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Nem a política ajuda o Gimnasia La Plata

O Gimnasia y Esgrima de La Plata é um dos clubes mais tradicionais da Argentina. Fundado em 1887, é o clube mais antigo do país a disputar a primeira divisão. Por seus quadros passaram jogadores do quilate de Varallo, Minella, Gatti e os gêmeos Barros Schelotto. Porém, desde quando seu arquirrival Estudiantes passou a aparecer no cenário futebolístico nacional, continental e mundial o clube passou por altos e baixos. Mais baixos que altos, diga-se de passagem.

Sua última boa campanha no âmbito nacional ocorreu há cinco anos. Comandado por Pedro Troglio, disputou com o Boca Juniors ponto a ponto o título do Apertura e terminou com o vice-campeonato. De lá pra cá, o clube foi eliminado na primeira fase da Libertadores de 2007, teve de jogar por duas vezes a “Promoción” contra o Atlético de Rafaela e sofreu a maior goleada da história do “Clássico Platense”, com o Estudiantes aplicando humilhantes 7 x 0. Atualmente, o clube é o penúltimo na classificação do Apertura com cinco pontos e, se o torneio terminasse hoje, teria que disputar novamente a “Promoción”.

Com tudo isso, vários grupos políticos se formaram no clube. A situação política do “Lobo”,  que já não era das melhores, piorou. Mas há um pouco mais de um mês, um grupo denominado Consenso apareceu no cenário político do Gimnasia com a intenção de trabalhar em busca da tão sonhada unidade dentro do clube.

Depois do jogo contra o Lanús, a nova corrente política distribuiu milhares de folhetos contendo uma apresentação do grupo e as suas intenções de dialogar com os candidatos à presidência do Gimnasia. À primeira vista, a ideia era ótima e o Consenso apareceu como um bálsamo para a política do clube.

Ontem, porém, o Consenso foi desfeito. A ideia de unir os candidatos numa mesma chapa não resultou em acordo. Depois de várias reuniões, os candidatos foram desistindo um a um da união ao grupo. No último sábado, uma reunião definiu que o candidato apoiado pelo grupo seria Guillermo Marín.

No entanto, a decisão desagradou a outro candidato, Daniel Papasodaro. Depois de algumas discussões, o restante dos candidatos (Jorge Seisdedos, Carlos Castagneto e o próprio Marín) não se sentiu confortável e, depois de uma nova reunião, o grupo Consenso foi dissolvido.

Às vésperas de mais um Clássico frente ao Estudiantes, a situação do Gimnasia não só dentro mas também fora do campo não é das melhores. E quando alguém aparece para tentar ajudar, desiste. Como um próprio torcedor do “Lobo” disse num blog: “Se cairmos, vegetar na B será o início, apenas o princípio da queda. De um abismo que pode não ter mais fim. E para quem não acredita nisso, pergunte aos torcedores do Ferro, do Atlanta, do Platense ou Rosario Central. Eles também nunca acreditavam que isso poderia ocorrer…”

Alexandre Leon Anibal

Analista de sistemas, radialista e jornalista, pós-graduação em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte. Neto de argentinos e uruguaios, herdou naturalmente a paixão pelo futebol da região. É membro do Memofut, CIHF, narrador do STI Esporte (www.stiesporte.com.br ) e comentarista do Esporte na Rede, programa da UPTV (www.uptv.com.br ).

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