. E para reafirmar isso, na sequência da jogada de Araujo, encaixou um belo contra-ataque com Balsas, ganhando na velocidade de Clemente Rodriguez apesar da altura. Quando o uruguaio chegou a entrada da área, serviu Menseguez, que fuzilou Lucchetti e sacramentou o triunfo no clássico. O Boca ainda reagiu no desespero, mas o gol de Palermo serviu apenas para terminar com sua seca do que qualquer outra coisa (estava a 682 minutos sem marcar).
BOCA JUNIORS: Lucchetti; Cellay (Araujo), Caruzzo e Insaurralde; Clemente Rodriguez, Battaglia, Medel e Gimenez (Escudero); Chavez (Mouche); Viatri e Palermo. DT: Cláudio Borghi
SAN LORENZO: Albil; Meza, Tula e Bottinelli; Rivero (Luna), Pereyra, Lopez (Alvarado) e Benítez; Romagnoli (Sebastian González); Menseguez e Balsas. DT: Ramón Diaz
Próximos confrontos: Olímpo x Boca Juniors; San Lorenzo x Vélez Sarsfield